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Quero Ser Grande

Quero Ser Grande - filmeClássico da "Sessão da Tarde", é a primeira coisa que vem a mente para definir Quero Ser Grande, mas o filme de Penny Marshall é mais do que isso, revê-lo depois de tanto tempo demonstra como ele envelheceu bem e ainda funciona.

A trama é bastante simples, Josh, um garotinho de treze anos se sente inferior em sua ida ao parque de diversões porque não pode entrar em um brinquedo e ainda passa vergonha na frente da garota da escola que ele gosta. Ele quer crescer logo, não quer passar por aquela fase chata de início da adolescência. Ele, então, faz um pedido a uma máquina de desejos chamada Zoltar e, de repente, acorda adulto.

Quero Ser Grande - filmeO filme é, então, uma jornada de amadurecimento, mas é também um retorno a inocência da infância, afinal, Josh consegue encantar todos à sua volta, principalmente o dono da empresa, MacMillan e a empresária Susan. Ele desperta a criança interior deles, demonstrando que a vida pode ser mais simples e divertida. Assim como demonstra que, para pensar brinquedos, é preciso pensar como criança.

Claro que há aí uma grande licença poética no roteiro, afinal, Josh consegue o emprego de uma maneira bastante nonsense. Em um mundo real seria difícil ele ser contratado com dados errados em sua ficha de inscrição. Ser promovido a vice-presidente de produção é mais plausível apesar de tudo, afinal, o dono gostou dele e ele pode fazer o que quiser com sua empresa. Tem em sua trajetória inclusive uma questão instigante, que é o fato de dar voz a uma criança, sem saber que ela o é, traz o ensinamento para não menosprezarmos os pequenos, mas também o perigo de parecer que é fácil.

Quero Ser Grande - filmeEsse ponto acaba sendo corrigido com a própria trajetória de Josh e seu aprendizado do que é o mundo adulto. É interessante ver que ele vai amadurecendo, mas também sente falta da vida de criança. Cada detalhe é bem construído, sua postura deslumbrada que vai se tornando stress e preocupação. Suas roupas inusitadas que vão se tornando sóbrias com terno marrom ou preto. Seus interesses, trocando inclusive a companhia do amigo por Susan.

Quero Ser Grande - filmeE em tudo isso, é preciso destacar o ótimo trabalho de Tom Hanks que não era ainda o reconhecido ator de três Oscars, mas já demonstrava aqui um grande talento. Interpretar uma criança de treze anos não é fácil. E interpretá-la nessa profusão de emoções é incrível. Nos pequenos gestos, podemos reconhecer seu trabalho e ele acaba ficando parecido com o jovem ator na época David Moscow.

O filme traz ainda alguns detalhes visuais muito interessantes e um humor irônico divertido. Temos, por exemplo, o adesivo "I love New York" no espelho do quarto do sinistro hotel em que Josh fica e a câmera ainda dá destaque nele quando ouve-se um tiro. Tem ainda os dois empresários discutindo que ninguém ouviu falar de Josh enquanto toma um leite com a foto do garoto como desaparecido. São detalhes assim que vão enriquecendo a trama, além de inúmeras outras nos diálogos que acabam virando duplo sentido como "eu fico em cima". Isso sem falar da clássica cena do piano que já analisamos aqui e merece todos os destaques.

Quero Ser Grande é mesmo um clássico moderno. Um filme divertido, bem construído, coerente em sua premissa e com ótimas atuações. Daqueles que vale sempre relembrar.


Quero Ser Grande (Big, 1988 / EUA)
Direção: Penny Marshall
Roteiro: Gary Ross, Anne Spielberg
Com: Tom Hanks, Elizabeth Perkins, Robert Loggia
Duração: 104 min.

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