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A Mulher de Preto
A Mulher de Preto
Baseado no livro de Susan Hill, A Mulher de Preto ganhou sua segunda versão para os cinemas em 2012. Ainda não tinha tido a oportunidade de ver e, diante de tantos comentários controversos, até me surpreendi com o filme.
A trama gira em torno do jovem advogado Arthur Kipps, interpretado por Daniel Radcliffe, que precisa ir a um vilarejo recolher documentos em uma mansão abandonada. Disso, depende o seu emprego que está prejudicado desde que ele perdeu a esposa e anda desmotivado. Mas, nada será fácil, pois os moradores locais não o querem ali. É que a mansão está cercada de mitos e uma estranha maldição onde crianças morrem e uma mulher vestida de preto é vista vagando. Caberá a Arthur desvendar tudo isso.
A primeira coisa que chama a atenção do filme é mesmo a presença de Daniel Radcliffe após a Saga Harry Potter. E o garoto se esforça para fugir da imagem do bruxinho. Tem, inclusive, alguns momentos interessantes, mas, no geral, ele não convence como Arthur Kipps. Talvez por ser muito jovem, suas caras de medo e dor, parecem mais de um menino assustado do que um viúvo sofrido e um pai preocupado. Ele não tem a bagagem que o personagem pede e, com isso, não consegue passar verdade. Mas, de alguma maneira, ele demonstra um esforço que pode render frutos no futuro.
Em relação a trama, o maior mérito do roteiro é nos deixar junto com Arthur, não entendendo nada. Ainda que tenhamos algumas informações privilegiadas como o início do filme. Mesmo assim, ficamos perdidos, sem entender porque todos no vilarejo tratam Arthur tão mal, escondem as crianças e fazem de tudo para que ele vá embora o quanto antes. Isso instiga, ainda que as respostas sejam clichês e se misturem com pouca criatividade. No final, há uma reviravolta corajosa, que muitos não gostaram, mas que faz sentido se olharmos pelo ponto de vista da mulher.
Como todo filme de suspense, mais do que a história, importa como ela é contada. E nesse ponto o diretor James Watkins é pouco criativo, mas consegue passar o clima de medo necessário. Com fotografias muito escuras, com luz de velas e luar, vamos imergindo naquela mansão, sendo conduzidos por sons e vultos que nos dão a sensação de perigo. Há soluções clichês, claro. Mas, que aqui são eficientes e dão diversos sustos durante a jornada.
Lidar com crianças e mortes é sempre algo que choca, ver tantas crianças morrendo de maneira violenta e visualizar seus fantasmas em decomposição é sempre um trauma. O filme está repleto disso, de uma maneira que impressiona e nos prende à trama. É possível entender também um pouco essa mulher, ainda que não concordando com ela. E todos os personagens se tornam mais próximos de nós, aos poucos. Cada um com seu trauma, seu medo, sua sina.
No final das contas, A Mulher de Preto é um filme competente naquilo que se propõe, nos dar medo. Não traz novidades, não surpreende, pode irritar alguns com o final controverso, mas ainda assim, nos envolve do início ao fim, curiosos com o que acontecerá a cada passo.
A Mulher de Preto (The Woman in Black, 2012 / EUA)
Direção: James Watkins
Roteiro: Jane Goldman
Com: Daniel Radcliffe, Janet McTeer, Ciarán Hinds
Duração: 95 min.
A trama gira em torno do jovem advogado Arthur Kipps, interpretado por Daniel Radcliffe, que precisa ir a um vilarejo recolher documentos em uma mansão abandonada. Disso, depende o seu emprego que está prejudicado desde que ele perdeu a esposa e anda desmotivado. Mas, nada será fácil, pois os moradores locais não o querem ali. É que a mansão está cercada de mitos e uma estranha maldição onde crianças morrem e uma mulher vestida de preto é vista vagando. Caberá a Arthur desvendar tudo isso.
A primeira coisa que chama a atenção do filme é mesmo a presença de Daniel Radcliffe após a Saga Harry Potter. E o garoto se esforça para fugir da imagem do bruxinho. Tem, inclusive, alguns momentos interessantes, mas, no geral, ele não convence como Arthur Kipps. Talvez por ser muito jovem, suas caras de medo e dor, parecem mais de um menino assustado do que um viúvo sofrido e um pai preocupado. Ele não tem a bagagem que o personagem pede e, com isso, não consegue passar verdade. Mas, de alguma maneira, ele demonstra um esforço que pode render frutos no futuro.
Em relação a trama, o maior mérito do roteiro é nos deixar junto com Arthur, não entendendo nada. Ainda que tenhamos algumas informações privilegiadas como o início do filme. Mesmo assim, ficamos perdidos, sem entender porque todos no vilarejo tratam Arthur tão mal, escondem as crianças e fazem de tudo para que ele vá embora o quanto antes. Isso instiga, ainda que as respostas sejam clichês e se misturem com pouca criatividade. No final, há uma reviravolta corajosa, que muitos não gostaram, mas que faz sentido se olharmos pelo ponto de vista da mulher.
Como todo filme de suspense, mais do que a história, importa como ela é contada. E nesse ponto o diretor James Watkins é pouco criativo, mas consegue passar o clima de medo necessário. Com fotografias muito escuras, com luz de velas e luar, vamos imergindo naquela mansão, sendo conduzidos por sons e vultos que nos dão a sensação de perigo. Há soluções clichês, claro. Mas, que aqui são eficientes e dão diversos sustos durante a jornada.
Lidar com crianças e mortes é sempre algo que choca, ver tantas crianças morrendo de maneira violenta e visualizar seus fantasmas em decomposição é sempre um trauma. O filme está repleto disso, de uma maneira que impressiona e nos prende à trama. É possível entender também um pouco essa mulher, ainda que não concordando com ela. E todos os personagens se tornam mais próximos de nós, aos poucos. Cada um com seu trauma, seu medo, sua sina.
No final das contas, A Mulher de Preto é um filme competente naquilo que se propõe, nos dar medo. Não traz novidades, não surpreende, pode irritar alguns com o final controverso, mas ainda assim, nos envolve do início ao fim, curiosos com o que acontecerá a cada passo.
A Mulher de Preto (The Woman in Black, 2012 / EUA)
Direção: James Watkins
Roteiro: Jane Goldman
Com: Daniel Radcliffe, Janet McTeer, Ciarán Hinds
Duração: 95 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Mulher de Preto
2014-06-01T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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