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Ajuste de Contas
Ajuste de Contas
Não se pode dizer que Stallone desiste fácil. Com todas as suas limitações, ele continua investindo em projetos que chamem a atenção, vide a série Os Mercenários. Sete anos após subir ao ringue com um Rocky Balboa sexagenário, ele retorna para outra luta história, dessa vez, resgatando Jake La Motta dos anos 80 em um De Niro com bom humor, mas bem longe de ser um Touro Indomável.
Na verdade, não espere ver nem Rocky nem La Motta, na trama, mas não tem como não fazer associações com os dois intérpretes em um ajuste de contas quase absurdo. Robert De Niro é Billy 'The Kid' McDonnen e Sylvester Stallone é Henry 'Razor' Sharp, dois boxers famosos que há trinta anos eram os maiores rivais do esporte na disputa pelo título mundial dos pesos médios. Até que Razor resolve se aposentar prematuramente, deixando The Kid sem sua revanche.
Este é o mote para a trama de Ajuste de Contas, trinta anos depois, os dois lutadores com mais de sessenta anos, novamente no ringue para uma disputa que não faz muito sentido, mas se torna verossímil graças ao roteiro de Tim Kelleher e Rodney Rothman que discute exatamente isso nos diálogos. E não se leva a sério, brincando com referências de uma maneira inteligente e divertida. Destaque para uma certa cena no açougue.
O alívio cômico, se é que a história ainda precisava disso, deveria ser o personagem de Kevin Hart, o atrapalhado e ganancioso empresário que inventa a luta. Mas, quem rouba a cena é mesmo Alan Arkin como o treinador de Razor, com ótimas cenas seja quando faz piadas inteligentes e irônicas, ou quando chuta o balde, com piadas físicas.
O melodrama também está presente na rivalidade dos dois lutadores que no passado disputaram uma mesma mulher, interpretada por Kim Basinger. Essa sub-trama rende algumas cenas emotivas, principalmente ligadas o filho J.B., interpretado por Jon Bernthal e o neto. Mas, nada que tire o foco do duelo, seja no ringue ou na vida.
The Kid e Razor são o porquê do filme existir. E consegue funcionar bem em seus propósitos. Velhos, porém decididos, treinando, mostrando que ainda podem entrar em forma. Tanto Robert De Niro quanto Sylvester Stallone vestem a camisa da proposta de uma maneira bastante verdadeira. Claro, que De Niro é infinitamente melhor ator que Stallone, mas este consegue dar conta do recado, já que o personagem é feito para ele e o que ele pode render.
A brincadeira com a perda de interesse do boxe e ascensão do MMA também está na trama de uma maneira divertida e inteligente. Seria falso não tocar neste assunto. Aliás, todo o esforço para chamar a atenção para a luta é construída gradativamente, tornando tudo mais fluido, fazendo funcionar. Desde a primeira coletiva de imprensa com todos rindo da piada até o final, não parece forçado.
No final, Ajuste de Contas é um filme divertido. Não chega perto de Rocky, o lutador, nem de Touro Indomável, é verdade. Mas, ainda que requente alguns plots de Rocky Balboa, filme de 2006, tem seus encantos. Agora, boa mesmo é a cena que acontece durante os créditos. Uma piada mais do que divertida, demonstrando que nada disso é mesmo para ser levado muito a sério.
Ajuste de Contas (Grudge Match, 2013 / EUA)
Direção: Peter Segal
Roteiro: Tim Kelleher, Rodney Rothman
Com: Robert De Niro, Sylvester Stallone, Kim Basinger, Alan Arkin
Duração: 113 min.
Na verdade, não espere ver nem Rocky nem La Motta, na trama, mas não tem como não fazer associações com os dois intérpretes em um ajuste de contas quase absurdo. Robert De Niro é Billy 'The Kid' McDonnen e Sylvester Stallone é Henry 'Razor' Sharp, dois boxers famosos que há trinta anos eram os maiores rivais do esporte na disputa pelo título mundial dos pesos médios. Até que Razor resolve se aposentar prematuramente, deixando The Kid sem sua revanche.
Este é o mote para a trama de Ajuste de Contas, trinta anos depois, os dois lutadores com mais de sessenta anos, novamente no ringue para uma disputa que não faz muito sentido, mas se torna verossímil graças ao roteiro de Tim Kelleher e Rodney Rothman que discute exatamente isso nos diálogos. E não se leva a sério, brincando com referências de uma maneira inteligente e divertida. Destaque para uma certa cena no açougue.
O alívio cômico, se é que a história ainda precisava disso, deveria ser o personagem de Kevin Hart, o atrapalhado e ganancioso empresário que inventa a luta. Mas, quem rouba a cena é mesmo Alan Arkin como o treinador de Razor, com ótimas cenas seja quando faz piadas inteligentes e irônicas, ou quando chuta o balde, com piadas físicas.
O melodrama também está presente na rivalidade dos dois lutadores que no passado disputaram uma mesma mulher, interpretada por Kim Basinger. Essa sub-trama rende algumas cenas emotivas, principalmente ligadas o filho J.B., interpretado por Jon Bernthal e o neto. Mas, nada que tire o foco do duelo, seja no ringue ou na vida.
The Kid e Razor são o porquê do filme existir. E consegue funcionar bem em seus propósitos. Velhos, porém decididos, treinando, mostrando que ainda podem entrar em forma. Tanto Robert De Niro quanto Sylvester Stallone vestem a camisa da proposta de uma maneira bastante verdadeira. Claro, que De Niro é infinitamente melhor ator que Stallone, mas este consegue dar conta do recado, já que o personagem é feito para ele e o que ele pode render.
A brincadeira com a perda de interesse do boxe e ascensão do MMA também está na trama de uma maneira divertida e inteligente. Seria falso não tocar neste assunto. Aliás, todo o esforço para chamar a atenção para a luta é construída gradativamente, tornando tudo mais fluido, fazendo funcionar. Desde a primeira coletiva de imprensa com todos rindo da piada até o final, não parece forçado.
No final, Ajuste de Contas é um filme divertido. Não chega perto de Rocky, o lutador, nem de Touro Indomável, é verdade. Mas, ainda que requente alguns plots de Rocky Balboa, filme de 2006, tem seus encantos. Agora, boa mesmo é a cena que acontece durante os créditos. Uma piada mais do que divertida, demonstrando que nada disso é mesmo para ser levado muito a sério.
Ajuste de Contas (Grudge Match, 2013 / EUA)
Direção: Peter Segal
Roteiro: Tim Kelleher, Rodney Rothman
Com: Robert De Niro, Sylvester Stallone, Kim Basinger, Alan Arkin
Duração: 113 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Ajuste de Contas
2014-01-11T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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