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Carrossel 2: O Sumiço de Maria Joaquina

Carrossel 2: O Sumiço de Maria Joaquina - filme

Na época do lançamento de Carrossel, primeiro filme baseado na telenovela de mesmo nome, eu disse que não era um filme ruim. Tinha um público específico e funcionava dentro da proposta, principalmente por causa das crianças. O problema eram os vilões e sua trama sem sentido. Pois bem, parece que para o segundo filme, resolveram pegar o que era de ruim e ampliar, criando uma obra sofrível.

As crianças, que não são mais tão crianças, continuam sendo o ponto alto da obra. E não se enganem, é por elas que as milhares de crianças e adolescentes vão lotar os cinemas. O problema é que o roteiro de Márcio Alemão Delgado não as deixa brilhar, criando uma trama absurda de vingança e atrapalhações que não fazem o menor sentido, nem tem a menor graça. Se os vilões vividos por Paulo Miklos e Oscar Filho queriam fazer as crianças sofrerem, conseguiram, dentro e fora da tela, provavelmente.

Carrossel 2: O Sumiço de Maria Joaquina - filmeTudo começa quando eles saem da prisão com um plano de vingança. Ao mesmo tempo, uma amiga de infância da professora Helena que agora é uma pop star, convida as crianças para uma apresentação musical ao lado dela. Durante os ensaios, no entanto, Maria Joaquina é sequestrada e as crianças terão que cumprir diversas provas para que a amiga não sofra nas mãos dos bandidos.

A trama sem pé nem cabeça fica ainda pior com as provas que vão desde dançar "pintinho amarelinho" no meio da rua para conseguir dinheiro até enfrentar o time de futsal do Brasil com direito a participação de Falcão e tudo. Tudo isso com a professora Helena ao lado, acompanhando a jornada.

Os poucos momentos divertidos são quando os jovens conseguem construir alguma relação entre eles. Seja brincando, dançando, provocando ou mesmo paquerando uns aos outros. Não por acaso, o clipe final é o verdadeiro clímax do filme e único momento em que demonstra que Carrossel ainda tem potencial.

Carrossel 2: O Sumiço de Maria Joaquina - filmePorque a verdade é que essa é uma geração com poucas referências infantis. Não temos mais apresentadoras-símbolo, nem mesmo grupos mirins que serviam de reflexo da infância e pré-adolescência, como tivemos em diversas épocas desde Balão Mágico, passando por Trem da Alegria, Sandy Júnior, Chiquititas e claro, o próprio Carrossel. Ainda existem referências internacionais, principalmente em novelinhas da Disney, mas o Brasil está cada vez mais longe de produtos assim.

Referências locais são importantes, pois torna as crianças mais próximas de seus ídolos. Elas podem ir a shows, conhecer as personalidades, vê-las em programas de auditório. Enfim, construir uma relação, ainda que virtual. Talvez por isso, mesmo já com crianças adolescentes, Carrossel ainda seja uma referência a ser explorada em filmes ou programas de televisão.

Uma pena, no entanto, que os produtores dos filmes não compreendam isso e insistam em tramas bobas de vilões caricatos que descaracterizam aquilo que as crianças querem ver em tela. Não precisava muito, mas também não precisava ser desrespeitoso com a inteligência dos pequenos. Criar tramas para crianças não é criar tramas sem embasamento. A Pixar já nos provou que é possível fazer filme infantil que agradem até adultos.


Carrossel 2: O Sumiço da Maria Joaquina (2016 / Brasil)
Direção: Mauricio Eça
Roteiro: Márcio Alemão Delgado
Com: Larissa Manoela, Jean Paulo Campos, Maísa Silva, Lucas Santos, Nicholas Torres, Matheus Ueta, Guilherme Seta, Fernanda Concon, Stefany Vaz, Thomaz Costa, Rosanne Mulholland, Paulo Miklos, Miá Mello, Elke Maravilha, Oscar Filho
Duração: 93 min.

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