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Ponto de vista

William HurtLançado em 2008, o filme de Pete Travis pode ser excelente se você consegue passar por cima do egocentrismo norte-americano que se coloca sempre como salvador da humanidade. Porque é engraçado um filme ser chamado de Ponto de Vista e no final ficarmos com a mesma visão de sempre: os americanos são os heróis bonzinhos e o terrorismo é a praga mundial a ser combatida. De qualquer forma, chama a atenção o formato criado pelo roteirista Barry Levy que constrói um bom produto de equipe entre roteiro, direção e montagem nos levando por um filme de ação e suspense muito interessante.

A premissa parece simples e a história tem meia hora de duração, se muito. Em Salamanca, na Espanha, o presidente dos Estados Unidos participará de uma conferência mundial sobre o combate ao terrorismo onde assinará um acordo histórico. Acontece um atentado e o presidente é baleado. Agora, o filme é construído a partir dos pontos de vista de alguns personagens espalhados pelo local, começando pela sala de edição do jornalismo de uma televisão americana, passando pelo segurança, um turista no meio da multidão, os terroristas e o próprio presidente. Sempre que um ponto de vista começa, há um efeito de fita rebobinando e voltamos ao ponto inicial às 11:59 da manhã. Cada ponto de vista revela algo a mais até que toda a história é exposta.

Ponto de VistaEu que sempre pego no pé das traduções brasileiras, devo elogiar o título desse longametragem, afinal, mais direto impossível. O título traduz exatamente o que é o filme a ser visto. Não que o título original seja ruim, o problema é que Vantage Point seria pouco entendível para o público brasileiro. Ponto de vantagem, em tradução literal, é o termo para se referir a um jogador de tênis que estava empatado e ao fazer mais um ponto leva o game. Ou seja, a pessoa está quase lá. E não deixa de ser uma analogia interessante, já que todos os personagens do filmes estão quase lá. O agente está quase descobrindo o autor do atentado, o terrorista está quase dando uma lição nos Estados Unidos, a repórter está quase concluindo sua cobertura, o turista está quase se tornando o herói do dia.

O elenco estrelar vai de Sigourney Weaver, a chefe da ilha de edição, passando por William Hurt como o presidente Ashton, Dennis Quaid na pele do traumatizado agente Thomas Barnes, Forest Whitaker vivendo um turista americano de férias, até o "Lostie" Matthew Fox como outro agente. Há ainda nomes como Edgar Ramirez, Saïd Taghmaoui, Bruce McGill ou Zoe Saldaña (a bela avatar). Todos cumprindo bem o seu papel e ajudando no tom de mistério e revelações progressivas.

Ponto de Vista

O suspense é muito bem construído. Imagine o plot inicial ser feito através do que pode ser captado por câmeras dentro de uma ilha de edição móvel? E aos poucos, a situação ir sendo revelada, a partir do que cada pessoa distinta viu ou provocou? É uma montagem ágil e um roteiro que constrói a passagem de um ponto de vista ao outro, arquitetando cada detalhe e ainda nos surpreendendo no final. Ponto de Vista é um belo exemplar de que a velha fórmula ainda pode ser reinventada.

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