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João e Maria: Caçadores de Bruxas

João e Maria: Caçadores de BruxasEra uma vez...

Depois de levar às grandes telas contos de fadas como Cinderela, Branca de Neve e Chapeuzinho Vermelho, chegou a vez do clássico João e Maria. Aqueles dois irmãos, fofinhos que "se perdem" na floresta, encontram uma casa de doce, viram prisioneiros de uma bruxa, conseguem se soltar e assá-la em uma fornalha. Lembram?

Pois é, o interessante do roteiro de Tommy Wirkola e Dante Harper para João e Maria: Caçadores de Bruxas é que o conto dos Irmãos Grimm é apenas o prólogo. Os dois irmãozinhos, aqui, foram abandonados pelo pai na floresta e não eram órfãos de mãe até então. No mais, muitas semelhanças. Porém, o que conta é o que vem depois. Após a experiência com essa bruxa, João e Maria viram exímios caçadores da espécie e são chamados em uma cidade para desvendar um sumiço em massa de crianças.

João e Maria: Caçadores de BruxasO destaque antes do plot da vila e suas crianças desaparecidas fica por conta da ótima abertura em animação mostrando os irmãos crescendo e caçando o maior número de bruxas possível. Resume bem aquilo que nós não conhecemos e ambienta os personagens já que a curta duração da trama não nos dará tempo para uma apresentação maior. Pena que a qualidade da animação não se prolonga por todo o filme.

A partir daí, esqueça o conto e esqueça qualquer pretensão a uma obra séria, ou terá sérios problemas em acompanhar uma jornada em busca de bruxas no sentido mais caricato da palavra. Elas estão pela floresta em suas vassouras, com aparência horrorosa e muita maldade no coração sequestrando criancinhas indefesas. E João e Maria (Hansel e Gretel no original), por sua vez, também esboçam o estereótipo do caçador de recompensa sem muitas emoções, de maneira prática e precisa.

João e Maria: Caçadores de BruxasAs lutas são bem feitas, já a maquiagem das bruxas me parece mais um circo de horrores, principalmente em determinada reunião. Ainda assim, possuem efeitos bem construídos e não poupam brincadeiras e referências, tendo até um João diabético de tanto comer doce na tal casa doce. Isso sem falar em um certo Ogro que começa a se mostrar mais do que um monstro sem coração, o nome dele: Edward. E ele também anda à luz do sol sem nenhum problema.

João e Maria: Caçadores de BruxasO roteiro segue o esquema tolo de bruxas más, caçadores e um xerife da cidade mais tolo ainda que quer mostrar serviço e fica contra os irmãos famosos. Tudo melhora, no entanto, em determinado momento, quando o simpático Edward começa a nos ajudar e algumas viradas no roteiro demonstram que a história não é tão rasa assim. Temos a figura da bruxa mór Muriel, vivida pela atriz Famke Janssen, eterna Jean Grey, e outros detalhes que ajudam em uma curva crescente até interessante que dá mais profundidade também aos irmãos. Mas, nada que torne o filme algo realmente interessante.

No final, João e Maria: Caçadores de Bruxas demonstra ser apenas uma curta jornada pelo mundo da fantasia. Sem muitas pretensões, sem grande criatividade ou mesmo técnica para ir além. Um filme que fica até difícil tecer maiores análises críticas porque não parece acreditar em sua própria força, ficando apenas no raso do entorno da história conhecida. Poderiam ser mais ousados. Hansel e Gretel, com certeza, seriam. Afinal, eles já enfrentaram batalhões de bruxas.



João e Maria: Caçadores de Bruxas (Hansel & Gretel: Witch Hunters, 2013 / EUA)
Direção: Tommy Wirkola
Roteiro: Tommy Wirkola e Dante Harper
Com: Jeremy Renner, Gemma Arterton, Peter Stormare, Pihla Viitala e Famke Janssen
Duração: 84 min.

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