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Sobrenatural: A Origem
Sobrenatural: A Origem
O terceiro filme da série Insidious retorna ao passado, para nos explicar a origem de algumas questões. Mas, elas são apenas uma desculpa para manter a médium Elise em mais uma história sobrenatural, cheia de sustos e vazia em sua essência. O que é uma pena.
Esqueçam a família Lambert, a situação aqui se passa na casa da família Brenner, ou melhor, com a jovem Quinn Brenner. Querendo se comunicar com a mãe falecida, ela acaba despertando algum ser das sombras e coisas estranhas vão lhe acontecer, ameaçando sua vida. Para isso, ela vai buscar a ajuda da médium Elise Rainier, mas esta ainda não está preparada para sua jornada de caça-fantasmas.
O primeiro filme da franquia chamou à atenção pela boa construção do suspense e tensão, principalmente na sua primeira parte. Ainda que quando começou a explicar os fenômenos tenha perdido muito do seu fôlego. O segundo filme deu um passo a frente nesse quesito, construindo uma mitologia muito melhor embasada para o "além" e seus personagens desencarnados, doidos para voltar ao mundo dos vivos. Mas, perdeu um pouco na construção do suspense.
Com a desculpa de explicar os fenômenos que vimos nos outros dois filmes, esse terceiro retorna ao passado e acaba perdendo muito da mitologia construída no segundo filme, também não retomando o bom suspense do primeiro. Fica um filme de sustos e construção de efeitos fáceis do terror, sem a atmosfera bem embasada do suspense bem feito. É o velho apaga a luz, coloca um corredor estranho, uma música esquisita e, de repente, um bicho assustador pula na sua frente.
A própria história de Quinn é frágil, principalmente na sua resolução, quando alguns detalhes são revelados e ficamos nos perguntando, "por que não antes?" Aliás são dois momentos assim que demonstram que o roteiro não desenvolveu um conflito com fôlego para os quase cem minutos. Simplesmente não faz sentido tudo aquilo. Parece apenas uma desculpa para manter o tema e explorar um pouco mais o universo que fez tanto sucesso nos outros dois títulos.
Tem ainda a personagem Elise Rainier, a coisa mais interessante de Sobrenatural desde o primeiro filme. Retornar no tempo foi a forma que o roteirista Leigh Whannell encontrou para explorar sua melhor personagem e contar um pouco mais de sua própria história. Há traços ali da sábia médium que vemos nos outros dois filmes, mas aqui ela ainda está em conflito, com medo e sem saber como lidar com algumas questões. Mas, é também interessante para entendermos como algumas personagens entraram em sua vida.
E por falar no roteirista Leigh Whannell, aqui ele assume a direção da obra, primeira vez nessa função e, talvez por isso, o filme acabe pecando nesse quesito. O olhar que James Wan deu aos outros dois filmes, aqui se torna um exercício bobo de susto sem criatividade. O trabalho perde em pensamento audiovisual, segue como uma fórmula de manual de filmes de terror, com todas as decupagens clichês. Nada nos surpreende de fato.
Mas, paradoxalmente, Sobrenatural 3 funciona enquanto construção de medo. Há momentos em que a pessoa fica tensa, com adrenalina em alta e toma sustos. O problema é que quanto ele passa, fica também o vazio, como uma descida de montanha-russa. Você grita, você até se diverte, mas, quando o trenzinho pára, você já esqueceu. Não há nada para pensar ou discutir. Agora, se é tudo o que você quer, vale o passeio.
Sobrenatural: A Origem (Insidious: Chapter 3, 2015 / EUA)
Direção: Leigh Whannell
Roteiro: Leigh Whannell
Com: Dermot Mulroney, Stefanie Scott, Angus Sampson, Lin Shaye
Duração: 97 min.
Esqueçam a família Lambert, a situação aqui se passa na casa da família Brenner, ou melhor, com a jovem Quinn Brenner. Querendo se comunicar com a mãe falecida, ela acaba despertando algum ser das sombras e coisas estranhas vão lhe acontecer, ameaçando sua vida. Para isso, ela vai buscar a ajuda da médium Elise Rainier, mas esta ainda não está preparada para sua jornada de caça-fantasmas.
O primeiro filme da franquia chamou à atenção pela boa construção do suspense e tensão, principalmente na sua primeira parte. Ainda que quando começou a explicar os fenômenos tenha perdido muito do seu fôlego. O segundo filme deu um passo a frente nesse quesito, construindo uma mitologia muito melhor embasada para o "além" e seus personagens desencarnados, doidos para voltar ao mundo dos vivos. Mas, perdeu um pouco na construção do suspense.
Com a desculpa de explicar os fenômenos que vimos nos outros dois filmes, esse terceiro retorna ao passado e acaba perdendo muito da mitologia construída no segundo filme, também não retomando o bom suspense do primeiro. Fica um filme de sustos e construção de efeitos fáceis do terror, sem a atmosfera bem embasada do suspense bem feito. É o velho apaga a luz, coloca um corredor estranho, uma música esquisita e, de repente, um bicho assustador pula na sua frente.
A própria história de Quinn é frágil, principalmente na sua resolução, quando alguns detalhes são revelados e ficamos nos perguntando, "por que não antes?" Aliás são dois momentos assim que demonstram que o roteiro não desenvolveu um conflito com fôlego para os quase cem minutos. Simplesmente não faz sentido tudo aquilo. Parece apenas uma desculpa para manter o tema e explorar um pouco mais o universo que fez tanto sucesso nos outros dois títulos.
Tem ainda a personagem Elise Rainier, a coisa mais interessante de Sobrenatural desde o primeiro filme. Retornar no tempo foi a forma que o roteirista Leigh Whannell encontrou para explorar sua melhor personagem e contar um pouco mais de sua própria história. Há traços ali da sábia médium que vemos nos outros dois filmes, mas aqui ela ainda está em conflito, com medo e sem saber como lidar com algumas questões. Mas, é também interessante para entendermos como algumas personagens entraram em sua vida.
E por falar no roteirista Leigh Whannell, aqui ele assume a direção da obra, primeira vez nessa função e, talvez por isso, o filme acabe pecando nesse quesito. O olhar que James Wan deu aos outros dois filmes, aqui se torna um exercício bobo de susto sem criatividade. O trabalho perde em pensamento audiovisual, segue como uma fórmula de manual de filmes de terror, com todas as decupagens clichês. Nada nos surpreende de fato.
Mas, paradoxalmente, Sobrenatural 3 funciona enquanto construção de medo. Há momentos em que a pessoa fica tensa, com adrenalina em alta e toma sustos. O problema é que quanto ele passa, fica também o vazio, como uma descida de montanha-russa. Você grita, você até se diverte, mas, quando o trenzinho pára, você já esqueceu. Não há nada para pensar ou discutir. Agora, se é tudo o que você quer, vale o passeio.
Sobrenatural: A Origem (Insidious: Chapter 3, 2015 / EUA)
Direção: Leigh Whannell
Roteiro: Leigh Whannell
Com: Dermot Mulroney, Stefanie Scott, Angus Sampson, Lin Shaye
Duração: 97 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Sobrenatural: A Origem
2015-08-17T08:31:00-03:00
Amanda Aouad
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