Waking Life: Viver sonhando ou sonhar acordado? : CinePipocaCult :: bom cinema independente de estilo

CinePipocaCult : blog de cinema

recentes

Waking Life: Viver sonhando ou sonhar acordado?

Waking lifeA primeira vez que vi um filme de Richard Linklater me surprendi não exatamente com a técnica cinematográfica dele, mas pela capacidade de fazer um filme onde a essência é o diálogo e isso não ser chato. Pelo contrário. Ao assistir Antes do amanhecer é possível degustar cada frase, cada reflexão, sem perceber o tempo passar. Um bom papo, de um dia incrível. Quanto veio a continuação eu tive medo, mas acabei me surpreendendo com outro belo filme, cheio de diálogos interessantes e reflexões sobre as escolhas da vida.

Quando eu pensava que ele não poderia mais me surpreender vem Waking Life. Na verdade, este é anterior a Antes do Pôr do Sol, mas só agora tive a oportunidade de vê-lo. O filme é daqueles que dá nó em nossas cabeças e ficamos um bom tempo pensando e digerindo aquilo tudo. Recomendo ver e depois ir revendo aos poucos.

Waking lifeA sinopse já é instigante: "Após não conseguir acordar de um sonho, um jovem passa a encontrar pessoas da vida real em seu mundo imaginário, com quem têm longas conversas sobre os vários estados da consciência humana e discussões filosóficas e religiosas." Temos verdadeiras aulas sobre os pensamentos de Platão, Aristóteles, Nietzche, Jean Paul Sartre, através de diálogos instigantes e perguntas que são soltas em nossa mente. Não há um roteiro linear, são encontros e inserções diversas, incluindo uma conversa do casal protagonizado por Ethan Hawke e Julie Delpy em Antes do Nascer (e Pôr) do Sol. O próprio diretor aparece na cena final para encerrar a questão de como acordar do sonho.

Mas, se o roteiro e a questão filosófica tão incrustrada já foi surpreendente, o melhor fica na técnica. O filme foi todo filmado com atores reais e depois finalizado através do rotoscópio para simular a animação em flash. O resultado final é muito interessante e casa perfeitamente com o universo onírico do filme.

Waking life - Ethan Hawke e Julie Delpy
É legal ver referências a filmes anteriores como o casal já citado, ou o próprio diretor em cena, ou ainda um homem com uma camisa do primeiro filme do diretor, Slacker (1991). A textura inova, chama a atenção, com uma nova proposta estética. Mas, o que fica mesmo é a questão existencial. A capacidade que nossa mente tem de sonhar, as perguntas chaves da humanidade. É um filme que nos propõe a pensar. Alguns que preferem ação e correria podem achar a narrativa chata. Eu achei uma delícia. Prêmios * 3 indicações ao Independent Spirit Awards: Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro.

* Prêmios Cinema do Futuro e Lanterna Mágica, no Festival de Veneza.

* Uma indicação ao Prêmio Adoro Cinema 2002, na categoria de Melhor Filme de Animação.



CinePipocaCult :: bom cinema independente de estilo Designed by Templateism.com Copyright © 2014

Tecnologia do Blogger.