![Amor Pleno Amor Pleno](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmstTlaO5iK5upnvkJ7AG1Dv7B0L8bWBIs-lBgJuinwZix_NgeL66TW_k0N1JqqhEKQIXh60zXJfSMSJ_C0jL7LmCcOrRMy5CJP5Lo0_m74SUKjCSRUEkc6v-JbQhe98I22v3FHaQUvDU/s200/amor-pleno-02.jpg)
Não é um filme idiota, mas talvez mais pretensioso que A Árvore da Vida. Nem por isso chega a ser ruim. Na realidade, Terrence Malick aprofunda aqui uma coisa que ficou an passam no outro filme. A relação dele, e de qualquer ser humano, com Deus. É verdade que o foco está na relação do casal vivido por Ben Affleck e Olga Kurylenko. Mas, através do personagem de Javier Bardem, é construída uma ponte para o diretor / roteirista questionar Deus e busca uma verdadeira comunhão com ele. Essa construção é feita de forma explícita em seus discursos enquanto padre da paróquia e, implicitamente em suas visitas à comunidades e questionamentos internos.
![Amor Pleno Amor Pleno](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh35CIMKiJb1-uVSrtlJ64wLhLPlQb6z_F4joawmwn4PwVD5F8QBRs7VjxWPMOdHCOXJG8if5ydi9SKhLCO3dZos5FIqOabLq5UlTfgjSHEUB4Qe6Int_64Wpbv7stqtjAuZlleg6DlKSM/s320/To-The-Wonder-amor-pleno.jpg)
![Amor Pleno Amor Pleno](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2LU4OJkluFGY8tHL5Q0hsKObIG4TutfX8gi2l3V4jaoUJ3Py1Vy5TzZEebIVrciScZ6lhBIk6KbaNhUOpxygUqrz2t3Gm46X3viCvg4Ti4m2Vy5oVhbb3EIWsbqwtZMTjo158-4q7NfI/s320/amor-pleno-01.jpg)
E nisso, as mulheres que convivem com ele sofrem. Ao mesmo tempo que amam e desejam estar com ele. Querem que ele tome uma atitude, que as assuma, que as escolha. Mas, ele simplesmente vai se deixando levar, como uma onda no mar. E é nessa construção que o discurso do padre e a realidade maior que ele apresenta se encaixa tão bem. Por que estamos preocupados com um amor frívolo e passageiro, se há tantas coisas mais importantes no mundo? Malick parece se perguntar.
![Amor Pleno Amor Pleno](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJxQNrI2fxZrtM3IdmVya7gun1Ic5BxIvnsg6H_iFWgNwHFVfZvyy6fFBKJ4ZoWLgJ61Bhrcp96NCFPywXDTtr50C3HoSLSw4v5E-owTaJeC-FzhhVFdcVE9oTgvtF-3DZ_1egrQFKSZs/s320/amor-pleno.jpg)
É interessante perceber também a tentativa multicultural que o filme nos traz. Construído basicamente em três linguagens que trazem a bagagem das três culturas dos países que representa. A França no francês de Olga Kurylenko, os Estados Unidos no inglês de Ben Affleck e a Espanha, no espanhol de Javier Bardem. Em determinado momento, a Itália também se faz representada em uma participação, no mínimo, estranha de Romina Mondello. E é ainda mais interessante como essa Torre de Babel consegue se constituir em uma única história, onde todos se comunicam. E também nisso, está a ligação divina. Como se Deus, que é só amor, constituísse sua linguagem universal.
Amor Pleno é um filme de signos que busca desmistificar a si mesmo. E talvez por isso, seja tão pretensioso e cansativo. Talvez por isso, incomode e gere irritações tão extravagantes a ponto de pessoas gritarem no cinema. E talvez também por isso, gere um certo fascínio. Não uma busca pseudo-intelectual querendo quer culta. Mas, algo que nos instiga a investigar as sensações e sentimentos que essas imagens nos provocam e o porquê de nos provocar tanto. Cinema também é isso. Então, torço para que Terrence Malick continue bastante produtivo.
Amor Pleno (To the Wonder, 2013 / EUA)
Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Com: Ben Affleck, Olga Kurylenko, Rachel McAdams e Javier Bardem
Duração: 112 min.