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Drica Moares a homenageada do Cine Pe
Drica Moares a homenageada do Cine Pe
A grande homenageada do 23º Cine Pe foi Drica Moraes. Consagrada no teatro, televisão e cinema, a atriz demonstrou muita alegria e emoção com o prêmio Calunga de Ouro, honraria dada pelo reconhecimento de sua carreira. No cinema São Luiz onde aconteceu a cerimônia, Drica Moraes agradeceu e comentou o quão era bom estar viva para receber essa homenagem.
Falando sobre sua paixão pelo cinema, a atriz repetiu o gesto de Fernanda Montenegro, quando foi homenageada no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, ao dizer que devia o prêmio a todos os diretores de cinema que a chamaram para fazer um filme citando-os um a um. Ela ainda brincou que não estava querendo se comparar a atriz "que seria ridículo", mas que achou o gesto bonito, por isso, o repetia.
Para finalizar, ela disse que não poderia deixar de falar de Brasil nesse momento crítico em que o país vive, mas que queria dizer que "a gente vai continuar a fazer nossos filmes. Apesar de você a gente vai continuar a fazer nossa arte, porque a gente está acostumado a trabalhar com alegria, com liberdade, com humor e com afeto. Então isso ninguém tira da gente, haverá festa com o que restar".
Antes da homenagem no cinema, a atriz conversou com a imprensa e falou um pouco mais sobre sua carreira e motivações para os papéis que escolhe. "O personagem quando é contraditório é muito bom para o ator. Quero personagem complexos", disse. Ela começou falando sobre a alegria de estar sendo homenageada em um festival de cinema, já que é mais conhecida do grande público por seus trabalhos na televisão. "Eu sou cria de teatro, fui fazer televisão muito nova e fui fazer cinema muito mais tarde. De dez anos para cá que fiz com mais intensidade e comecei a me sentir mais pertencente a esse universo que sempre admirei", explicou.
Sobre sua carreira no cinema, ela destacou exatamente um papel ainda inédito, no filme Pérola segunda obra dirigida por Murilo Benício, sem data ainda para estreia. "Eu, como uma boa mãe, posso dizer que esse filme que está por vir é um dos filmes mais importantes da minha carreira porque eu pude encarnar essa mãe que eu acho que é o meu melhor personagem na vida real".
A atriz refletiu ainda sobre as ofertas de papéis para mulheres mais velhas. "A maioria da dramaturgia é feita para mulheres entre 20 e 40 anos", ela observou, lamentando que as produções não percebam a riqueza que existe em outras faixas etárias, citando a série Big Little Lies, que está acompanhando e adoraria fazer algo parecido. "Existe também uma outra camada da mulher de mais de cinquenta anos que é um mundo a ser investigado", ressaltou.
Drica Moraes comentou ainda sobre sua experiência no seriado Sob Pressão, onde vive a médica Vera que já tem duas novas temporadas confirmadas. "Não queria ficar estereotipada. Porque é uma série de dois protagonistas absolutas, dois médicos que não conseguem ter uma vida pessoal porque são absorvidos pelo dia a dia do hospital. E a Vera vai vir também com muitas camadas".
Outro momento marcante da coletiva foi quando a atriz falou sobre sua doença e a maneira como isso acabou ajudando-a a se tornar uma atriz ainda melhor, capaz de emoções mais intensas. "A experiência que eu tive com a proximidade da morte me deixou uma atriz mais voraz", sentenciou.
A coletiva completa vocês podem conferir na página do CinePipocaCult no Facebook.
Foto: Felipe Souto Maior
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Drica Moares a homenageada do Cine Pe
2019-08-04T17:47:00-03:00
Amanda Aouad
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