Home
acao
critica
Jaume Collet-Serra
Julianne Moore
Liam Neeson
Lupita Nyong'o
Nate Parker
Scoot McNairy
suspense
Sem Escalas
Sem Escalas
Parece que Liam Neeson virou sinônimo de filmes de ação com um agente em situação limite. O que é uma pena, já que o ator tem potencial para muito mais. De qualquer maneira, ele funciona no papel e Sem Escalas nos envolve em um suspense tenso com várias reviravoltas que aguçam nossa curiosidade. Pena que o desfecho fique aquém da expectativa criada.
Bill Marks é um agente de voo responsável pela segurança dos passageiros locais. Porém, sua rede privada acaba sendo invadida por uma pessoa que ameaça matar uma pessoa no avião a cada 20 minutos, caso US$ 150 mil não sejam depositados em determinada conta. Desconfiado, ele alerta a tripulação e investiga os passageiros procurando saber a veracidade da ameaça. Porém, quando a primeira pessoa morre, ele percebe que o jogo é bem mais complexo do que esperava.
Diretor de obras como A Casa de Cera, A Órfã e Desconhecido, Jaume Collet-Serra já provou que sabe manipular os elementos fílmicos para construir bons efeitos de tensão e despertar a curiosidade do público. Aqui, não é diferente. Desde a primeira cena, colamos no personagem de Liam Neeson porque pouco nos é ofertado sobre ele. E tudo que vai se desenvolvendo até que ele receba a primeira mensagem do terrorista é muito bem planejado e construído.
Um homem visivelmente perturbado, com uma garrafa de uísque e a foto de uma garotinha. Sua passagem pelo aeroporto é intrigante. Ele observa a tudo e a todos, nos dá detalhes visuais dos passageiros. Cria uma tensão antes mesmo do embarque, mesmo sem saber a sinopse. Toda a mise-en-scéne nos prepara para um perigo iminente. E nessa passagem de olho, vamos vislumbrando os demais personagens que serão importantes para a trama.
A inserção da personagem de Julianne Moore e da comissária vivida por Michelle Dockery também são providenciais para nos aproximar do personagem. A primeira quer sentar na janela e acaba conseguindo trocar de lugar com outro passageiro, nos dando algumas suposições posteriores. Fora que é o primeiro ponto para Bill falar um pouco dele. A segunda, já conhecia Bill e até o fato dele pedir uma Gin Tônica e ela trazer água já demonstra que o seu problema com bebidas é relevante.
A partir daí, o filme se torna uma perseguição de gato e rato, na tentativa de descobrir quem é o culpado pelas ameaças e mortes. Temos um lugar fechado, o avião, e uma hora determinada, as seis horas de voo e uma morte a cada vinte minutos. Não é preciso muito mais para construir o suspense e Jaume Collet-Serra sabe se utilizar bem do que tem em mãos. Ainda que pequenos furos sempre aconteçam, como a exposição excessiva do personagem ao procurar o culpado.
Mas, temos ainda cuidados estéticos interessantes, como quando ele usa um celular quebrado e as mensagens vão aparecendo para nós com as falhas do visor. Aliás, o recurso da aparição das mensagens intercalando na tela do aparelho e na tela do cinema traz uma dinâmica interessante, agilizando a montagem e tornando a linguagem atual para os tempos de hoje.
O elenco também ajuda muito no bom resultado final em tela. Liam Neeson vestiu de vez a persona do agente super-homem, Julianne Moore sempre dá um plus às cenas com seu talento e os demais também correspondem ao esperado. Temos até a participação da indicada ao Oscar Lupita Nyong'o quase como figurante de luxo.
No entanto, tanta curiosidade e expectativa acaba sendo frustrada no terceiro ato quando as coisas precisam começar a se revelar para a resolução. Temos exageros, tons errados na condução da maioria dos profissionais contactados por Bill e até mesmo uma queda para o exagero emotivo com uma criancinha a bordo. Isso sem falar na revelação em si que traz problemas e outros pequenos furos.
De qualquer maneira, Sem Escalas consegue superar o Desconhecido que traz falhas mais complexas na condução narrativa. Acaba sendo um filme de ação com suspense bastante eficaz em sua maior parte do tempo.
Sem Escalas (Non-Stop, 2014 / EUA)
Direção: Jaume Collet-Serra
Roteiro: John W. Richardson, Christopher Roach
Com: Liam Neeson, Julianne Moore, Lupita Nyong'o, Scoot McNairy, Nate Parker, Michelle Dockery
Duração: 106 min.
Bill Marks é um agente de voo responsável pela segurança dos passageiros locais. Porém, sua rede privada acaba sendo invadida por uma pessoa que ameaça matar uma pessoa no avião a cada 20 minutos, caso US$ 150 mil não sejam depositados em determinada conta. Desconfiado, ele alerta a tripulação e investiga os passageiros procurando saber a veracidade da ameaça. Porém, quando a primeira pessoa morre, ele percebe que o jogo é bem mais complexo do que esperava.
