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Mamonas Pra Sempre

Mamonas Pra SempreA trajetória do grupo Mamonas Assassinas é mesmo coisa de cinema. Em um ano eles conquistaram o Brasil, se tornaram ídolos de milhares de pessoas, bateram recordes de venda de discos, eram disputados por televisões e encerraram sua carreira ascendente em um trágico acidente de avião. Daqueles fenômenos difíceis de prever ou entender. Mas, o documentário de Cláudio Kahns acaba não fazendo jus a tudo isso.

Não que seja algo descartável. Mamonas Pra Sempre é um registro bastante vasto da carreira dos meninos, desde a tentativa de banda Utopia, passando pela conquista do Brasil e o fim inesperado. Mas, é tudo correto demais, cartesiano demais. Mesmo sendo fã da banda, o espectador acaba não se empolgando ou se emocionando como poderia. O filme explora pouco toda a irreverência do grupo e até mesmo suas músicas, focando mais na construção da trajetória e nas curiosidades de bastidores.

Mamonas Pra SempreIsso não chega a ser um problema, é uma opção. Mas, o documentário perde em ritmo e em criatividade. Fica uma construção bastante burocrática que funciona aos fãs, mas não dá a dimensão exata da energia da banda e do porquê fazerem tanto sucesso. Fica apenas um registro, uma construção que fala muito, mas pouco mostra.

A introdução do filme foca na Banda Utopia, dedica muito tempo a essa fase do grupo, trazendo diversas curiosidades pouco conhecidas e pouco exploradas nos diversos especiais após a morte dos integrantes. Há muita imagem caseira feita pelos próprios integrantes, criando um clima intimista, quase familiar. É como se estivéssemos vendo aqueles filmes que os parentes fazem e reúnem a família para ver.

Quando os Mamonas surgem na tela, as imagens caseiras se misturam a imagens de arquivo de televisões. Além dos depoimentos de familiares e empresários. Mas, tudo continua com pouca empolgação. Quase cumprindo um ritual. Não há criatividade, muito menos irreverência na montagem. Em nenhum momento sentimos o que o grupo passava aos fãs.

Mamonas Pra SempreA ausência de números musicais também é sentida. As músicas estão quase todas lá, mas em pequenos trechos que apenas ilustram as falas. Mesmo as brincadeiras em palco são apenas doses curtas, sem desenvolvimento. Quem não conhece as músicas, continua sem conhecer, já que tudo é apresentado muito picotado e repetindo muitas vezes os mesmos trechos de Pelados em Santos, RoboCop Gay e do Vira-Vira.

Talvez falte ao diretor Cláudio Kahns e à roteirista Diana Zatz Muss o espírito Mamonas Assassinas. Coragem para arriscar outros formatos, brincar mais com a montagem, com as inserções, até mesmo com os depoimentos. Do jeito que se apresenta, Mamonas Pra Sempre tem cara de telereportagem longa.

Ainda assim, o fato de trazer de volta a história do grupo, com diversas curiosidades e tantas cenas de arquivo pessoal, é um presente para o fãs. Uma forma de matar a saudade desses meninos que em um ano fizeram tanto e movimentaram a música popular brasileira como verdadeiros fenômenos inexplicáveis. Com criatividade, talento e simpatia, Dinho, Bento, Júlio, Samuel e Sérgio marcaram o cenário musical para sempre.



Mamonas Pra Sempre (2009 / Brasil)
Direção: Cláudio Kahns
Roteiro: Diana Zatz Muss
Duração: 84 min.

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