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Acertando o Passo
Acertando o Passo
Dizem que envelhecer é uma arte. Porém, às vezes, a gente percebe que dedicou muito tempo em coisas de pouca importância e quase nenhum naquilo que realmente nos realizava. Diversos filmes já foram feitos com essa premissa, demonstrando que é sempre possível correr atrás do que realmente importa. Acertando o Passo traz algo disso, ainda que seu roteiro não desenvolva tão bem o tema.
A personagem de Imelda Staunton, Lady Sandra Abbott, acredita ter uma vida perfeita. Mas ao descobrir que seu marido a trai com sua melhor amiga, ela tem que buscar ajuda de sua irmã mais velha Bif, vivida por Celia Imrie, com quem não falava há anos, redescobrindo pequenos prazeres da vida. Dentre eles a dança, participando com a irmã de um grupo de dança comunitária, que lhe trará ótimos momentos.
Há uma leveza em Acertando o Passo que está na premissa e no próprio título. "Finding Your Feet" é uma expressão que se traduz exatamente no desejo da protagonista em se encontrar novamente na vida, sentindo-se confiante para continuar sua trajetória. E com as inúmeras cenas de dança, temos uma sensação gostosa de que a vida pode ser melhor do que os seus problemas. Ainda mais por termos um grupo de idosos dançando, divertindo-se e buscando novos rumos, demonstrando que estão vivos e tem desejos como qualquer jovem.
Esse sentimento genuíno com um elenco tão competente nos traz para dentro da tela. Há um sentimento gostoso de acompanhar aquelas personagens como parentes próximos, mesmo que em realidades tão distantes. O filme fala de sonhos, de desejos e dores com tanta verdade que acaba sendo impossível não se envolver emocionalmente, mesmo que com arco dramático tão previsível e clichê.
O roteiro é clichê como toda comédia romântica e a sensação de mais uma história descartável ao final da projeção acaba sendo inevitável. Mas os roteiristas conseguem nos trazer uma trama coerente com a idade de suas personagens, destacando doenças e dificuldades de um corpo não jovem, mas também quebrando o estereótipo de fim da vida, com pessoas ativas sexualmente e capazes de atividades físicas como a dança ou mesmo a natação. É encantador como as personagens não perdem a capacidade de sonhar e planejar o futuro.
Richard Loncraine parece não se esforçar para fazer algo especial, mas sua direção é precisa ao deixar que essas personagens falem e se divirtam em tela. Há algumas cenas extremamente belas, principalmente as que envolvem as irmãs em Roma. Os números musicais também são bem orquestrados, dosando a grandiosidade de um espetáculo com a capacidade real de pessoas comuns, mas que treinam a dança diariamente.
Acertando o Passo acaba sendo um filme gostoso de assistir. Por mais clichê que seja sua trama, com arcos previsíveis e situações quase tolas. Mesmo com uma certa dose de exagero em algumas emoções. Ainda assim, ela consegue evocar emoções verdadeiras e nos faz embarcar em sua história, nos importando com suas personagens. E acaba valendo a experiência.
Acertando o Passo (Finding Your Feet, 2018 / Reino Unido)
Direção: Richard Loncraine
Roteiro: Meg Leonard, Nick Moorcroft
Com: Imelda Staunton, Joanna Lumley, Celia Imrie, Timothy Spall
Duração: 101 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Acertando o Passo
2018-05-15T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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