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Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou

Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu VouOs Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou. Com esse título, o filme já diz a que veio, então, nem adianta reclamar que a trama coloca a mulher na velha posição de precisar de um homem para ser feliz.

A peça escrita pela própria Mônica Martelli, que interpreta a protagonista, brinca com esta situação. A transposição para o cinema pode ter carregado um pouco mais no melodrama para construir uma comédia romântica divertida, ainda que calcada em valores que as feministas se irritam.

Fernanda é uma promoter que tem um cerimonial de casamentos junto ao amigo e sócio Anibal, vivido por Paulo Gustavo. Perto dos quarenta anos, no entanto, ela continua solteira. E sonhando com o dia em que irá desencalhar e subir ao altar. Seu ritual é sempre o mesmo, encontra um homem interessante, solta os cabelos, é abordada por ele, jura que não vai para a cama no primeiro encontro e sofre com as expectativas frustradas.

Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu VouA coisa mais interessante e diferente no roteiro do filme é o fato de o casal romântico não existir em boa parte da trama. São sucessões de tentativas onde não há pistas de um romance duradouro. Pelo menos em boa parte do filme. Talvez, eles pudessem ousar e brincar ainda mais com isso, subvertendo a expectativa, seria mais inteligente terminar um pouco antes, por exemplo. Mas, ainda assim, o roteiro funciona.

A trama é bem contada, divertida, sem apelações e a voz over de Fernanda funciona muito bem, sendo uma solução inteligente para a adaptação do texto teatral que era um monólogo e, como tal, trazia de maneira mais livre os pensamentos da personagem. Os personagens secundários também funcionam, os dois amigos da moça.

Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu VouPaulo Gustavo consegue ser divertido, ainda que forjado em um tipo único. E constrói uma boa química com Mônica Martelli, trazendo comentários pontuais e inteligentes como quando fala do político, "Fez campanha, ganhou a eleição e sumiu". Ou no teste para o cover de Lulu Santos. Assim como Daniele Valente está muito bem como a amiga que quer ser atriz. A cena em que ela interpreta a mensagem de voz deixada pelo pretendente é muito boa, pontuando cada frase com um comentário divertido.

Já as diversas participações especiais acabam variando também na qualidade. Irene Ravache está ótima como a mãe de um noivo, mas sua personalidade moldada no início se perde na parte final. Herson Capri fica um personagem perdido com uma esquete pouco desenvolvida. Assim como Ana Lucia Torre que parece esquecida pelo roteiro. Humberto Martins está acima do tom e Júlia Rabello repete tipo, sem necessidade. Já Eduardo Moscovis, Marcos Palmeira e Alejandro Claveaux cumprem seus papéis, mas não vão muito além disso.

Sem precisar apelar, nem perder o bom gosto, Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou acaba sendo uma comédia romântica divertida. Funciona como uma grande brincadeira com a situação da mulher moderna, que trabalha, é independente, mas se sente frustrada e pressionada pela sociedade por ainda não ter encontrado um homem para chamar de seu.


Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou (2014 / Brasil)
Direção: Marcus Baldini, Homero Olivetto
Roteiro: Mônica Martelli, Suzana Garcia
Com: Mônica Martelli, Paulo Gustavo, Daniele Valente, Marcos Palmeira, Humberto Martins
Duração: 108 min.

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