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Adam Sandler virou sinônimo de filme ruim, já é quase bullying da crítica. E Chris Columbus, infelizmente, está indo pelo mesmo caminho. Mas, no caso de Pixels, o maior problema é mesmo o roteiro escrito por Tim Herlihy e Timothy Dowling que consegue estragar um argumento interessante com um grande potencial.
Em 1982, houve um campeonato mundial de Fliperama. E a Nasa gravou o evento para enviar ao espaço junto com uma compilação de vídeos sobre a nossa cultura na época. A ideia era fazer contato com alguma forma alienígena que pudesse existir, o problema é que os aliens interpretaram isso como uma declaração de guerra interplanetária e produziram os elementos dos videogames na realidade, invadindo o nosso planeta.
A premissa é interessante. A ideia de videogames dos anos oitenta invadindo nosso planeta é divertida e visualmente empolgante. Não por acaso o curta-metragem de Patrick Jean que inspirou o filme é tão divertido. O problema ao desenvolver essa história foi que faltou trabalhar melhor o conflito, faltou planejar melhor a estrutura narrativa e faltou um diálogo mais caprichado.
Nem vou me ater ao fato do clichê e requentamento de ideias que vem desde Independence Day. O nerd loser que se torna herói também é algo extremamente batido. Mas, também não é esse o maior problema. Os problemas do roteiro estão na concepção em si do conflito e dos personagens, nada parece se encaixar completamente. Muito dessa construção é pura piada e ironia, é verdade, como o fato de o cara que não servia para nada ser o presidente da república. Mas, o exagero na construção do personagem de Adam Sandler força a barra no estereótipo, assim como o garoto-prodígio. Isso sem falar do "mafioso" Eddie Plant que só não é pior porque Peter Dinklage é muito bom ator.
Mas, o exagero é a tônica da construção dos personagens, assim como a trama é a coisa mais rasa possível. Como um videogame dos anos 80. Não há uma trama, conflito ou personagens complexos. É simplesmente uma estrutura básica de missão e padrão lógico. Pac Man come os pontinhos enquanto os fantasmas o atacam, Donkey Kong joga barril enquanto o Mário tenta subir a plataforma. As naves atacam do céu e você tem que atirar da terra. Então, é assim, aliens atacam e nerds tem que revidar para salvar o planeta.
Seria divertido e nostálgico até, se o filme assumisse apenas isso. A diversão engraçada de misturar os Pixels com a realidade em um grande fliperama em live action. Até porque os efeitos especiais são muito bons. Ver o Pac Man comendo Nova York, por exemplo, é um barato. Assim como a Centopeia passeando por Londres. Mas, o roteiro de Tim Herlihy e Timothy Dowling insiste nessa jornada do herói fracassado em sua trajetória de redenção. E ainda pincela com romances forçados e tolos.
Como se não bastasse tudo isso, os diálogos são tolos e forçados, com piadas forçadas e situações vexatórias como a primeira sequência de Adam Sandler na Casa Branca. Da trama do presidente, por sinal, só tem uma certa graça a referência a George Bush lendo para as crianças e brincando com bolo enquanto o mundo pega fogo. Já sua conversa com a primeira ministra britânica é qualquer coisa de esquecível.
Chris Columbus até tenta, a direção do filme não é ruim. O ritmo é ágil, os efeitos são muito bons. Mas, o roteiro não ajuda. Concentrando-se na nostalgia dos anos 80 e nas cenas de ação, o filme consegue te divertir. Mas, é também muito fácil de de irritar em diversos aspectos. Destaque ainda para os créditos com o resumo da trama em Pixels.
Pixels (Pixels, 2015 / EUA)
Direção: Chris Columbus
Roteiro: Tim Herlihy, Timothy Dowling
Com: Adam Sandler, Kevin James, Michelle Monaghan, Peter Dinklage, Josh Gad
Duração: 106 min.
Em 1982, houve um campeonato mundial de Fliperama. E a Nasa gravou o evento para enviar ao espaço junto com uma compilação de vídeos sobre a nossa cultura na época. A ideia era fazer contato com alguma forma alienígena que pudesse existir, o problema é que os aliens interpretaram isso como uma declaração de guerra interplanetária e produziram os elementos dos videogames na realidade, invadindo o nosso planeta.
A premissa é interessante. A ideia de videogames dos anos oitenta invadindo nosso planeta é divertida e visualmente empolgante. Não por acaso o curta-metragem de Patrick Jean que inspirou o filme é tão divertido. O problema ao desenvolver essa história foi que faltou trabalhar melhor o conflito, faltou planejar melhor a estrutura narrativa e faltou um diálogo mais caprichado.
Nem vou me ater ao fato do clichê e requentamento de ideias que vem desde Independence Day. O nerd loser que se torna herói também é algo extremamente batido. Mas, também não é esse o maior problema. Os problemas do roteiro estão na concepção em si do conflito e dos personagens, nada parece se encaixar completamente. Muito dessa construção é pura piada e ironia, é verdade, como o fato de o cara que não servia para nada ser o presidente da república. Mas, o exagero na construção do personagem de Adam Sandler força a barra no estereótipo, assim como o garoto-prodígio. Isso sem falar do "mafioso" Eddie Plant que só não é pior porque Peter Dinklage é muito bom ator.
Mas, o exagero é a tônica da construção dos personagens, assim como a trama é a coisa mais rasa possível. Como um videogame dos anos 80. Não há uma trama, conflito ou personagens complexos. É simplesmente uma estrutura básica de missão e padrão lógico. Pac Man come os pontinhos enquanto os fantasmas o atacam, Donkey Kong joga barril enquanto o Mário tenta subir a plataforma. As naves atacam do céu e você tem que atirar da terra. Então, é assim, aliens atacam e nerds tem que revidar para salvar o planeta.
Seria divertido e nostálgico até, se o filme assumisse apenas isso. A diversão engraçada de misturar os Pixels com a realidade em um grande fliperama em live action. Até porque os efeitos especiais são muito bons. Ver o Pac Man comendo Nova York, por exemplo, é um barato. Assim como a Centopeia passeando por Londres. Mas, o roteiro de Tim Herlihy e Timothy Dowling insiste nessa jornada do herói fracassado em sua trajetória de redenção. E ainda pincela com romances forçados e tolos.
Como se não bastasse tudo isso, os diálogos são tolos e forçados, com piadas forçadas e situações vexatórias como a primeira sequência de Adam Sandler na Casa Branca. Da trama do presidente, por sinal, só tem uma certa graça a referência a George Bush lendo para as crianças e brincando com bolo enquanto o mundo pega fogo. Já sua conversa com a primeira ministra britânica é qualquer coisa de esquecível.
Chris Columbus até tenta, a direção do filme não é ruim. O ritmo é ágil, os efeitos são muito bons. Mas, o roteiro não ajuda. Concentrando-se na nostalgia dos anos 80 e nas cenas de ação, o filme consegue te divertir. Mas, é também muito fácil de de irritar em diversos aspectos. Destaque ainda para os créditos com o resumo da trama em Pixels.
Pixels (Pixels, 2015 / EUA)
Direção: Chris Columbus
Roteiro: Tim Herlihy, Timothy Dowling
Com: Adam Sandler, Kevin James, Michelle Monaghan, Peter Dinklage, Josh Gad
Duração: 106 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Pixels
2015-08-01T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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