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O Segredo de Eleonor e Perdidos na Galáxia

FICI 2010Completando minha experiência no FICI 2010, vi duas animações completamente diferentes, mas resolvi colocar as duas no mesmo post. Queria ter podido ver mais coisas. Na verdade, tudo que estivesse passando no Festival. Mas não deu tempo, nem mesmo consegui rever O Segredo de Kells que tinha vontade. Ainda assim, a experiência em geral foi ótima. Tomara que a nova edição chegue logo.

O Segredo de Eleonor
O fascínio dos contos de fadas, a força da imaginação, o poder da ingenuidade da criança. Essa animação francesa fala de tudo isso e um pouco mais. Nataniel é um garotinho criativo e cheio de imaginação, mas com um problema: não aprendeu a ler. Ele sempre ouvia sua tia Eleonor contar as histórias que adorava. Após a morte da senhora, no entanto, ele herda sua coleção de livros e descobre que eles são muito mais do que simples folhas de papel, cabendo a ele protegê-las.

É difícil descrever a forma como o roteiro nos conduz nessa aventura mágica que faz parte da imaginação de qualquer criança. Não apenas por ver ali Chapeuzinho vermelho, Pinóquio, Peter Pan, Alice, os sete anões e tantos outros, mas pela possibilidade de uma criança interagir com eles de uma forma inventiva. Mesmo no meio de uma grande enrascada, Nataniel vive o sonho de muita gente. É uma grande metáfora de imersão na história. Eu fiquei maravilhada com o que vi.

O traço é simples, em 2D, mas chega a ser um respiro saudosista diante dessa enxurrada de 3D. Aliás, achei genial uma charge falando disso no blog Atmosphera2. É muito bom ver que um bom roteiro bem produzido ainda pode nos fazer viajar. O grande plus de O Segredo de Eleonor é brincar com o imaginário escondido em nossa criança interna representada na frase final de Alice repetida por diversas vozes e que ecoam fundo em nossas almas. Saí do cinema leve e saudosa. As crianças bateram palmas com vontade.



Perdidos na Galáxia
Devo começar dizendo que o título em português é meio infeliz. Essa animação Húngara, cujo título original é Egon e Dönci, não é sobre pessoas perdidas no espaço. Mas, sobre um cientista e um gato, companheiros inseparáveis, em uma jornada bem definida: conhecer o planeta Terra. Eles têm mapas, coordenadas e rota traçada. O que acontece é que o roteiro abusa de recursos infantis para fazer a história andar. Com muita trapalhadas, a jornada é longa, vemos coisas sem nexo como ele tomando banho dentro da nave ou dormindo quando está perto do objetivo. Ainda assim, tem seus pontos positivos.

Em um planeta que não temos idéia de qual seja, distante de nosso sistema solar, mas com as mesmas referências de uma casinha rural, vivem Egon e Dönci. Não parece ter mais ninguém no planeta, apesar de sua despensa ser repleta de alimentos industrializados. Um OVNI cai em seu quintal com um disco da Terra. Egon resolve construir um foguete para conhecer esse planeta e a jornada se resume a isso. Creio que o filme perde um pouco do fôlego ao chegar na Terra. Mas, ainda assim é interessante.

O ponto alto do filme é a trilha sonora. Muito bem realizada, empolgante, conduz a jornada que em muitos momentos se torna uma propulsão de imagens e sensações. Não há vozes ou explicações, quase cinema mudo. Apenas ruídos saem das bocas dos personagens. Achei isso coerente para não gerar confusão de que língua eles falariam e como iriam se comunicar. É muito interessante a construção em 3D da via láctea, a nave circulando pelos planetas do sistema solar em paralelo com o computador mostrando a rota e os números dos mesmos. Uma verdadeira aula de ciências, bastante válida para os pequenos. Há ainda a mistura de cenas reais quando Egon vê o disco que parou misteriosamente em seu planeta. Além da surpresa no final que pode nos fazer pensar. Uma boa diversão para as crianças.

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