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Liberdade, Igualdade, Fraternidade

Trilogia das CoresHá 221 anos, a Revolução Francesa ganhava força com a queda da Bastilha, principal prisão nacional, que representou o fim da monarquia e tomada do poder da burguesia, fato que reflete no mundo até hoje. Em 1993, chegou aos cinemas uma trilogia, conhecida como a trilogia das cores, baseada nas três cores da bandeira francesa e no lema da revolução: A liberdade é azul. A igualdade é branca. A fraternidade é vermelha. Todos dirigidos pelo polonês Krzystof Kieslowski e que resolvi homenagear no dia de hoje.

Não pensem que teremos três filmes históricos, que reflitam os acontecimentos do século dezoito. A idéia foi pegar a essência de cada palavra e criar uma história poética sobre as dores do mundo. Consagrado mundialmente por sua obra, a Trilogia das Cores foram os últimos filmes do polonês Krzystof Kieslowski que faleceu em 1996 com problemas no coração.

A Liberdade é Azul
A Liberdade é AzulCada um é livre para fazer o que quer. Baseado nessa premissa, Kieslowski criou a história de Julie. Uma mulher que perde a filha e o marido, maestro e compositor francês, em um acidente de carro, tem que juntar os restos de si mesma para continuar vivendo. Nem se matar ela consegue, mas também não quer encarar a realidade, sua vontade é de sumir, todas as coisas que a cercam fazem lembrar da dor passada. O mais dramático dos três filmes possui uma linguagem poética e emociona. Juliette Binoche está muito bem como Julie, acrescentando uma carga dramática incrível à personagem. Após 17 anos, já pode ser chamado de um clássico do cinema recente.

Prêmios: Leão de Ouro em Veneza como melhor filme e melhor fotografia, além de Juliette Binoche como melhor atriz. Cesar de melhor atriz (Binoche), melhor montagem e melhor som. E teve ainda três indicações ao Globo de Ouro: Melhor filme estrangeiro, melhor música e melhor atriz.

A Igualdade é Branca
A Igualdade é BrancaDos três o que menos me encanta, caminha mais para um lado tragicômico, com a história de Karol Karol, um emigrante polonês na França, casado com Dominique, uma bela francesa vivida por Julie Delpy. Ao ser surpreendido com o pedido de divórcio da esposa que alega que o casamento nunca foi consumado, começa uma maré de azar que o leva a ter que mendigar nas ruas de Paris. Mas, Karol Karol quer dar a volta por cima e se vingar de sua esposa, afinal acredita nos direitos iguais. Pode não ser tão denso, profundo e bem feito quanto seu antecessor, mas é um bom filme e vale para conhecer o conjunto da obra que faz sentido no final do terceiro filme.

Prêmios: Urso de Prata em Berlim de melhor diretor.

A Fraternidade é Vermelha
A Fraternidade é VermelhaÚltimo da trilogia e de longe o meu favorito, a começar pela trilha sonora que recorre ao Bolero de Ravel para encher as ruas de Paris de cores. No filme, Irène Jacob interpreta uma jovem modelo chamada Valentine que atropela um cachorrinho por acidente e, ao procurar seu dono, conhece um juiz, interpretado por Jean-Louis Trintignant, que tem um estranho hábito de ouvir conversas de vizinhos no telefone. A vida dos dois vai ser misturada. É o mais profundo ao tocar em temas da essência humana, com uma construção poética, envolvente, boa de se acompanhar. No final, tudo faz sentido, mas é preciso assistir na ordem para a trilogia se fechar da forma correta.

Prêmios: Vencedor de Cannes como melhor filme. Teve ainda o Cesar por melhor trilha sonora, além de indicações ao Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro e ao Oscar como melhor direção, melhor roteiro e melhor fotografia.

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