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Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos
Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos
Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos é exatamente isso que o título brasileiro indica. Um primeiro encontro, um primeiro contato com um universo extremamente rico que fica raso em tela nesse primeiro momento, mas nos dá indício de que pode ir muito além.
A história apresentada não nos dá muito, assim como as personagens que são pouco desenvolvidas. São apenas estereótipos de ambos os lados, o feiticeiro cruel, o herói, o líder que se deixa levar, a mulher forte. As motivações são pouco exploradas, a estrutura é muito simplista.
Tudo que temos é que o mundo dos Orcs está morrendo e eles invadem o mundo dos Humanos para transformar em um novo lar, mas, para isso, precisam destruir os atuais habitantes. Tudo isso guiado por uma força maligna maior conhecida como Fel, que controla e domina quem se envolve com ela. Aliás, isso parece ser a justificativa para tudo andar na trama.
E isso é muito pouco, pode até ser explicado mais à frente, pode fazer todo o sentido, mas o que é apresentado nas mais de duas horas de projeção soa apenas como uma grande introdução de uma história. Funcionaria bem como um episódio piloto de uma série. Como filme, falta uma curva dramática melhor desenvolvida.
Ainda assim, Duncan Jones não falha completamente em traduzir o universo do jogo e dos livros, de onde traz a inspiração para a história, para as telas do cinema. Há uma dinâmica interessante no manuseio dos elementos do mundo. Não apenas as batalhas, como a disposição geográfica, os elementos cênicos, os animais, a magia. O clima consegue ser construído ainda que seja um primeiro contato para familiarizar o público com aquilo.
A concepção de arte também merece destaque, com o CGI dos Orcs bem construído, ainda que não perfeito. E os efeitos especiais também funcionam a contento, principalmente nas cenas de batalha e na manipulação da magia. Talvez a caracterização do Guardião apenas fique caricata, principalmente quando convoca a magia de transporte. Ainda assim, funciona.
Um ponto positivo da obra é não tentar simular uma dinâmica de jogo, ainda que os elementos da disputa estejam lá, bem estabelecidos. Mas tentar, através do universo ficcional que tem em mãos, criar um épico. E com o que foi demonstrado em cena, há potencial para isso. Mas, está tudo ainda muito pouco explorado.
Mesmo os ganchos deixados em aberto soam tolos e mal desenvolvidos, principalmente o indício de uma trajetória muito semelhante a um personagem bíblico que fica no ar. A resolução da batalha final também tem problemas e cria um conflito a mais que pode dar ares melodramáticos demais à trama que está por vir.
De qualquer maneira, é possível ver pontos positivos na obra. Assim como boas intenções que podem nos levar a algo melhor do que foi apresentado até então. Com o que temos aqui, não deixa, no entanto de ser uma aventura envolvente que não se torna cansativa.
Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos (Warcraft, 2016 / EUA)
Direção: Duncan Jones
Roteiro: Duncan Jones, Charles Leavitt
Com: Travis Fimmel, Paula Patton, Ben Foster, Toby Kebbell, Dominic Cooper
Duração: 123 min
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos
2016-06-03T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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