![Selton Mello Selton Mello](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9oS-PDZ6yPUQYL8bp4ZWfOxhT12R5w3bh2j48Xr8EkM1FRb9syfjaYuAvKWlIM9MAp8Aul15GdTiWZu06pryuWCt73eJMMKHy37gmmpoem0dh_0q09G36cYBwV7wANhajtMfRYYzmue8/s1600/federal_2.jpg)
Pelo menos para uma coisa serve o filme Federal: ficamos conhecendo os pais do Capitão Nascimento. Afinal, o comandante da Polícia Federal, vivido por Carlos Alberto Riccelli, está com a esposa grávida e para que ninguém duvide da referência óbvia a situação de Nascimento no primeiro Tropa de Elite, o nome do bebê que está para nascer é Betinho. Para quem não ligou o nome à pessoa, Roberto é o primeiro nome de Nascimento. Toda essa piada é para deixar claro que não tem como levar a sério o filme de Erik de Castro.
Apesar de Selton Mello e Cesario Augusto, que bem poderia ser apelidado de
Machete brasileiro, o filme não se sustenta. Não tem história, não tem ritmo, não tem personagens bem construídos e nem mesmo nos apresenta esses personagens que vamos pescando durante a ação. O filme nos deixa tão perdidos que ficamos em dúvida de qual o protagonista e qual o objetivo daquilo. Só tive certeza de que Daniel, vivido por Selton Mello era o protagonista do filme, pelo seu final, até porque boa parte do filme seguimos Carlos Alberto Riccelli e seu "drama" de pegar o traficante Beque Batista, vivido pelo quase esquecido Eduardo Dusek. Não sei onde Michael Madsen estava com a cabeça quando aceitou vir ao Brasil para pagar esse mico. Mais canastrão impossível, tomando café e procurando prostitutas. Saudade da dança da orelhinha em
Cães de Aluguel.
![Selton Mello e Carolina Gómez Selton Mello e Carolina Gómez](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtU-JhEzhCA5ldEO2fEEBYfiFDtG3cRtdDxOY9kmrO-9EZL6OiRYHEOlmtZa-3uVfWnp41-CpM9DvepFoX0EG54YZP_ToIuO5nmphAOeM-FWh3XHrWjyGGaDiIB-GLSbDecxDOrUZWz_k/s320/federal_sexo.jpg)
A coisa é tão feia que posso afirmar que Carlos Alberto Riccelli não é nem um dos piores atores em cena. Há cenas que são verdadeiras vergonhas. Coisas absurdas como a perseguição inicial ao capoeirista ou a batida em uma "boca" na madrugada. Quanto à cena do saco... Acho melhor fazer um minuto de silêncio para a situação mais artificial que já vi. Se é para copiar, copia direito. Christovam Netto, que faz o torturador Rocha, não consegue convencer ninguém de que está interrogando alguém. É um roteiro tão sem pé nem cabeça que ele simplesmente fala: me diz alguma coisa. Alguma coisa o quê? Do que ele desconfia? O que ele quer saber? Não há uma situação pensada, a cena quer apenas mostrar que ele tortura usando o saco. Só melhora um pouquinho quando Selton Mello chega e xinga dizendo que a ditadura já acabou em mais uma cena gratuita.
Nem vou falar da gratuidade das cenas de sexo, porque muito marmanjo vai dizer que as sequências com a colombiana Carolina Gómez salvam o filme. Agora tem uma curiosidade, uma cena de sexo com uma mulher grávida. Não que ache isso bonito ou feio, apenas incomum em filmes. Já a cena de Rocha e sua "loira" é uma das coisas mais lamentáveis que já vi na vida.
![Federal Federal](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitO7OhDNzyd4J1x9r7yk2LT2gHQEmQaYAu4qsvUMSi_sRNDTVc_SFriGRYSt61slVvotWYq3K4T89tTyEHF8hG0uDFyhrG3-IysXJBG6vZKGmNZq1FOPMJ4FKDkPbkSQetNqHRq3Tj_4g/s320/Federal.jpg)
Ainda assim, essa pérola do nosso cinema consegue não ser pior que
Segurança Nacional, apesar deste ter história para contar. Federal é absurdo porque vai do nada a lugar nenhum, mas pelo menos tem algumas boas atuações. Entenda isso como Selton Mello e Cesario Augusto. E tem uma situação mais real do que terroristas jogando bomba atômica na Amazônia. Lamentável que, com tantas boas produções, ainda somos brindados com coisas como essa.
Ah, e antes que alguém pergunte qual a história. Deixo a sinopse oficial, só ela para explicar um pouco do que seria a trama: "Dani (Selton Mello), agente especial da Polícia Federal, une-se ao delegado Vital (Carlos Alberto Riccelli) e outros homens do grupo de elite do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal para caçarem o playboy Carlos Beque Batista (Eduardo Dusek), responsável por colocar a cidade de Brasília na rota do tráfico internacional de cocaína."