Os Smurfs
Criados pelo cartunista Peyo (nome artístico de Pierre Culliford) em 1958, Os Smurfs ganharam mundo através dos estúdios Hanna-Barbera em desenhos animados que marcaram a infância de muitos. Com esse tom saudosista eles retornam às telas, dessa vez do cinema, em uma mistura bem feita de animação 3D com live action. Uma pena que o roteiro não acompanhou tanto apuro na direção de arte.
Na pequena vila escondida dos mágicos seres azuis, todos se preparam para o Festival da Lua Azul. O problema é que Gargamel, o arqui-inimigo dos Smurfs, surge de surpresa e causa uma confusão. Por acidente, Papai Smurf, Smurfette, Gênio, Desastrado, Ranzinza e Corajoso vão parar em Nova York onde conhecem um casal especial, Patrick e Grace. Patrick está com um desafio nas mãos, conseguir entregar uma campanha publicitária em dois dias para não perder o emprego e o casal ainda está se preparando para a chegada do primeiro filho. As seis criaturinhas irão interagir com eles, causando muita confusão, para tentar voltar para casa e fugir do mago Gargamel que também está em Nova York.
Enquanto estavam na vila, o filme Os Smurfs construiu quase um clima perfeito. A computação gráfica utilizada para recriar os pequenos seres de Peyo é incrivelmente realista. Parecem mesmo criaturas reais. Os cenários são cópias bem feitas dos desenhos e tudo parece interagir de uma forma realmente mágica. Até mesmo a aparição de Gargamel, interpretado por Hank Azaria é a cópia perfeita do que acontece nos desenhos. Raja Gosnell repete até mesmo o enquadramento em que vemos a vila em primeiro plano, com o mago surgindo ao fundo por trás das árvores. Os simpáticos azulzinhos empolgam e teriam fôlego para uma aventura divertida para toda a família. Mas, os roteiristas J. David Stem e David N. Weiss resolveram apelar para o clichê dos clichês nesses casos: abrir um portal mágico e jogá-los em Nova York.
A trama é das mais bobas possíveis. Previsível, clichê e repetitiva. Em alguns momentos, traz à memória o péssimo Mestres do Universo, apesar de He-Man e sua turma terem ido parar na Califórnia e não em Nova York. Ou mesmo, é possível recordar de Os Muppets em Nova York e tantos outros filmes que utilizaram esse recurso. O engraçado é que os roteiristas preferem se comparar ao clássico de Spielberg, ET, ao colocar frases na boca de Patrick, personagem de Neil Patrick Harris, mas não seguem a cartilha do filme. As situações são forçadas, sem sentido, apelando para criar confusões que tragam o riso. Apesar de só um se chamar Desastrado e ser colocado de lado por isso, todos os Smurfs aprontam todas em Nova York, lembrando as chamadas da Sessão da Tarde: "uma turminha do barulho, aprontando muita confusão".
Por incrível que pareça, esse roteiro bobo surte efeito. Consegue divertir a todos os espectadores, principalmente às crianças que forem conhecer essas criaturinhas azuis. Não é para menos. A produção é caprichada, há muita cor, muito movimento e a interação entre os pequenos em 3D e os atores é muito bem feita. Assim como o gato Cruel, fiel seguidor de Gargamel. Ainda que não consigamos entender muitas das atitudes do casal Patrick e Grace em relação aos Smurfs, conseguimos nos envolver na história e torcer pelo time do bem, em busca de seu objetivo. Os atores em geral não têm muito destaque, nem comprometem, já que a maioria dos personagens é caricato. Mas, Hank Azaria, apesar de não ser um grande ator, consegue encarnar bem o mago trapalhão e asqueroso dos desenhos.
Apesar de frágil, o roteiro brinca com algumas referências do cinema, a começar por Avatar. O início do filme mostra os pequenos voando em pássaros, situação que não traz a lembrança dos desenhos, mas o hábito dos outros seres azuis de Pandora. Outra influência forte vem de O Senhor dos Anéis, em duas cenas que lembram ações do mago Gandalf na história, uma protagonizada por Gargamel, mais explícita, e outra por Papai Smurf que é mais sutil. Além de Smurfette repetindo a cena de Marilyn Monroe em "O Pecado Mora ao Lado", como já mostra o trailer. Uma outra brincadeira, provavelmente não funcionará nas cópias dubladas em português. A cantora Katy Perry dubla a Smurfette e em determinada cena ela fala "I kissed a smurf and i liked it" (Eu beijei um Smurf e gostei), em referência à sua música "I kissed a girl". Outra brincadeira que também já está no trailer é em relação ao Blue Man Group na propaganda da Tim.
Os Smurfs é o tipo de filme divertido que funciona para matar a saudade da infância de uns e apresentar os carismáticos personagens a outros. Além claro, de gerar uma indústria incrível de bonecos, brindes e camisas com as criaturinhas azuis. Ainda acredito que um roteiro não precisa ser bobo para ser infantil, mas como funciona, Hollywood acaba não se preocupando tanto com isso. E se prepare, porque você vai sair do cinema cantando aquela irritante e adorável musiquinha.
Os Smurfs (The Smurfs: 2011 /EUA)
Direção: Raja Gosnell
Roteiro: J. David Stem e David N. Weiss
Com: Hank Azaria, Neil Patrick Harris, Jayma Mays, Sofia Vergara.
