
Personagem de uma série de livros criados por
Tom Clancy,
Jack Ryan já passou pelos
cinemas por quatro vezes.
Caçada ao Outubro Vermelho,
Jogos Patrióticos,
Perigo Real e Imediato e
A Soma de Todos os Medos, onde foi interpretado por
Alec Baldwin,
Harrison Ford duas vezes e
Ben Affleck. Agora é a vez de
Chris Pine dar vida ao personagem, mostrando um pouco de sua história antes da CIA e em uma nova missão na
Rússia.
O
filme dirigido por
Kenneth Branagh, de certa maneira, mantem o padrão do personagem, que a exceção de
Caçada ao Outubro Vermelho, resultou sempre em
filmes medianos. Ainda mais em um mundo onde a
espionagem parece ter perdido o charme de outrora. De qualquer maneira, constrói um
suspense envolvente, ainda que sem grandes mistérios, com boas doses de diversão e até cenas de ação bem orquestradas, mesmo que parecidas com diversas outras que já vimos por aí.

Na trama, conhecemos
Jack Ryan como um estudante em Londres, quando presencia pela televisão a queda das Torres Gêmeas. Ele larga os estudos, se alista no exército e vai para a Guerra do Afeganistão. Lá é ferido e tem que passar por um doloroso tratamento para voltar a andar. É onde conhece a doutora Cathy Muller, vivida por
Keira Knightley, por quem se apaixona. E é também, onde é recrutado por Thomas Harper (
Kevin Costner). Dez anos depois, como agente infiltrado da CIA, ele terá que ir à
Rússia investigar um esquema que quer destruir a economia Norte-Americana.

Ainda que sem grandes novidades ou mesmo um roteiro bem intrincado que nos surpreenda, o
filme consegue nos envolver. O ritmo da trama é bem dosado, nos dando
suspense e
ação em momentos pontuais, além de manter a adrenalina em alta.
Kenneth Branagh consegue ser bem mais eficiente aqui do que ao tentar fazer um
filme de aventura como o primeiro
Thor, por exemplo. As lutas são bem orquestradas e boas de se ver.
Toda a sequência de
Jack após o incidente no hotel também é bem feita. A tensão ao descer as escadas, o carro que parece segui-lo, o encontro com o personagem de
Kevin Costner, a ligação da noiva. A cadência é bem feita nos deixando atentos. Ficamos tão atentos que somos, inclusive, enganados em determinados momentos, como um destaque excessivo em um determinado detalhe no hotel, que se apresenta sem sentido posteriormente.
Chris Pine convence bem como o agente da CIA e
Kevin Costner cumpre o seu papel como mentor do herói. Agora, o diretor
Kenneth Branagh nos dá um vilão extremamente caricato, com direito a tatuagens e frases de efeito com "tudo pela mãe Rússia", ou "eles sangraram meu país, agora, vou sangrar o deles". Parece algo vindo do século passado. Mas, o detalhe do quadro de Napoleão acaba sendo uma boa sacada. Já
Keira Knightley parece nos apresentar mais uma mulher histérica, principalmente quando faz suas cenas de ciúmes, mas tem bons momentos.
No final,
Operação Sombra - Jack Ryan é um
filme que cumpre o papel do entretenimento. Não empolga, mas também não incomoda, se mantendo no nível médio de
filmes que envolvem
espionagem,
ação e, claro, um pouco de
romance.
Operação Sombra - Jack Ryan (Jack Ryan: Shadow Recruit, 2014 / EUA
Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Adam Cozad e David Koepp
Com: Chris Pine, Kevin Costner, Keira Knightley, Kenneth Branagh
Duração: 105 min.