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O Menino que Queria Ser Rei
O Menino que Queria Ser Rei
O filme O Menino que Queria Ser Rei (2019), dirigido por Joe Cornish, é uma aventura contemporânea que tenta reimaginar a lenda do Rei Arthur para uma nova geração. A trama gira em torno de Alex, interpretado por Louis Ashbourne Serkis, um garoto comum que vive em Londres com sua mãe e descobre a lendária espada Excalibur. A partir desse momento, Alex embarca em uma jornada épica para enfrentar a ameaça de Morgana, interpretada por Rebecca Ferguson, que deseja retomar seu poder e mergulhar o mundo na escuridão.
A atuação de Louis Ashbourne Serkis, filho de Andy Serkis, é cativante, conseguindo capturar a inocência e a coragem necessárias para um herói juvenil. Seu desempenho é apoiado por Angus Imrie, que interpreta a versão jovem de Merlin, trazendo uma energia peculiar e um toque de humor à narrativa. No entanto, a escolha de ter Patrick Stewart como a versão mais velha de Merlin é subutilizada, deixando-nos a desejar mais cenas.
Joe Cornish, conhecido por seu trabalho em Ataque ao Prédio, traz uma direção competente, mas que peca pela falta de ousadia. O filme segue a fórmula clássica da jornada do herói, sem grandes surpresas ou inovações. Apesar disso, Cornish consegue criar momentos de emoção e diversão, especialmente nas cenas de batalha e nos confrontos com os cavaleiros zumbis de Morgana.
O ponto alto do filme é, sem dúvida, a forma como ele combina elementos da mitologia arturiana com a realidade contemporânea de Londres. A espada Excalibur, fincada em um terreno abandonado, e as batalhas épicas em cenários urbanos, como a escola de Alex, são exemplos de como a fantasia e a realidade se entrelaçam de maneira criativa.
No entanto, O Menino que Queria Ser Rei também tem seus pontos fracos. A narrativa é simplista e os diálogos são muitas vezes óbvios. Além disso, alguns personagens secundários, como os valentões Lance e Kaye, interpretados por Tom Taylor e Rhianna Dorris, são desenvolvidos de maneira superficial, contribuindo pouco para a profundidade da história.
A escolha de Rebecca Ferguson como Morgana é um grande acerto, mas sua personagem é subaproveitada, passando boa parte do tempo no plano das ideias e só se tornando uma ameaça tangível no clímax do filme. Isso diminui o impacto de sua vilania e torna a resolução do conflito muito menor do que poderia ser.
Em termos de design de produção, o filme é uma mistura de acertos e erros. Enquanto alguns elementos, como a espada Excalibur, são bem elaborados, outros, como as armaduras dos heróis, são decepcionantemente básicas. A trilha sonora, embora eficiente em criar a atmosfera necessária, não se destaca.
Apesar de suas falhas, O Menino que Queria Ser Rei tem um certo charme e cumpre o papel de apresentar a lenda do Rei Arthur a uma nova geração. A simplicidade da história e a clara divisão entre o bem e o mal tornam o filme acessível para crianças, embora seja raso para adultos. No fim das contas, é uma aventura agradável e nostálgica que talvez se torne, um dia, daqueles clássicos divertidos e mágicos para toda a família da Sessão da Tarde que gostamos de lembrar.
O Menino Que Queria Ser Rei (The Kid Who Would Be King, 2019 / Reino Unido)
Direção: Joe Cornish
Roteiro: Joe Cornish
Com: Louis Ashbourne Serkis, Denise Gough, Nathan Stewart-Jarrett, Patrick Stewart, Rebecca Ferguson, Dean Chaumoo, Tom Taylor, Rhianna Dorris, Angus Imrie, Noma Dumezweni, Mark Bonnar
Duração: 120 min.

Ari Cabral
Bacharel em Publicidade e Propaganda, profissional desde 2000, especialista em tratamento de imagem e direção de arte. Com experiência também em redes sociais, edição de vídeo e animação, fez ainda um curso de crítica cinematográfica ministrado por Pablo Villaça. Cinéfilo, aprendeu a ser notívago assistindo TV de madrugada, o único espaço para filmes legendados na TV aberta.
O Menino que Queria Ser Rei
2024-10-04T08:30:00-03:00
Ari Cabral
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