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X-Men - Dias de um Futuro Esquecido
X-Men - Dias de um Futuro Esquecido
Após deixar a direção do terceiro filme da trilogia X-Men para Brett Ratner, Bryan Singer retoma o bastão dando continuidade ao bom nível criado por Matthew Vaughn nessa nova saga dos mutantes, nos fazendo esquecer o filme de 2006 e empolgar para o que ainda vem por aí, como X-Men: Apocalypse previsto para 2016.
Naquilo que se propõe, X-Men - Dias de um Futuro Esquecido é extremamente feliz. O roteiro é coerente e une tudo que já vimos sobre os mutantes no cinema de uma maneira bastante harmônica e divertida, apesar de toda a tensão criada. É uma trama grandiosa, com bons personagens e a velha simbologia do mundo em que vivemos. Mesmo a viagem no tempo, e a forma como Wolverine se torna o eleito para voltar ao passado, fica bem explicado, só não se explica muito o poder de Kitty Pryde de conduzir a mente no tempo.
Em um futuro caótico, os X-Men estão quase dizimados, assim como boa parte dos humanos que tem alguma relação com eles. A única esperança está no passado. O ano de 1973, para ser mais exato, foi momento em que a humanidade ficou convencida de que a raça mutante seria perigosa e aceitou o projeto do Dr. Bolivar Trask de produzir sentinelas capazes de caçar e destruir os seres "anormais". Assim, Wolverine retorna ao passado para impedir que o futuro aconteça, digamos assim.
A trama, na realidade, é baseada na história de Chris Claremont, que foi roteirista da Marvel de 1976 a 1991. Mas, Simon Kinberg, com a ajuda de Matthew Vaughn e Jane Goldman, consegue construir um roteiro coerente, utilizando o que já vimos nos filmes e as necessidades da indústria. Mais do que isso, tudo é muito bem planejado, construindo trajetórias condizentes com os personagens, aprofundando dramas e embasando situações de maneira inteligente e envolvente. Seria fácil se perder com tantos personagens, ainda mais em dois tempos paralelos, mas Dias de um Futuro Esquecido não nos dá essa sensação.
O roteiro tem seus méritos, a trama é boa e constrói seu paralelo comum à saga do mundo e suas minorias. O medo do desconhecido e todas as questões da humanidade que podem ser metaforizada na pele de mutantes. Mas, muito disso, vem da base da própria noção de mutante e da boa construção de seus personagens. Ainda que caindo de para-quedas na trama, Wolverine só funciona como elo por ser um personagem complexo o suficiente para nos dar situações condizentes e envolventes. Assim como Mística, Charles Xavier e Magneto, em todas as nuanças de seus dramas, passados ou futuros.
Os atores antigos e novos funcionam também como um bom time, fazendo-nos crer naquele universo fantástico. E os efeitos especias dão a dimensão da grandiosidade proposta. Há cenas de grande impacto em ambas as épocas. Bryan Singer consegue imprimir um ritmo envolvente nas cenas de ação, sem perder o potencial dramático da trama ou mesmo o humor em alguns momentos, como todo o plano do resgate de Magneto.
A construção em paralelo do futuro e do passado também traz um belo efeito emocional, construindo aos poucos o clímax da trama, que racionalmente tem seus problemas, mas que é tão bem encadeada que surte o efeito esperado, não comprometendo a fruição. É impactante ver a situação crescente e os ecos construídos pela montagem de uma época e outra.
No final, Bryan Singer demonstra sua capacidade de transportar a trama mutante para as telas com competência. Se a trilogia original tinha se perdido em sua confusa terceira parte, sem seu comando, e começou a ganhar novos ares com o First Class, aqui ele retoma a dignidade a ambos, unindo-os de uma maneira coerente e envolvente. Que venha o próximo capítulo.
X-Men - Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past, 2014 / EUA)
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg
Com: Patrick Stewart, Ian McKellen, Hugh Jackman, James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Halle Berry, Ellen Page, Peter Dinklage
Duração: 131 min.
Naquilo que se propõe, X-Men - Dias de um Futuro Esquecido é extremamente feliz. O roteiro é coerente e une tudo que já vimos sobre os mutantes no cinema de uma maneira bastante harmônica e divertida, apesar de toda a tensão criada. É uma trama grandiosa, com bons personagens e a velha simbologia do mundo em que vivemos. Mesmo a viagem no tempo, e a forma como Wolverine se torna o eleito para voltar ao passado, fica bem explicado, só não se explica muito o poder de Kitty Pryde de conduzir a mente no tempo.
Em um futuro caótico, os X-Men estão quase dizimados, assim como boa parte dos humanos que tem alguma relação com eles. A única esperança está no passado. O ano de 1973, para ser mais exato, foi momento em que a humanidade ficou convencida de que a raça mutante seria perigosa e aceitou o projeto do Dr. Bolivar Trask de produzir sentinelas capazes de caçar e destruir os seres "anormais". Assim, Wolverine retorna ao passado para impedir que o futuro aconteça, digamos assim.
A trama, na realidade, é baseada na história de Chris Claremont, que foi roteirista da Marvel de 1976 a 1991. Mas, Simon Kinberg, com a ajuda de Matthew Vaughn e Jane Goldman, consegue construir um roteiro coerente, utilizando o que já vimos nos filmes e as necessidades da indústria. Mais do que isso, tudo é muito bem planejado, construindo trajetórias condizentes com os personagens, aprofundando dramas e embasando situações de maneira inteligente e envolvente. Seria fácil se perder com tantos personagens, ainda mais em dois tempos paralelos, mas Dias de um Futuro Esquecido não nos dá essa sensação.
O roteiro tem seus méritos, a trama é boa e constrói seu paralelo comum à saga do mundo e suas minorias. O medo do desconhecido e todas as questões da humanidade que podem ser metaforizada na pele de mutantes. Mas, muito disso, vem da base da própria noção de mutante e da boa construção de seus personagens. Ainda que caindo de para-quedas na trama, Wolverine só funciona como elo por ser um personagem complexo o suficiente para nos dar situações condizentes e envolventes. Assim como Mística, Charles Xavier e Magneto, em todas as nuanças de seus dramas, passados ou futuros.
Os atores antigos e novos funcionam também como um bom time, fazendo-nos crer naquele universo fantástico. E os efeitos especias dão a dimensão da grandiosidade proposta. Há cenas de grande impacto em ambas as épocas. Bryan Singer consegue imprimir um ritmo envolvente nas cenas de ação, sem perder o potencial dramático da trama ou mesmo o humor em alguns momentos, como todo o plano do resgate de Magneto.
A construção em paralelo do futuro e do passado também traz um belo efeito emocional, construindo aos poucos o clímax da trama, que racionalmente tem seus problemas, mas que é tão bem encadeada que surte o efeito esperado, não comprometendo a fruição. É impactante ver a situação crescente e os ecos construídos pela montagem de uma época e outra.
No final, Bryan Singer demonstra sua capacidade de transportar a trama mutante para as telas com competência. Se a trilogia original tinha se perdido em sua confusa terceira parte, sem seu comando, e começou a ganhar novos ares com o First Class, aqui ele retoma a dignidade a ambos, unindo-os de uma maneira coerente e envolvente. Que venha o próximo capítulo.
X-Men - Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past, 2014 / EUA)
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg
Com: Patrick Stewart, Ian McKellen, Hugh Jackman, James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Halle Berry, Ellen Page, Peter Dinklage
Duração: 131 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
X-Men - Dias de um Futuro Esquecido
2014-05-21T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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