Diretor de obras como A Casa de Cera, A Órfã e Desconhecido, Jaume Collet-Serra já provou que sabe manipular os elementos fílmicos para construir bons efeitos de tensão e despertar a curiosidade do público. Aqui, não é diferente. Desde a primeira cena, colamos no personagem de Liam Neeson porque pouco nos é ofertado sobre ele. E tudo que vai se desenvolvendo até que ele receba a primeira mensagem do terrorista é muito bem planejado e construído.
Um homem visivelmente perturbado, com uma garrafa de uísque e a foto de uma garotinha. Sua passagem pelo aeroporto é intrigante. Ele observa a tudo e a todos, nos dá detalhes visuais dos passageiros. Cria uma tensão antes mesmo do embarque, mesmo sem saber a sinopse. Toda a mise-en-scéne nos prepara para um perigo iminente. E nessa passagem de olho, vamos vislumbrando os demais personagens que serão importantes para a trama.
A inserção da personagem de Julianne Moore e da comissária vivida por Michelle Dockery também são providenciais para nos aproximar do personagem. A primeira quer sentar na janela e acaba conseguindo trocar de lugar com outro passageiro, nos dando algumas suposições posteriores. Fora que é o primeiro ponto para Bill falar um pouco dele. A segunda, já conhecia Bill e até o fato dele pedir uma Gin Tônica e ela trazer água já demonstra que o seu problema com bebidas é relevante.
A partir daí, o filme se torna uma perseguição de gato e rato, na tentativa de descobrir quem é o culpado pelas ameaças e mortes. Temos um lugar fechado, o avião, e uma hora determinada, as seis horas de voo e uma morte a cada vinte minutos. Não é preciso muito mais para construir o suspense e Jaume Collet-Serra sabe se utilizar bem do que tem em mãos. Ainda que pequenos furos sempre aconteçam, como a exposição excessiva do personagem ao procurar o culpado.
Mas, temos ainda cuidados estéticos interessantes, como quando ele usa um celular quebrado e as mensagens vão aparecendo para nós com as falhas do visor. Aliás, o recurso da aparição das mensagens intercalando na tela do aparelho e na tela do cinema traz uma dinâmica interessante, agilizando a montagem e tornando a linguagem atual para os tempos de hoje.
O elenco também ajuda muito no bom resultado final em tela. Liam Neeson vestiu de vez a persona do agente super-homem, Julianne Moore sempre dá um plus às cenas com seu talento e os demais também correspondem ao esperado. Temos até a participação da indicada ao Oscar Lupita Nyong'o quase como figurante de luxo.
No entanto, tanta curiosidade e expectativa acaba sendo frustrada no terceiro ato quando as coisas precisam começar a se revelar para a resolução. Temos exageros, tons errados na condução da maioria dos profissionais contactados por Bill e até mesmo uma queda para o exagero emotivo com uma criancinha a bordo. Isso sem falar na revelação em si que traz problemas e outros pequenos furos.
De qualquer maneira, Sem Escalas consegue superar o Desconhecido que traz falhas mais complexas na condução narrativa. Acaba sendo um filme de ação com suspense bastante eficaz em sua maior parte do tempo.
Sem Escalas (Non-Stop, 2014 / EUA)
Direção: Jaume Collet-Serra
Roteiro: John W. Richardson, Christopher Roach
Com: Liam Neeson, Julianne Moore, Lupita Nyong'o, Scoot McNairy, Nate Parker, Michelle Dockery
Duração: 106 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Sem Escalas
2014-02-27T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
acao|critica|Jaume Collet-Serra|Julianne Moore|Liam Neeson|Lupita Nyong'o|Nate Parker|Scoot McNairy|suspense|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
A cena que vamos detalhar, do filme Tubarão (1975), é um dos momentos mais emblemáticos do filme dirigido por Steven Spielberg. Nessa se...
-
Oldboy , dirigido por Park Chan-wook , é um filme sul-coreano que se destaca como um dos grandes tesouros do cinema contemporâneo. Com uma ...
-
A Princesa Prometida , dirigido por Rob Reiner e lançado em 1987 , é um conto de fadas moderno que encanta o público com sua mistura perfei...
-
Ridley Scott , o visionário por trás de clássicos como Alien e Blade Runner , nos trouxe A Lenda (1985), uma fantasia que se destaca pela ...
-
Venom: Tempo de Carnificina é um daqueles filmes que só faz sentido quando encarado como uma peça de entretenimento ultrajante e autossufi...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Hitch: Conselheiro Amoroso é um daqueles filmes que, à primeira vista, parecem abraçar o clichê sem qualquer vergonha, mas que, ao olhar m...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...