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Chef
Chef
Se você se interessou pelo filme pela presença de Robert Downey Jr. e Scarlett Johansson no elenco, esqueça. Eles são participações especiais pequenas, assim como Dustin Hoffman, apesar deste ser decisivo. Chef foi feito por e para Jon Favreau brilhar. E claro, divertir com um clima latino e uma história agradável, ainda que irreal.
Jon Favreau é Carl Casper um chef de cozinha criativo que é podado pelo dono do restaurante, vivido por Dustin Hoffman. Obrigado a fazer o cardápio de sempre ele é ridicularizado por um crítico gastronômico em seu blog, gerando uma guerra cibernética que o leva a perder o emprego. Sem perspectivas, ele aceita recomeçar a vida no comando de um trailer de comida cubana junto a um amigo e seu filho pequeno.
É uma comédia despretensiosa e cheia de qualidades. É a velha fórmula da superação com uma roupagem nova do universo cibernético e suas maravilhas e tensões. Uma valorização da família e um road movie inusitado. Mas, tudo parece fazer sentido e vamos acompanhando aquela jornada com sorriso nos lábios. Não há apelação e tudo parece muito honesto e divertido.
Peca, no entanto, na utopia. Ainda que despretensioso e com valores estabelecidos, o filme acaba criando um mundo fantástico onde tudo é instantâneo e gera a falsa impressão de que é muito fácil viralizar na rede. Tudo parece um grande exagero, desde a repercussão da crítica, passando pela briga, até as consequências, inclusive positivas dos próprios passos do Chef Casper.
O roteiro também parece sofrer de um certo problema de economia narrativa ao não dosar bem as etapas. A parte final da trama soa apressada, pouco desenvolvida, quase um susto, que torna tudo ainda mais irreal. Há uma questão moralista que também pode incomodar, ainda mais depois de uma jornada tão nonsense com o clima latino, a improvisação e até mesmo uma criança trabalhando, não nos convencem tão bem do desprendimento da personagem de Sofía Vergara em deixar o filho embarcar nessa.
Ainda assim, o filme nos convence. A jornada é divertida, as músicas são contagiantes, as comidas parecem deliciosas. E Carl Casper é um bom personagem. É carismático e fácil de torcer. Nos sentimos próximos dele. Suas motivações são bem construídas. E a direção ajuda, com uma montagem ágil que dá ritmo à ação e não o deixa cair. A gente vai se envolvendo, quase sem perceber.
Chef é daqueles filmes que não tem nada demais para nos atrair. Não tem um roteiro genial, nem uma direção marcante, muito menos uma inovação na linguagem. Mas, tem carisma, como uma boa comida latina, cheia de tempero e vida que nos deixa feliz em experimentar.
Chef (Chef, 2014 / EUA)
Direção: Jon Favreau
Roteiro: Jon Favreau
Com: Jon Favreau, John Leguizamo, Emjay Anthony, Sofía Vergara, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson e Dustin Hoffman
Duração: 114 min.
Jon Favreau é Carl Casper um chef de cozinha criativo que é podado pelo dono do restaurante, vivido por Dustin Hoffman. Obrigado a fazer o cardápio de sempre ele é ridicularizado por um crítico gastronômico em seu blog, gerando uma guerra cibernética que o leva a perder o emprego. Sem perspectivas, ele aceita recomeçar a vida no comando de um trailer de comida cubana junto a um amigo e seu filho pequeno.
É uma comédia despretensiosa e cheia de qualidades. É a velha fórmula da superação com uma roupagem nova do universo cibernético e suas maravilhas e tensões. Uma valorização da família e um road movie inusitado. Mas, tudo parece fazer sentido e vamos acompanhando aquela jornada com sorriso nos lábios. Não há apelação e tudo parece muito honesto e divertido.
Peca, no entanto, na utopia. Ainda que despretensioso e com valores estabelecidos, o filme acaba criando um mundo fantástico onde tudo é instantâneo e gera a falsa impressão de que é muito fácil viralizar na rede. Tudo parece um grande exagero, desde a repercussão da crítica, passando pela briga, até as consequências, inclusive positivas dos próprios passos do Chef Casper.
O roteiro também parece sofrer de um certo problema de economia narrativa ao não dosar bem as etapas. A parte final da trama soa apressada, pouco desenvolvida, quase um susto, que torna tudo ainda mais irreal. Há uma questão moralista que também pode incomodar, ainda mais depois de uma jornada tão nonsense com o clima latino, a improvisação e até mesmo uma criança trabalhando, não nos convencem tão bem do desprendimento da personagem de Sofía Vergara em deixar o filho embarcar nessa.
Ainda assim, o filme nos convence. A jornada é divertida, as músicas são contagiantes, as comidas parecem deliciosas. E Carl Casper é um bom personagem. É carismático e fácil de torcer. Nos sentimos próximos dele. Suas motivações são bem construídas. E a direção ajuda, com uma montagem ágil que dá ritmo à ação e não o deixa cair. A gente vai se envolvendo, quase sem perceber.
Chef é daqueles filmes que não tem nada demais para nos atrair. Não tem um roteiro genial, nem uma direção marcante, muito menos uma inovação na linguagem. Mas, tem carisma, como uma boa comida latina, cheia de tempero e vida que nos deixa feliz em experimentar.
Chef (Chef, 2014 / EUA)
Direção: Jon Favreau
Roteiro: Jon Favreau
Com: Jon Favreau, John Leguizamo, Emjay Anthony, Sofía Vergara, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson e Dustin Hoffman
Duração: 114 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Chef
2014-08-30T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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