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A Culpa é das Estrelas
A Culpa é das Estrelas
Baseado no livro de John Green, A Culpa é das Estrelas já nos avisa no início da narrativa da protagonista Hazel Grace. Esta não é uma história de amor adolescente comum. Não esperem suspiros apaixonados em sonhos cor de rosa, nem finais felizes. Esse não é o tipo de história que vamos acompanhar.
É uma história de amor, não tenham dúvidas. Entre dois adolescentes, Hazel Grace Lancaster e Augustus Waters, ou simplesmente Gus. O que eles têm de diferente dos demais casais? Câncer. Hazel foi diagnosticada com apenas 13 anos e desde, então, luta para sobreviver a um pulmão falho que necessita de um balão de oxigênio o tempo todo. Já Gus, é mais otimista, está há 14 meses sem reincidência e lida com a perda de uma perna de maneira divertida. Suas vidas vão mudar ao encontrar um ao outro, mas o fantasma da morte estará sempre por lá.
A Culpa é das Estrelas é um melodrama e gosta de apelar com os estímulos mais baixos para fazer plateias chorarem. Mas, se você não se incomoda com isso vai embarcar em uma experiência catártica. Se você se incomoda, vai acabar sendo surpreendido com algumas lágrimas. Porque não tem como não se emocionar com o drama dos personagens. Eles são jovens, deveriam estar cheios de vida, descobrindo o amor, mas possuem sentenças de morte pairando em suas cabeças.
Milhares de jovens, crianças e adolescentes sofrem com o câncer. E pouca gente quer falar sobre isso. Quando fala-se, normalmente é pelo ponto de vista dos pais, que sofrem com a doença do ente querido, indefeso ainda diante da vida. Acompanhar pelo ponto de vista do adolescente é ainda mais cruel. Por ser esse eterno contraste do início e fim da vida, ao mesmo tempo.
Talvez por isso, a cena em que visitam a casa de Anne Frank em Amsterdã seja um dos melhores momentos do filme. A metáfora das duas situações, crianças no holocausto e crianças com câncer, é forte e acaba casando perfeitamente com o que vemos em tela. Toda a dificuldade de respiração de Hazel, a preocupação de Gus, o que ele guarda para si. Não parece justo eles terem que sofrer aquilo. E nos envolvemos com suas dores, fazendo paralelos conosco.
A relação de ambos com as palavras do livro escrito pelo personagem Peter Van Houten, “Uma Aflição Imperial”, também faz todo o sentido diante de suas realidades. A dor precisa ser sentida, seria um espécie de lema no livro e ajuda a conviver com aquela realidade que vai além das aparências. Talvez por isso, nos envolva tanto a jornada deles. Pois o filme filosofa e mostra ao mesmo tempo, mais que sobre doenças, sobre vida.
O casal protagonista Shailene Woodley e Ansel Elgort consegue se sair bem, ainda que não tenham grandes interpretações. Assim como Nat Wolff, que faz o amigo de Gus, Isaac. Destaque mesmo para Willem Dafoe como Peter Van Houten, irritantemente irônico e desprezível. Tudo funciona bem, no final nas contas.
A Culpa é das Estrelas é uma metáfora bela que nos mostra que as pessoas são iguais e querem a mesma coisa. Seja em que circunstância for, mesmo que com a vida contada quando ainda deveria estar começando. Então, vamos beber esse champanhe de estrelas engarrafadas enquanto podemos. Porque ninguém sabe de fato mesmo, quando acabará a nossa vida.
A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars, 2014 / EUA)
Direção: Josh Boone
Roteiro: Scott Neustadter, Michael H. Weber
Com: Shailene Woodley, Ansel Elgort, Nat Wolff, Willem Dafoe
Duração: 125 min.
É uma história de amor, não tenham dúvidas. Entre dois adolescentes, Hazel Grace Lancaster e Augustus Waters, ou simplesmente Gus. O que eles têm de diferente dos demais casais? Câncer. Hazel foi diagnosticada com apenas 13 anos e desde, então, luta para sobreviver a um pulmão falho que necessita de um balão de oxigênio o tempo todo. Já Gus, é mais otimista, está há 14 meses sem reincidência e lida com a perda de uma perna de maneira divertida. Suas vidas vão mudar ao encontrar um ao outro, mas o fantasma da morte estará sempre por lá.
A Culpa é das Estrelas é um melodrama e gosta de apelar com os estímulos mais baixos para fazer plateias chorarem. Mas, se você não se incomoda com isso vai embarcar em uma experiência catártica. Se você se incomoda, vai acabar sendo surpreendido com algumas lágrimas. Porque não tem como não se emocionar com o drama dos personagens. Eles são jovens, deveriam estar cheios de vida, descobrindo o amor, mas possuem sentenças de morte pairando em suas cabeças.
Milhares de jovens, crianças e adolescentes sofrem com o câncer. E pouca gente quer falar sobre isso. Quando fala-se, normalmente é pelo ponto de vista dos pais, que sofrem com a doença do ente querido, indefeso ainda diante da vida. Acompanhar pelo ponto de vista do adolescente é ainda mais cruel. Por ser esse eterno contraste do início e fim da vida, ao mesmo tempo.
Talvez por isso, a cena em que visitam a casa de Anne Frank em Amsterdã seja um dos melhores momentos do filme. A metáfora das duas situações, crianças no holocausto e crianças com câncer, é forte e acaba casando perfeitamente com o que vemos em tela. Toda a dificuldade de respiração de Hazel, a preocupação de Gus, o que ele guarda para si. Não parece justo eles terem que sofrer aquilo. E nos envolvemos com suas dores, fazendo paralelos conosco.
A relação de ambos com as palavras do livro escrito pelo personagem Peter Van Houten, “Uma Aflição Imperial”, também faz todo o sentido diante de suas realidades. A dor precisa ser sentida, seria um espécie de lema no livro e ajuda a conviver com aquela realidade que vai além das aparências. Talvez por isso, nos envolva tanto a jornada deles. Pois o filme filosofa e mostra ao mesmo tempo, mais que sobre doenças, sobre vida.
O casal protagonista Shailene Woodley e Ansel Elgort consegue se sair bem, ainda que não tenham grandes interpretações. Assim como Nat Wolff, que faz o amigo de Gus, Isaac. Destaque mesmo para Willem Dafoe como Peter Van Houten, irritantemente irônico e desprezível. Tudo funciona bem, no final nas contas.
A Culpa é das Estrelas é uma metáfora bela que nos mostra que as pessoas são iguais e querem a mesma coisa. Seja em que circunstância for, mesmo que com a vida contada quando ainda deveria estar começando. Então, vamos beber esse champanhe de estrelas engarrafadas enquanto podemos. Porque ninguém sabe de fato mesmo, quando acabará a nossa vida.
A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars, 2014 / EUA)
Direção: Josh Boone
Roteiro: Scott Neustadter, Michael H. Weber
Com: Shailene Woodley, Ansel Elgort, Nat Wolff, Willem Dafoe
Duração: 125 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Culpa é das Estrelas
2014-06-02T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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