Como já se tornou tradição no mês de outubro, chegou a vez de Salvador e Aracaju receberem a 14ª edição do FICI (Festival Internacional de Cinema Infantil). Realizado por Carla Camurati e Carla Esmeralda, esta edição traz 100 filmes, entre eles curtas, médias e longas-metragens, brasileiros e internacionais (21 países representados). É uma quantidade significativa de filmes infantis, contando com obras inéditas e reprises de grandes sucessos do último ano como Zootopia e O Pequeno Príncipe.
Dentre os inéditos, destaque para Jack e a Mecânica do Coração (2013), que faz parte da Sessão Telecine de Cinema. O filme foi indicado ao Urso de Ouro na Mostra Generation do Festival de Berlim em 2014 e ao César de Melhor Filme de Animação em 2015.Além de uma celebração à infância, o FICI tem sempre a característica especial de imergir a criança no mundo do cinema de uma maneira bastante criativa e educativa. Isso talvez seja o maior trunfo do Festival. Existem sessões de cinema especial como o Pequeno Cientista onde um professor vai chamando a atenção para as questões da ciência desenvolvidas na obra.
Outra sessão interessante é a do Pequeno Jornalista, que já tive o prazer de conduzir por dois anos. Os dois últimos, infelizmente, outros compromissos me impediram de participar. Mas é uma sessão com bate-papo após a exibição do filme, onde o condutor vai despertar na criança o espírito crítico, explicando as diversas funções possíveis de um jornalista em relação a uma obra e ajudando-os a analisar o que acabaram de ver, destacando o que chamou mas a atenção deles. Por fim, temos a sessão de dublagem ao vivo uma experiência única onde podemos ver dois dubladores profissionais em ação. É impressionante a sincronicidade deles e a capacidade de fazer diversas vozes diferentes. Daqueles trabalhos onde errar não pode fazer parte nem de uma possibilidade remota e distante. É importante ressaltar que a experiência dessa sessão é presenciar a dublagem, o filme em si fica um pouco comprometido por causa da banda sonora que fica mais baixa, além de outros problemas que podem ocorrer durante a projeção. Mas vale a pena.
Fora da sala, tem ainda a oficina de animação, onde as crianças passam por uma experiência de criação e produção de cenas simples auxiliados por uma produtora de vídeo local que vai orientando o processo. O Festival disponibiliza, inclusive, fantasias, papel e outros materiais para ajudar na composição da cena. O FICI também sempre celebra o cinema nacional, tendo inclusive um prêmio especial para curtas nacionais. E nessa edição vão homenagear a personagem Tainá com a reexibição em cópia digital da trilogia de Tainá – uma aventura na Amazônia (Tânia Lamarca e Sérgio Bloch, 2001), Tainá 2 – a aventura continua (Mauro Lima, 2004) e Tainá – a origem (Rosane Svartman, 2013).
Outra coisa interessante é que os filmes do Festival custam apenas R$ 10,00 em qualquer sessão, no sistema de meia entrada para todos. Em Salvador, ele acontece entre 14 e 23 de outubro no Cinemark do Salvador Shopping. Mas, a abertura é nessa quarta-feira, dia 12, aproveitando o Dia das Crianças, apenas para convidados.
