Eu poderia dizer que o filme é ruim ou dizer que é maravilhoso, isso não importaria tanto. Missão Impossível se consolidou enquanto franquia de ação e Tom Cruise como astro maior, tendo seu agente Ethan Hunt galgado um posto ao lado de grandes personagens como James Bond e Jason Bourne. E Missão: Impossível - Nação Secreta, apesar de muitos ecos do seu antecessor, acaba sendo um dos melhores da série.O agente Ethan Hunt cumpre mais uma missão e vai em busca de sua próxima jornada. O problema é que esta não era exatamente aquela que ele esperava e assim, descobre que o Sindicato é real e que está querendo destruir o IMF. Mais uma vez clandestino, ele tentará de tudo para destruir essa organização e restabelecer a ordem.
Nação Secreta tem muito de Protocolo Fantasma. A começar pela não utilização do número 5 para indicar o quinto filme da série e ter um subtítulo. Tem também um diretor pouco experiente no comando, ainda que com grande experiência enquanto roteirista. E tem ainda a mesma premissa, a IMF desmantelada e o agente Ethan Hunt agindo de maneira clandestina, perseguindo ao mesmo tempo em que é perseguido. Porém, as semelhanças terminam por aí. Aqui temos um roteiro melhor elaborado, com um vilão muito mais convincente, apesar de as cenas de ação continuarem a ser o maior chamariz da obra. 
Mais uma vez seguindo a fórmula de 007, o filme começa com uma cena de ação eletrizante e depois vai para os créditos iniciais. Não há muita surpresa nessa cena, massificada com o trailer, mas o mais interessante acaba sendo isso. Como ficamos tanto tempo vendo essa cena do avião, vê-la logo no início quebra a expectativa da compreensão de quando ela virá e ainda nos dá outras boas surpresas durante a projeção com cenas de ação ainda mais eletrizantes como uma perseguição de moto. Não podemos dizer que as cenas são extremamente criativas ou surpreendentes, no entanto. Os filmes de ação parecem cada vez mais genéricos, principalmente com o auxílio da tecnologia. E nem a informação de que é Tom Cruise mesmo ali no lugar de um dublê aumenta a nossa adrenalina a ponto de ser algo inesquecível ou único. Ainda assim, são bastante funcionais e bem executadas. Há fôlego para a longa duração da obra, ainda que sintamos o cansaço após a sessão.
O mais interessante no filme que tem como diretor, um roteirista como Christopher McQuarrie, é exatamente o roteiro e suas artimanhas que estão sempre brincando com a nossa expectativa. Ele brinca com os elementos conhecidos, nos dando algumas surpresas como na loja de discos. Além, claro, da femme fatale vivida por Rebecca Ferguson, que está sempre nos deixando em dúvidas em relação aos acontecimentos que virão. Os diálogos também são bem construídos e há piadas bem elaboradas que acrescentam à trama. No final das contas, Missão: Impossível - Nação Secreta é um bom filme de ação. Competente naquilo que se propõe, ainda dá novo fôlego para a série que tinha caído um pouco em suas últimas investidas. Agora, parece que não há dúvidas que Ethan Hunt quer rivalizar com James Bond pelo título de agente secreto dos cinemas. Só resta saber se Tom Cruise continuará sua saga ou passará o bastão para outro ator em breve.
Missão: Impossível - Nação Secreta (Mission: Impossible - Rogue Nation, 2015 / EUA)
Direção: Christopher McQuarrie
Roteiro: Christopher McQuarrie
Com: Tom Cruise, Rebecca Ferguson, Jeremy Renner, Alec Baldwin, Simon Pegg
Duração: 131 min.
