Por uma vida melhor
Qual o melhor lugar para se criar um filho? Burt Farlander e Verona De Tessant estão no sexto mês de gravidez e acreditam estar construindo um lar em Denver (Colorado), por estarem próximos aos pais de Burt. Acontece que Jerry e Gloria, vividos por Jeff Daniels e Catherine O´Hara resolvem se mudar de repente para Bélgica. Sozinhos em um momento tão importante, Burt e Verona resolvem visitar parentes e amigos a procura de um lar ideal para criarem seu primogênito. Nasce assim um drama road movie com atmosfera indie dirigido com muita sensibilidade por Sam Mendes.
Desde que surgiu com o devastador Beleza Americana, Sam Mendes expõe as malezas da classe média do país, sempre com dramas ácidos, sarcásticos e devastadores como Foi Apenas um Sonho. Agora, aproveitando o roteiro do casal Dave Eggers e Vendela Vida, constrói um filme mais leve. Nem por isso, deixa de ser repleto de críticas a sociedade que nos formamos. Burt e Verona, vividos maravilhosamente bem pelos atores John Krasinski e Maya Rudolph, mais conhecidos por seus papéis nas séries The Office e Saturday Night Live, são um casal apaixonante. Acompanhamos sua jornada que passa Phoenix, Madison, Miami e Montreal encontrando famílias e situações das mais esdrúxulas. Há uma crítica clara à loucura que se tornou a sociedade atual, com diversos estilos.
A beleza da construção da história está na forma como o casal carente procura o apoio em amigos e parentes que nunca mais viram e vão percebendo que cada um tem um problema, uma mania, um comportamento de fuga, um ritual próprio que não os faz encaixar naquela rotina. Como diz a sinopse, essa jornada irá mostrar a ambos o verdadeiro significado de um lar. Pode parecer frase feita, mas é verdade. O filme é sensível ao construir essa descoberta, nos envolvendo e emocionando com a resolução. É daqueles filmes que ficam em nossa memória.
Um ponto forte é a trilha musical, repleta de canções clássicas ou desconhecidas, que se encaixam perfeitamente com o momento em que são inseridas na trama. Temos vários momentos que se assemelham a clipes musicais, que acrescentam à história e o drama vivido, dando o ar ainda mais independente do projeto. É tudo bem dosado, humor, drama, situações surreais, emoção surpreendente. Vamos nos envolvendo com a trama, quase nos colocando no banco de carona daquele carro que passeia em busca de um porto seguro.
Sam Mendes não consegue passar em branco, mesmo quando seu filme é desvalorizado pela distribuidora e vai parar nas prateleiras da locadora sem passar pelo cinema. Talvez alguns tenham visto nos Festivais que passou, ainda com a tradução literal do título (Distante nós vamos) ou talvez tenham sido atraídos pela bela capa e o chamariz "do mesmo diretor de Beleza Americana". Não importa. O importante é conferir esse filme e passá-lo no boca a boca, pois é daqueles que merecem ser conhecidos.
Desde que surgiu com o devastador Beleza Americana, Sam Mendes expõe as malezas da classe média do país, sempre com dramas ácidos, sarcásticos e devastadores como Foi Apenas um Sonho. Agora, aproveitando o roteiro do casal Dave Eggers e Vendela Vida, constrói um filme mais leve. Nem por isso, deixa de ser repleto de críticas a sociedade que nos formamos. Burt e Verona, vividos maravilhosamente bem pelos atores John Krasinski e Maya Rudolph, mais conhecidos por seus papéis nas séries The Office e Saturday Night Live, são um casal apaixonante. Acompanhamos sua jornada que passa Phoenix, Madison, Miami e Montreal encontrando famílias e situações das mais esdrúxulas. Há uma crítica clara à loucura que se tornou a sociedade atual, com diversos estilos.
A beleza da construção da história está na forma como o casal carente procura o apoio em amigos e parentes que nunca mais viram e vão percebendo que cada um tem um problema, uma mania, um comportamento de fuga, um ritual próprio que não os faz encaixar naquela rotina. Como diz a sinopse, essa jornada irá mostrar a ambos o verdadeiro significado de um lar. Pode parecer frase feita, mas é verdade. O filme é sensível ao construir essa descoberta, nos envolvendo e emocionando com a resolução. É daqueles filmes que ficam em nossa memória.
Um ponto forte é a trilha musical, repleta de canções clássicas ou desconhecidas, que se encaixam perfeitamente com o momento em que são inseridas na trama. Temos vários momentos que se assemelham a clipes musicais, que acrescentam à história e o drama vivido, dando o ar ainda mais independente do projeto. É tudo bem dosado, humor, drama, situações surreais, emoção surpreendente. Vamos nos envolvendo com a trama, quase nos colocando no banco de carona daquele carro que passeia em busca de um porto seguro.
Sam Mendes não consegue passar em branco, mesmo quando seu filme é desvalorizado pela distribuidora e vai parar nas prateleiras da locadora sem passar pelo cinema. Talvez alguns tenham visto nos Festivais que passou, ainda com a tradução literal do título (Distante nós vamos) ou talvez tenham sido atraídos pela bela capa e o chamariz "do mesmo diretor de Beleza Americana". Não importa. O importante é conferir esse filme e passá-lo no boca a boca, pois é daqueles que merecem ser conhecidos.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Por uma vida melhor
2010-11-10T08:52:00-03:00
Amanda Aouad
critica|drama|Jeff Daniels|John Krasinski|Maggie Gyllenhaal|Sam Mendes|
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