Uma mulher de talento
Mais do que um filme sobre uma mulher de talento, Erin Brockovich dirigido por Steven Soderbergh em 2000 é uma lição de vida, um alerta para o cuidado com o meio ambiente e, o mais importante, baseado em uma história real. O filme que hoje é mais lembrado pelo papel que deu o Oscar a Julia Roberts nos traz um caso de indenização de mais de 600 famílias pela intoxicação por Cromo 6 e nos envolve com a construção da força daquela personagem.
A primeira meia hora do filme é estranha, parece desnecessária. Mas, provavelmente, a roteirista Susannah Grant quis expor o desespero no qual aquela mulher se encontrava. Desquitada, três filhos para criar, desempregada, sofre um acidente e perde a causa que, segundo o advogado, era ganha. Em vez de chorar ou roubar, Erin Brockovich invade o escritório de Ed Masry, vivido por Albert Finney, e exige um emprego. Ela então, acaba se envolvendo com o maior caso de indenização dos Estados Unidos.
A direção de Soderbergh é caprichosa e sensível, ao contrastar sempre o ambiente áspero daquele lugarejo com a vitalidade de Julia Roberts, caracterizada em roupas de chamar a atenção de todos. Ela sabe convencer qualquer um e tirar informações impossíveis, define o advogado. Deixando com seu vizinho as crianças, Erin mergulha de cabeça naquele caso, se envolvendo com cada família a ponto de parecer parte da comunidade. O que seria um simples caso imobiliário se torna uma indenização imensa graças à capacidade investigativa daquela mulher. Mas, mais importante, ela demonstrava às pessoas que realmente se importava com a vida delas. "diga que eu não sou uma advogada", ela brinca.
A construção daquela personagem é o que nos encanta, tal qual encantou a cada morador atingido pelo Cromo 6. A substância tóxica é colocada por uma indústria para evitar o enferrujamento das máquinas, o problema é que a aproximação com o lençol de água acabou contaminando todos os moradores locais que tiveram diversos tipos de câncer. O alerta pelo cuidado com o meio ambiente é outro ponto importante do filme, que mostra os estragos nas pessoas, animais e vegetação. Um exemplo para se pensar.
Um bom filme, é como podemos classificar Erin Brockovich. Mas, poderia ser ainda melhor se o roteiro trabalhasse o clímax de forma mais emocionante. Depois da última reunião no escritório de advocacia perde-se o impacto de qualquer resolução. Ali parecia acabar a história. A revelação da sentença fica sem o brilho esperado talvez pela previsibilidade, ainda mais por ser um fato tão conhecido no país. Ainda assim, é envolvente, nos fazendo admirar aquela mulher e torcer pelo final feliz.
Uma curiosidade é que a verdadeira Erin Brockovich aparece em uma ponta no início do filme. Ela é a garçonete que atende Julia Roberts e os filhos em uma lanchonete.
A primeira meia hora do filme é estranha, parece desnecessária. Mas, provavelmente, a roteirista Susannah Grant quis expor o desespero no qual aquela mulher se encontrava. Desquitada, três filhos para criar, desempregada, sofre um acidente e perde a causa que, segundo o advogado, era ganha. Em vez de chorar ou roubar, Erin Brockovich invade o escritório de Ed Masry, vivido por Albert Finney, e exige um emprego. Ela então, acaba se envolvendo com o maior caso de indenização dos Estados Unidos.
A direção de Soderbergh é caprichosa e sensível, ao contrastar sempre o ambiente áspero daquele lugarejo com a vitalidade de Julia Roberts, caracterizada em roupas de chamar a atenção de todos. Ela sabe convencer qualquer um e tirar informações impossíveis, define o advogado. Deixando com seu vizinho as crianças, Erin mergulha de cabeça naquele caso, se envolvendo com cada família a ponto de parecer parte da comunidade. O que seria um simples caso imobiliário se torna uma indenização imensa graças à capacidade investigativa daquela mulher. Mas, mais importante, ela demonstrava às pessoas que realmente se importava com a vida delas. "diga que eu não sou uma advogada", ela brinca.
A construção daquela personagem é o que nos encanta, tal qual encantou a cada morador atingido pelo Cromo 6. A substância tóxica é colocada por uma indústria para evitar o enferrujamento das máquinas, o problema é que a aproximação com o lençol de água acabou contaminando todos os moradores locais que tiveram diversos tipos de câncer. O alerta pelo cuidado com o meio ambiente é outro ponto importante do filme, que mostra os estragos nas pessoas, animais e vegetação. Um exemplo para se pensar.
Um bom filme, é como podemos classificar Erin Brockovich. Mas, poderia ser ainda melhor se o roteiro trabalhasse o clímax de forma mais emocionante. Depois da última reunião no escritório de advocacia perde-se o impacto de qualquer resolução. Ali parecia acabar a história. A revelação da sentença fica sem o brilho esperado talvez pela previsibilidade, ainda mais por ser um fato tão conhecido no país. Ainda assim, é envolvente, nos fazendo admirar aquela mulher e torcer pelo final feliz.
Uma curiosidade é que a verdadeira Erin Brockovich aparece em uma ponta no início do filme. Ela é a garçonete que atende Julia Roberts e os filhos em uma lanchonete.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Uma mulher de talento
2010-08-03T08:53:00-03:00
Amanda Aouad
critica|drama|Julia Roberts|
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