
A trama gira em torno do jovem advogado Arthur Kipps, interpretado por Daniel Radcliffe, que precisa ir a um vilarejo recolher documentos em uma mansão abandonada. Disso, depende o seu emprego que está prejudicado desde que ele perdeu a esposa e anda desmotivado. Mas, nada será fácil, pois os moradores locais não o querem ali. É que a mansão está cercada de mitos e uma estranha maldição onde crianças morrem e uma mulher vestida de preto é vista vagando. Caberá a Arthur desvendar tudo isso.

Em relação a trama, o maior mérito do roteiro é nos deixar junto com Arthur, não entendendo nada. Ainda que tenhamos algumas informações privilegiadas como o início do filme. Mesmo assim, ficamos perdidos, sem entender porque todos no vilarejo tratam Arthur tão mal, escondem as crianças e fazem de tudo para que ele vá embora o quanto antes. Isso instiga, ainda que as respostas sejam clichês e se misturem com pouca criatividade. No final, há uma reviravolta corajosa, que muitos não gostaram, mas que faz sentido se olharmos pelo ponto de vista da mulher.

Lidar com crianças e mortes é sempre algo que choca, ver tantas crianças morrendo de maneira violenta e visualizar seus fantasmas em decomposição é sempre um trauma. O filme está repleto disso, de uma maneira que impressiona e nos prende à trama. É possível entender também um pouco essa mulher, ainda que não concordando com ela. E todos os personagens se tornam mais próximos de nós, aos poucos. Cada um com seu trauma, seu medo, sua sina.
No final das contas, A Mulher de Preto é um filme competente naquilo que se propõe, nos dar medo. Não traz novidades, não surpreende, pode irritar alguns com o final controverso, mas ainda assim, nos envolve do início ao fim, curiosos com o que acontecerá a cada passo.
A Mulher de Preto (The Woman in Black, 2012 / EUA)
Direção: James Watkins
Roteiro: Jane Goldman
Com: Daniel Radcliffe, Janet McTeer, Ciarán Hinds
Duração: 95 min.