A lenda dos guardiões
Sei que vocês esperam maiores definições, mas a primeira coisa que me vem a cabeça para descrever A Lenda dos Guardiões é: lindo! O filme é uma pura poesia imagética, com uma produção maravilhosa, detalhes de cenários e personagens. Cada frame dava um quadro. Zack Snyder merece todos os elogios por sua direção. Depois da direção de arte mais pesada de 300 e Watchmen, os detalhes desse mundo de fantasias é admirável. Em 3D ou 2D, tenho certeza que será uma viagem visual maravilhosa para todos. Tão belo que até relevamos o roteiro clichê com várias referências, com bichinho sonhador, o mito do herói, o bem vs mal e o membro desprezado da família que escolhe o lado errado. Em um dado momento, temos a certeza de que há uma referência a Hitler e seu exército de raça pura, em outro, mais parece Saruman e seu exército de uruk-hai ou ainda Darth Vader escondendo suas cicatrizes de batalha. Não sei se cabe, mas também senti um quê de Fernão Capelo Gaivota em Soren. De qualquer forma, é muito bem feito.
Baseado nos livros infantis da série Guardians of Ga’Hoole, de Kathryn Lasky, o filme conta a história de Soren e Kludd, duas jovens corujas irmãs que são raptadas por uma raça de corujas que pretende dominar o mundo com uma raça de corujas puras. Soren, sempre sonhador, tenta fugir em busca dos Guardiões, heróis lendários que ele sempre acompanhou nas histórias que seu pai contava, mas que ninguém sabe se são reais. Já Kludd que sempre desdenhou dos sonhos do irmão, vê no local a oportunidade de se destacar de alguma forma. Nessa guerra entre o bem e o mal, o mundo das corujas irá se dividir e batalhas serão travadas. O roteiro de John Orloff e Emil Stern não prima pela criatividade, como vocês podem perceber, mas a história nos envolve. Até porque utiliza todos os passos da jornada do herói, em uma passagem quase didática para roteiristas iniciantes. Está tudo lá. E é incrível como funciona.
“Não é a fantasia de toda criança tornar-se personagem da sua história favorita?”, pergunta o diretor Zack Snyder. Pois é. Isso é que conquista na história, embarcar no sonho da corujinha. No início do filme vemos Soren e sua irmãzinha Eglantine brincando de batalha e a pequena reclama que era a vez dela ser Ezylryb, o grande herói daquela batalha. Enquanto isso, Kludd faz comentários maldosos para acabar com a brincadeira. Todos esses detalhes são importantes para o que está por vir. Agora, ainda assim, tem muita coisa forçada e alguns furos. O que não tira o charme do geral.
A Warner Bros. Pictures junto com a Village Roadshow Pictures pode não ser ainda uma Pixar / Disney, mas conseguiram um resultado fascinante nas telas. O desenho de produção de Simon Whiteley e o diretor de arte Grant Freckelton conseguiram unir técnica e arte ao construir o mundo realista e mágico ao mesmo tempo. As corujas são tão bem feitas que parecem reais. Os pêlos voando, os detalhes dos cenários, o jogo de profundidade. E a escolha dos enquadramentos também é bastante feliz. As cenas de batalhas são ágeis, criativas, empolgantes. Os personagens também são bem construídos e profundos, o que dá um peso maior a história.
A Lenda dos Guardiões é daqueles filmes para sentar na sala de cinema e curtir o espetáculo. Sem muito senso crítico, nem ficar procurando entender por que eles fizeram isso e não aquilo, como se juntaram ou aprenderam determinadas coisas tão rápidas, ou como uma cobra pode ser babá de uma coruja. Esqueçam os detalhes racionais e embarquem nessa aventura com o mesmo afã sonhador de Soren. Ela será inesquecível.
Baseado nos livros infantis da série Guardians of Ga’Hoole, de Kathryn Lasky, o filme conta a história de Soren e Kludd, duas jovens corujas irmãs que são raptadas por uma raça de corujas que pretende dominar o mundo com uma raça de corujas puras. Soren, sempre sonhador, tenta fugir em busca dos Guardiões, heróis lendários que ele sempre acompanhou nas histórias que seu pai contava, mas que ninguém sabe se são reais. Já Kludd que sempre desdenhou dos sonhos do irmão, vê no local a oportunidade de se destacar de alguma forma. Nessa guerra entre o bem e o mal, o mundo das corujas irá se dividir e batalhas serão travadas. O roteiro de John Orloff e Emil Stern não prima pela criatividade, como vocês podem perceber, mas a história nos envolve. Até porque utiliza todos os passos da jornada do herói, em uma passagem quase didática para roteiristas iniciantes. Está tudo lá. E é incrível como funciona.
“Não é a fantasia de toda criança tornar-se personagem da sua história favorita?”, pergunta o diretor Zack Snyder. Pois é. Isso é que conquista na história, embarcar no sonho da corujinha. No início do filme vemos Soren e sua irmãzinha Eglantine brincando de batalha e a pequena reclama que era a vez dela ser Ezylryb, o grande herói daquela batalha. Enquanto isso, Kludd faz comentários maldosos para acabar com a brincadeira. Todos esses detalhes são importantes para o que está por vir. Agora, ainda assim, tem muita coisa forçada e alguns furos. O que não tira o charme do geral.
A Warner Bros. Pictures junto com a Village Roadshow Pictures pode não ser ainda uma Pixar / Disney, mas conseguiram um resultado fascinante nas telas. O desenho de produção de Simon Whiteley e o diretor de arte Grant Freckelton conseguiram unir técnica e arte ao construir o mundo realista e mágico ao mesmo tempo. As corujas são tão bem feitas que parecem reais. Os pêlos voando, os detalhes dos cenários, o jogo de profundidade. E a escolha dos enquadramentos também é bastante feliz. As cenas de batalhas são ágeis, criativas, empolgantes. Os personagens também são bem construídos e profundos, o que dá um peso maior a história.
A Lenda dos Guardiões é daqueles filmes para sentar na sala de cinema e curtir o espetáculo. Sem muito senso crítico, nem ficar procurando entender por que eles fizeram isso e não aquilo, como se juntaram ou aprenderam determinadas coisas tão rápidas, ou como uma cobra pode ser babá de uma coruja. Esqueçam os detalhes racionais e embarquem nessa aventura com o mesmo afã sonhador de Soren. Ela será inesquecível.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A lenda dos guardiões
2010-10-08T14:15:00-03:00
Amanda Aouad
animacao|critica|infantil|Zack Snyder|
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