Home
acao
Anton Yelchin
aventura
Chris Pine
critica
Idris Elba
John Cho
Justin Lin
Karl Urban
oscar 2017
Simon Pegg
Sofia Boutella
Zachary Quinto
Zoe Saldana
Star Trek: Sem Fronteiras
Star Trek: Sem Fronteiras
Lidar com franquias é lutar para equilibrar o tempo todo novidade com repetição. Isso fica ainda mais tenso quando se fala em uma série com mais de meio século como Star Trek. Quando J.J. Abrams ousou reiniciar este universo, ele sabia disso, e foi na eficiência desse equilíbrio que ele presenteou os Trekkers com dois belos filmes. Sua saída para a "concorrência", deixou os fãs preocupados. Mas, Justin Lin consegue manter o nível, apresentando uma bela aventura a bordo da Enterprise.
Esse é o primeiro filme onde a rotina se aproxima da série clássica, ainda que o roteiro não pareça tão criativo nem inovador quanto outrora. Mais do que nunca, vemos Kirk, Spock, Uhura, Scotty, McCoy, Sulu e Chekov na tela. Os atores parecem mais à vontade nos papéis e as situações parecem favorecer as personalidades que conhecíamos na série. Isso por si só é divertido e nos deixa satisfeitos de ver mais uma vez a tripulação em ação em busca de lugares que ninguém foi.
A trajetória criada nos dois primeiros filmes desse reboot, no entanto, também tem um desenvolvimento próprio e satisfatório. Principalmente no que diz respeito aos dois protagonistas. Kirk e Spock ainda estavam se descobrindo quando os reencontramos em 2009. As dúvidas e escolhas dos dois continuam sendo o centro de ambos nessa nova aventura, ainda que mais amadurecidos. A maneira como o roteiro consegue dosar a personalidade de cada um, aprofundando personagens que antes eram mais rasos, não deixa de ser interessante.
E antes que alguém reclame, quando falo em personagem raso, não é como algo pejorativo, mas como uma características mesmo dos roteiros de outrora, que focavam mais na ação e menos no aprofundamento das personagens. Todos possuíam características mais estereotipadas, sem levar tanto em conta o background ou mesmo a possibilidade de amadurecimento e evolução de cada um, algo mais valorizado hoje em dia. Basta observar o primeiro episódio da primeira temporada da série clássica e o último da terceira, para ver que nenhum deles parece ter passado pela "trajetória do herói", estão sempre muito próximos do que sempre foram. Já se observarmos eles no filme de 2009 e neste agora, é visível o aprendizado e mudança. Mas, o mais interessante é que, mesmo assim, continuam sendo Kirk e Spock.
E da mesma forma que vemos a evolução de uma série, temos aqui a sensação de apenas mais uma história. Star Trek: Sem Fronteiras não cria uma grande revolução na trama, nem mesmo um ponto-chave. É como mais um episódio, mais uma aventura. A trama acontece no terceiro ano da missão de cinco da Enterprise, o que não deixa de ser interessante já que a série acabou na terceira temporada. A Frota Estelar recebe um pedido de ajuda e a tripulação de Kirk é designada para a missão, acabando presa em um planeta estranho.
A partir daí, vilões, segredos do passado e planos de salvação vão se misturando em uma aventura típica, com muitos efeitos especiais, teletransporte e uso de inteligência. Ainda assim, o roteiro não parece tão bem elaborado quanto a série, onde a tecnologia estava mais na imaginação que na sala de edição. De qualquer maneira, há um bom equilíbrio de repetição e inovação. Tendo inclusive uma homenagem mais do que merecida a Leonard Nimoy que faleceu ano passado. E uma bela e criativa cena ao som de Sabotage dos Beastie Boys.
Essa é a graça da novidade aliada à nostalgia. O que nos leva ao cinema e nos faz sair satisfeitos da sala é ver mais uma aventura de Star Trek. É poder reconhecer as marcas da série e das personagens que aprendemos a amar. E ter mais uma boa história com eles. Mas, é também a sensação de que algo foi acrescentado ali, seja em história ou personagem, passamos por algo novo. Ainda que não tão criativo quanto antes. Star Trek: Sem Fronteiras ainda é uma bela jornada pelas estrelas.
Star Trek: Sem Fronteiras (Star Trek Beyond, 2016 / EUA)
Direção: Justin Lin
Roteiro: Simon Pegg, Doug Jung
Com: Chris Pine, Zachary Quinto, Karl Urban, Zoe Saldana, Simon Pegg, John Cho, Anton Yelchin, Idris Elba, Sofia Boutella
Duração: 122 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Star Trek: Sem Fronteiras
2016-09-05T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
acao|Anton Yelchin|aventura|Chris Pine|critica|Idris Elba|John Cho|Justin Lin|Karl Urban|oscar 2017|Simon Pegg|Sofia Boutella|Zachary Quinto|Zoe Saldana|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
mais populares do blog
-
Pier Paolo Pasolini , um mestre da provocação e da subversão, apresenta em Teorema (1968) uma obra que desafia não apenas a moralidade burg...
-
Em um cenário gótico banhado em melancolia, O Corvo (1994) emerge como uma obra singular no universo cinematográfico. Dirigido por Alex Pro...
-
Einstein e a Bomba é um documentário que vem causando alvoroço desde seu lançamento pela Netflix em parceria com a BBC . Nesta obra, diri...
-
Matador de Aluguel (1989), dirigido por Rowdy Herrington , é um filme de ação dos anos 80 . Uma explosão de adrenalina, pancadaria e tensão...
-
Quando a produção de As Marvels foi anunciada, tive alguns receios. Não por desconfiar da capacidade das protagonistas femininas, mas sim p...