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Anjos Rebeldes
Anjos Rebeldes
Não confundam com o filme de terror de 1995 dirigido por Gregory Widen. Relembro hoje, Iron Jawed Angels, um filme da HBO sobre a luta pelo sufrágio feminino. É que no dia 11 de janeiro nascia Alice Paul, um dos nomes mais importantes na luta pelos direitos das mulheres de votar nos Estados Unidos. E este é um filme que retrata bem seu papel e sua luta.
A trama gira em torno do pequeno grupo liderado por Alice, interpretada muito bem por Hilary Swank. A atriz consegue passar toda a força e capacidade de liderança da personagem que não desiste nunca de seus ideais. É emocionante acompanhar seu empenho em divulgar a causa. Sua dor ao romper com o partido original, liderado pela personagem de Anjelica Huston. A questão da guerra, a prisão, a greve de fome, a persistência e o cuidado com as companheiras. É possível se encantar com sua luta ao assisti-la.
E o mais interessante é que essa força é vista em imagens, sem precisar explicitar com diálogos desnecessários. A cena na cadeia, por exemplo, é bastante ilustrativa disso. Basta Alice sentar na mesa e se recusar a comer, para as demais seguirem. Da mesma forma como é forte o poder de sedução de Inez Millholland, interpretada por Julia Ormond. A química entre Ormond e Swank nos dá uma dupla interessante durante todo o movimento.
O filme é bastante feliz também em demonstrar todo o preconceito da época. A dificuldade que elas tinham de conseguir adeptas, a revolta da população desde o desfile, passando pela panfletagem até o que chama de ultraje da manifestação em frente à Casa Branca. Principalmente quando os Estados Unidos entram na Guerra. Há uma boa dinâmica entre simpatizantes e adversários da causa. E toda a política por trás, na época.
A vigília na Casa Branca emociona em alguns momentos e toda a violência sofrida por essas moças seja ali ou na cadeia conseguem criar um clima de comoção eficiente. O filme dirigido por Katja von Garnier oscila em ótimos momentos dramáticos e outros desnecessários como todos os clipes românticos de passagem de tempo entre os personagens de Hilary Swank e Patrick Dempsey. A própria relação entre os dois cai no vazio, sem um desenvolvimento adequado.
Mas, no geral, o saldo é bastante positivo. Não apenas pelo ótimo elenco envolvido, além dos já citados, destaque para Vera Farmiga que interpreta outro nome importante da luta, Ruza Wenclawska. O que ganha o espectador é mesmo a história contada e a força daquelas personagens. A luta delas era mais do que justa, então é fácil de criar empatia. Não era simplesmente o direito de votar, mas o direito de exercer sua liberdade.
Como disse Hilary Swank em uma das cenas mais emocionantes. Era uma causa que não precisava de explicação. Era o anseio mais autêntico do ser humano. O desejo de ser reconhecida enquanto cidadã de seu país, capaz de exercer as obrigações cívicas e ser representada pelos líderes que escolheu. Um direito de igualdade que já era protegido pela constituição, mas que a maioria dos Estados ainda não fazia cumprir.
Tudo por uma luta de poder tola, em que a mulher deveria ser submissa e reclusa aos serviços domésticos, enquanto os homens cuidavam da política do país. Felizmente, a humanidade está sempre evoluindo.
Anjos Rebeldes (Iron Jawed Angels, 2004 / EUA)
Direção: Katja von Garnier
Roteiro: Sally Robinson, Eugenia Bostwick Singer e Raymond Singer
Com: Hilary Swank, Margo Martindale, Vera Farmiga, Julia Ormond, Patrick Dempsey e Anjelica Huston
Duração: 125 min.
A trama gira em torno do pequeno grupo liderado por Alice, interpretada muito bem por Hilary Swank. A atriz consegue passar toda a força e capacidade de liderança da personagem que não desiste nunca de seus ideais. É emocionante acompanhar seu empenho em divulgar a causa. Sua dor ao romper com o partido original, liderado pela personagem de Anjelica Huston. A questão da guerra, a prisão, a greve de fome, a persistência e o cuidado com as companheiras. É possível se encantar com sua luta ao assisti-la.
E o mais interessante é que essa força é vista em imagens, sem precisar explicitar com diálogos desnecessários. A cena na cadeia, por exemplo, é bastante ilustrativa disso. Basta Alice sentar na mesa e se recusar a comer, para as demais seguirem. Da mesma forma como é forte o poder de sedução de Inez Millholland, interpretada por Julia Ormond. A química entre Ormond e Swank nos dá uma dupla interessante durante todo o movimento.
O filme é bastante feliz também em demonstrar todo o preconceito da época. A dificuldade que elas tinham de conseguir adeptas, a revolta da população desde o desfile, passando pela panfletagem até o que chama de ultraje da manifestação em frente à Casa Branca. Principalmente quando os Estados Unidos entram na Guerra. Há uma boa dinâmica entre simpatizantes e adversários da causa. E toda a política por trás, na época.
A vigília na Casa Branca emociona em alguns momentos e toda a violência sofrida por essas moças seja ali ou na cadeia conseguem criar um clima de comoção eficiente. O filme dirigido por Katja von Garnier oscila em ótimos momentos dramáticos e outros desnecessários como todos os clipes românticos de passagem de tempo entre os personagens de Hilary Swank e Patrick Dempsey. A própria relação entre os dois cai no vazio, sem um desenvolvimento adequado.
Mas, no geral, o saldo é bastante positivo. Não apenas pelo ótimo elenco envolvido, além dos já citados, destaque para Vera Farmiga que interpreta outro nome importante da luta, Ruza Wenclawska. O que ganha o espectador é mesmo a história contada e a força daquelas personagens. A luta delas era mais do que justa, então é fácil de criar empatia. Não era simplesmente o direito de votar, mas o direito de exercer sua liberdade.
Como disse Hilary Swank em uma das cenas mais emocionantes. Era uma causa que não precisava de explicação. Era o anseio mais autêntico do ser humano. O desejo de ser reconhecida enquanto cidadã de seu país, capaz de exercer as obrigações cívicas e ser representada pelos líderes que escolheu. Um direito de igualdade que já era protegido pela constituição, mas que a maioria dos Estados ainda não fazia cumprir.
Tudo por uma luta de poder tola, em que a mulher deveria ser submissa e reclusa aos serviços domésticos, enquanto os homens cuidavam da política do país. Felizmente, a humanidade está sempre evoluindo.
Anjos Rebeldes (Iron Jawed Angels, 2004 / EUA)
Direção: Katja von Garnier
Roteiro: Sally Robinson, Eugenia Bostwick Singer e Raymond Singer
Com: Hilary Swank, Margo Martindale, Vera Farmiga, Julia Ormond, Patrick Dempsey e Anjelica Huston
Duração: 125 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Anjos Rebeldes
2013-01-09T07:30:00-03:00
Amanda Aouad
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