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A Série Divergente: Insurgente
A Série Divergente: Insurgente
Continuação da Saga Divergente criada por Veronica Roth, Insurgente traz um segundo capítulo mais interessante que o seu primeiro. Menos didático e com mais ação, ele consegue nos envolver, ainda que continue não fazendo o menor sentido.
Após a luta do primeiro filme, a facção da Abnegação foi praticamente dizimada e a líder Jeanine conseguiu convencer a população de que a culpa pelo ataque foi dos divergentes. Com isso, Tris e seus iguais são caçados como inimigos da ordem estabelecida. Escondida na facção da Amizade, junto com Quatro, Peter e Caleb, ela irá tentar armar um plano para matar a líder da Erudição, sem saber que poderá ser útil para algo que sua inimiga deseja.
Como o primeiro filme se encarregou de explicar esse mundo e suas cinco facções ilógicas, o roteiro dessa continua consegue ser mais livre e fluir bem a narrativa. É ágil, há bons momentos de tensão e funciona bem diante do universo proposto. Os personagens também parecem se desenhar um pouco melhor, ainda que muita coisa fique mal explicada e ainda seja difícil entender a questão do cérebro incapaz de alguns atitudes.
O personagem Peter até brinca com isso dizendo que não é porque ele é da Audácia que seja uma pessoa tola. Parece óbvio, mas para aquele mundo as coisas não funcionam tão bem assim, vide quando o soldado é irônico com Johanna, a líder da Amizade, como se ela não fosse capaz de sentir raiva, medo ou mesmo tivesse um mínimo de censo de proteção. Afinal, a facção Amizade está sempre pronta a perdoar e receber todos de braços abertos.
Mas, o que acaba incomodando mesmo é que boa parte da trama gire em torno de uma falha nesse sistema. E talvez aqui eu tenha que revelar um pequeno spoiler, apesar de que para mim parecia óbvio desde o primeiro momento. Então, pule o parágrafo se não quiser ter a "surpresa" revelada. Jeanine é a líder da Erudição, logo é extremamente inteligente e lógica. Ela tem uma pedra nas mãos que foi deixada pelos construtores da cidade. Mas, essa pedra só pode ser aberta por um Divergente. Ora, vejam, não é lógico que a mensagem que está ali dentro acaba por legitimar esse grupo de pessoas? Senão, não faria sentido que logo eles fossem os responsáveis por abri-la.
De qualquer maneira, o filme constrói uma boa expectativa e traz algumas reviravoltas interessantes, ainda que tenham muitos clichês e uma sensação de déjà vu, principalmente no final, ao compararmos com outros filmes vindo de literaturas recentes para adolescentes. Chama a atenção da série Divergente, no entanto, o investimento em produção e as participações especiais no elenco. Além do já visto no primeiro filme, mantendo nomes como Miles Teller e Kate Winslet. Temos aqui Octavia Spencer como a líder da facção Amizade e Daniel Dae Kim como líder da facção Franqueza.
Os efeitos especiais são bem construídos, principalmente nas simulações, dando ainda mais agilidade a trama. Porém, nada de impressionante. O 3D também não acrescenta nada a narrativa, nem a experiência estética, apenas deixando a tela mais escura em um filme onde a fotografia já é bastante carregada.
No final das contas, no entanto, Insurgente acaba dando um fôlego para a série que começou com pouca promessa de sucesso. Construindo seu viés crítico, ainda que superficial diante de uma aventura que dá poucas pausas para fazer pensar, ele vai se aproximando do concorrente mais bem sucedido que é a saga Jogos Vorazes. Resta saber se, para ele, dividir o último livro vai ser algo realmente necessário e interessante.
A Série Divergente: Insurgente (Insurgent, 2015 / EUA)
Direção: Robert Schwentke
Roteiro: Brian Duffield, Akiva Goldsman, Mark Bomback
Com: Shailene Woodley, Ansel Elgort, Theo James
Duração: 119 min.
Após a luta do primeiro filme, a facção da Abnegação foi praticamente dizimada e a líder Jeanine conseguiu convencer a população de que a culpa pelo ataque foi dos divergentes. Com isso, Tris e seus iguais são caçados como inimigos da ordem estabelecida. Escondida na facção da Amizade, junto com Quatro, Peter e Caleb, ela irá tentar armar um plano para matar a líder da Erudição, sem saber que poderá ser útil para algo que sua inimiga deseja.
Como o primeiro filme se encarregou de explicar esse mundo e suas cinco facções ilógicas, o roteiro dessa continua consegue ser mais livre e fluir bem a narrativa. É ágil, há bons momentos de tensão e funciona bem diante do universo proposto. Os personagens também parecem se desenhar um pouco melhor, ainda que muita coisa fique mal explicada e ainda seja difícil entender a questão do cérebro incapaz de alguns atitudes.
O personagem Peter até brinca com isso dizendo que não é porque ele é da Audácia que seja uma pessoa tola. Parece óbvio, mas para aquele mundo as coisas não funcionam tão bem assim, vide quando o soldado é irônico com Johanna, a líder da Amizade, como se ela não fosse capaz de sentir raiva, medo ou mesmo tivesse um mínimo de censo de proteção. Afinal, a facção Amizade está sempre pronta a perdoar e receber todos de braços abertos.
Mas, o que acaba incomodando mesmo é que boa parte da trama gire em torno de uma falha nesse sistema. E talvez aqui eu tenha que revelar um pequeno spoiler, apesar de que para mim parecia óbvio desde o primeiro momento. Então, pule o parágrafo se não quiser ter a "surpresa" revelada. Jeanine é a líder da Erudição, logo é extremamente inteligente e lógica. Ela tem uma pedra nas mãos que foi deixada pelos construtores da cidade. Mas, essa pedra só pode ser aberta por um Divergente. Ora, vejam, não é lógico que a mensagem que está ali dentro acaba por legitimar esse grupo de pessoas? Senão, não faria sentido que logo eles fossem os responsáveis por abri-la.
De qualquer maneira, o filme constrói uma boa expectativa e traz algumas reviravoltas interessantes, ainda que tenham muitos clichês e uma sensação de déjà vu, principalmente no final, ao compararmos com outros filmes vindo de literaturas recentes para adolescentes. Chama a atenção da série Divergente, no entanto, o investimento em produção e as participações especiais no elenco. Além do já visto no primeiro filme, mantendo nomes como Miles Teller e Kate Winslet. Temos aqui Octavia Spencer como a líder da facção Amizade e Daniel Dae Kim como líder da facção Franqueza.
Os efeitos especiais são bem construídos, principalmente nas simulações, dando ainda mais agilidade a trama. Porém, nada de impressionante. O 3D também não acrescenta nada a narrativa, nem a experiência estética, apenas deixando a tela mais escura em um filme onde a fotografia já é bastante carregada.
No final das contas, no entanto, Insurgente acaba dando um fôlego para a série que começou com pouca promessa de sucesso. Construindo seu viés crítico, ainda que superficial diante de uma aventura que dá poucas pausas para fazer pensar, ele vai se aproximando do concorrente mais bem sucedido que é a saga Jogos Vorazes. Resta saber se, para ele, dividir o último livro vai ser algo realmente necessário e interessante.
A Série Divergente: Insurgente (Insurgent, 2015 / EUA)
Direção: Robert Schwentke
Roteiro: Brian Duffield, Akiva Goldsman, Mark Bomback
Com: Shailene Woodley, Ansel Elgort, Theo James
Duração: 119 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Série Divergente: Insurgente
2015-03-28T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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