O sexto sentido
Ainda no clima Avatar vs M. Night Shyamalan, percebi que não falei de seu grande filme aqui no blog. Por isso, resolvi resgatar O Sexto Sentido. Esse é daquele tipo de filme que nos marca pela coerência interna e total surpresa na revelação final. Um roteiro incrível com uma bela direção. Além das grandes interpretações de Bruce Willis e do menino Haley Joel Osment. Vou tentar não entregar os segredos do roteiro, apesar de acreditar que a grande maioria já viu, ou pelo menos conhece a verdadeira história.
Quando Shyamalan apresentou O Sexto Sentido ao mundo, algo mudou no gênero de suspense. Diversos filmes vieram "inspirados" em sua narrativa. Os Outros, O mistério da Libélula e Passageiros são apenas alguns exemplos. E seria injusto enquadrar o longametragem do indiano apenas como suspense, pois trata-se de um drama humano, familiar intenso. Com uma carga emocional magistral. Um psiquiatra infantil e seu trauma, não conseguiu curar um paciente que dizia ouvir o mundo invisível. Um novo garoto e sua chance de redenção. Ele tem um segredo e vive amedrontado. Sua mãe dedicada não consegue ajudá-lo, pois não compreende o seu drama.
O filme já começa sacudindo o espectador da cadeira. Dr. Malcolm Crowe e sua esposa Anna chegam em casa após um evento onde o médico é homenageado e são surpreendidos por um homem atormentado. Ele acusa Malcolm de não o ter ajudado e atira nele. Suspense, não sabemos o que irá acontecer. O filme avança para um ano depois do fato, e vemos o mesmo Malcolm, totalmente recuperado, estudando o caso do garotinho Cole. Começa a relação de médico e paciente que inevitavelmente passa pela identificação e cumplicidade múltipla. Cole, então, lhe revela seu segredo: Eu vejo pessoas mortas e elas às vezes não sabem que já morreram.
Para nós, espectadores, isso não é exatamente um segredo, afinal, desde o princípio vemos Cole temendo o invisível. Mas, na verdade Shyamalan nos dava ali a primeira pista do seu segredo. Quem viu ou sabe o final, vai entender. Todas as pistas são sutis, estão nas entrelinhas, são sugeridas e quando finalmente é revelado em sua cena final, faz absolutamente todo o sentido. Revendo, podemos perceber todos os detalhes que o diretor / roteirista construiu, tornando lógico o que parecia ilógico. Não há falhas nesse processo, tudo é perfeitamente explicado.E olha que já vi várias vezes para analisar cada cena.
A direção nos surpreende também, na construção de seu ponto de vista, sempre enquadrando câmeras subjetivas do invisíveis que nos dão a sensação de espíritos observando os personagens. Os movimentos de câmera, os enquadramentos, a montagem de cenas, privilegiam o drama exposto naquela história instigante, não caem no fácil terror puro, o que torna tudo ainda mais rico. A trilha sonora ajuda no clima e nos deixa colados aos protagonistas. Tudo muito bem orquestrado. As interpretações também são todas emocionantes, desde os já citados Bruce Willis e Haley Joel Osment, a Toni Collette ou mesmo Olívia Willians que pouco aparece, mas tem cenas fundamentais.
Tudo está em seu perfeito lugar em O Sexto Sentido, nos envolvendo em uma história emocionante que traz no impacto do seu final uma reviravolta nas crenças de muitos telespectadores. É belo, instigante e, de certa forma, revolucionário. Esse foi o problema de Shyamalan. Estrear para o grande público com sua obra-prima é cruel. Difícil de sustentar tanta expectativa de superação. Um filme obrigatório para qualquer cinéfilo.
Quando Shyamalan apresentou O Sexto Sentido ao mundo, algo mudou no gênero de suspense. Diversos filmes vieram "inspirados" em sua narrativa. Os Outros, O mistério da Libélula e Passageiros são apenas alguns exemplos. E seria injusto enquadrar o longametragem do indiano apenas como suspense, pois trata-se de um drama humano, familiar intenso. Com uma carga emocional magistral. Um psiquiatra infantil e seu trauma, não conseguiu curar um paciente que dizia ouvir o mundo invisível. Um novo garoto e sua chance de redenção. Ele tem um segredo e vive amedrontado. Sua mãe dedicada não consegue ajudá-lo, pois não compreende o seu drama.
O filme já começa sacudindo o espectador da cadeira. Dr. Malcolm Crowe e sua esposa Anna chegam em casa após um evento onde o médico é homenageado e são surpreendidos por um homem atormentado. Ele acusa Malcolm de não o ter ajudado e atira nele. Suspense, não sabemos o que irá acontecer. O filme avança para um ano depois do fato, e vemos o mesmo Malcolm, totalmente recuperado, estudando o caso do garotinho Cole. Começa a relação de médico e paciente que inevitavelmente passa pela identificação e cumplicidade múltipla. Cole, então, lhe revela seu segredo: Eu vejo pessoas mortas e elas às vezes não sabem que já morreram.
Para nós, espectadores, isso não é exatamente um segredo, afinal, desde o princípio vemos Cole temendo o invisível. Mas, na verdade Shyamalan nos dava ali a primeira pista do seu segredo. Quem viu ou sabe o final, vai entender. Todas as pistas são sutis, estão nas entrelinhas, são sugeridas e quando finalmente é revelado em sua cena final, faz absolutamente todo o sentido. Revendo, podemos perceber todos os detalhes que o diretor / roteirista construiu, tornando lógico o que parecia ilógico. Não há falhas nesse processo, tudo é perfeitamente explicado.E olha que já vi várias vezes para analisar cada cena.
A direção nos surpreende também, na construção de seu ponto de vista, sempre enquadrando câmeras subjetivas do invisíveis que nos dão a sensação de espíritos observando os personagens. Os movimentos de câmera, os enquadramentos, a montagem de cenas, privilegiam o drama exposto naquela história instigante, não caem no fácil terror puro, o que torna tudo ainda mais rico. A trilha sonora ajuda no clima e nos deixa colados aos protagonistas. Tudo muito bem orquestrado. As interpretações também são todas emocionantes, desde os já citados Bruce Willis e Haley Joel Osment, a Toni Collette ou mesmo Olívia Willians que pouco aparece, mas tem cenas fundamentais.
Tudo está em seu perfeito lugar em O Sexto Sentido, nos envolvendo em uma história emocionante que traz no impacto do seu final uma reviravolta nas crenças de muitos telespectadores. É belo, instigante e, de certa forma, revolucionário. Esse foi o problema de Shyamalan. Estrear para o grande público com sua obra-prima é cruel. Difícil de sustentar tanta expectativa de superação. Um filme obrigatório para qualquer cinéfilo.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O sexto sentido
2010-08-21T14:15:00-03:00
Amanda Aouad
Bruce Willis|critica|drama|Haley Joel Osment|suspense|terror|
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