![Sombras da Noite](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbphS5CUDNO0r8dnznvM3TVkI358zUBvCS2U-LSDM2bVAuCnBEF3AamzjnJiT0bGNePJlG6uzp7_XXT-_3ETYAPm4VAv_exnPzIzOUJIpkPh6oOtE3W-k6WF9NFqRxeAvfx4GNbhe4vG-r/s1600/johnny-depp-dark-shadows.jpg)
A trama gira em torno da família Collins. Com uma narração inicial, o personagem de Johnny Depp nos apresenta o conceito de família e o valor que é dado a ele pelos seus antepassados. Ele é Barnabas Collins, um jovem promissor que cometeu um único erro: desprezar o amor de uma bruxa, vivida pela atriz Eva Green. Uma maldição se instala nos Collins, seus pais são mortos, sua noiva se suicida e Barnabas Collins se transforma em um vampiro que é enterrado por quase duzentos anos. Ao acordar, ele estranha o mundo em que vive, pós revolução hippie e onde sua família amarga um ostracismo deprimente.
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Com uma passagem de tempo simples e funcional, vamos encontrar a personagem de Bella Heathcote em um trem, tornando o filme uma mistura de gêneros e clima mais heterogêneo. O que não é um problema, em um mundo cada vez mais híbrido, onde misturas e experimentações são constantes. O problema talvez seja exatamente esse, não ter nada de novo. E as expectativas para filmes de Tim Burton são sempre ligadas a inovações.
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Funciona principalmente pela mistura de um humor irônico com referências diversas à década de setenta. A começar pelo despertar de Barnabas. A brincadeira com a MacDonalds, o filme Super Fly, ícone da blaxploitation, em cartaz na cidade, a Kombi de hippies, Alice Cooper. Isso sem falar na trilha sonora. Há composições de música intra-diegéticas incrivelmente construídas, como um clipe a partir de uma apresentação na televisão, ou quando o personagem de Depp se ajoelha lamentando em cima de um órgão (naquele tempo era órgão, não teclado) e aquela base característica dos antigos instrumentos começa a tocar, sendo pontuadas com toques nas teclas.
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Sombras da Noite não é então um dos mais criativos, surpreendente ou inovadores filmes de Tim Burton. Mas, mantém um apuro técnico, interpretações bem trabalhadas e uma história coerente dentro de um universo específico. Você pode alegar que vampiro não é transformado por maldição de bruxa, ou que uma bruxa não é imortal, nem quebra que nem porcelana, entre outros detalhes menores. Mas, esse parece não ser mesmo o foco da trama que apenas utiliza conceitos de seres mágicos para construir uma crônica de uma época.
Sombras da Noite (Dark Shadows, 2012 / EUA)
Direção: Tim Burton
Roteiro: John August, Seth Grahame-Smith
Com: Johnny Depp, Michelle Pfeiffer, Helena Bonham Carter, Eva Green, Bella Heathcote, Chloë Grace Moretz, Gulliver McGrath
Duração: 113 min.