Duração: 86 min
Na pequena vila escondida dos mágicos seres azuis, todos se preparam para o Festival da Lua Azul. O problema é que Gargamel, o arqui-inimigo dos Smurfs, surge de surpresa e causa uma confusão. Por acidente, Papai Smurf, Smurfette, Gênio, Desastrado, Ranzinza e Corajoso vão parar em Nova York onde conhecem um casal especial, Patrick e Grace. Patrick está com um desafio nas mãos, conseguir entregar uma campanha publicitária em dois dias para não perder o emprego e o casal ainda está se preparando para a chegada do primeiro filho. As seis criaturinhas irão interagir com eles, causando muita confusão, para tentar voltar para casa e fugir do mago Gargamel que também está em Nova York.
Enquanto estavam na vila, o filme Os Smurfs construiu quase um clima perfeito. A computação gráfica utilizada para recriar os pequenos seres de Peyo é incrivelmente realista. Parecem mesmo criaturas reais. Os cenários são cópias bem feitas dos desenhos e tudo parece interagir de uma forma realmente mágica. Até mesmo a aparição de Gargamel, interpretado por Hank Azaria é a cópia perfeita do que acontece nos desenhos. Raja Gosnell repete até mesmo o enquadramento em que vemos a vila em primeiro plano, com o mago surgindo ao fundo por trás das árvores. Os simpáticos azulzinhos empolgam e teriam fôlego para uma aventura divertida para toda a família. Mas, os roteiristas J. David Stem e David N. Weiss resolveram apelar para o clichê dos clichês nesses casos: abrir um portal mágico e jogá-los em Nova York.
A trama é das mais bobas possíveis. Previsível, clichê e repetitiva. Em alguns momentos, traz à memória o péssimo Mestres do Universo, apesar de He-Man e sua turma terem ido parar na Califórnia e não em Nova York. Ou mesmo, é possível recordar de Os Muppets em Nova York e tantos outros filmes que utilizaram esse recurso. O engraçado é que os roteiristas preferem se comparar ao clássico de Spielberg, ET, ao colocar frases na boca de Patrick, personagem de Neil Patrick Harris, mas não seguem a cartilha do filme. As situações são forçadas, sem sentido, apelando para criar confusões que tragam o riso. Apesar de só um se chamar Desastrado e ser colocado de lado por isso, todos os Smurfs aprontam todas em Nova York, lembrando as chamadas da Sessão da Tarde: "uma turminha do barulho, aprontando muita confusão".
Por incrível que pareça, esse roteiro bobo surte efeito. Consegue divertir a todos os espectadores, principalmente às crianças que forem conhecer essas criaturinhas azuis. Não é para menos. A produção é caprichada, há muita cor, muito movimento e a interação entre os pequenos em 3D e os atores é muito bem feita. Assim como o gato Cruel, fiel seguidor de Gargamel. Ainda que não consigamos entender muitas das atitudes do casal Patrick e Grace em relação aos Smurfs, conseguimos nos envolver na história e torcer pelo time do bem, em busca de seu objetivo. Os atores em geral não têm muito destaque, nem comprometem, já que a maioria dos personagens é caricato. Mas, Hank Azaria, apesar de não ser um grande ator, consegue encarnar bem o mago trapalhão e asqueroso dos desenhos.
Apesar de frágil, o roteiro brinca com algumas referências do cinema, a começar por Avatar. O início do filme mostra os pequenos voando em pássaros, situação que não traz a lembrança dos desenhos, mas o hábito dos outros seres azuis de Pandora. Outra influência forte vem de O Senhor dos Anéis, em duas cenas que lembram ações do mago Gandalf na história, uma protagonizada por Gargamel, mais explícita, e outra por Papai Smurf que é mais sutil. Além de Smurfette repetindo a cena de Marilyn Monroe em "O Pecado Mora ao Lado", como já mostra o trailer. Uma outra brincadeira, provavelmente não funcionará nas cópias dubladas em português. A cantora Katy Perry dubla a Smurfette e em determinada cena ela fala "I kissed a smurf and i liked it" (Eu beijei um Smurf e gostei), em referência à sua música "I kissed a girl". Outra brincadeira que também já está no trailer é em relação ao Blue Man Group na propaganda da Tim.
Os Smurfs é o tipo de filme divertido que funciona para matar a saudade da infância de uns e apresentar os carismáticos personagens a outros. Além claro, de gerar uma indústria incrível de bonecos, brindes e camisas com as criaturinhas azuis. Ainda acredito que um roteiro não precisa ser bobo para ser infantil, mas como funciona, Hollywood acaba não se preocupando tanto com isso. E se prepare, porque você vai sair do cinema cantando aquela irritante e adorável musiquinha.
Os Smurfs (The Smurfs: 2011 /EUA)
Direção: Raja Gosnell
Roteiro: J. David Stem e David N. Weiss
Com: Hank Azaria, Neil Patrick Harris, Jayma Mays, Sofia Vergara.
Duração: 86 min
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Os Smurfs
2011-08-06T08:59:00-03:00
Amanda Aouad
aventura|comedia|critica|infantil|quadrinhos|
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