Em 2008, o cinema alemão revolveu resgatar essa história ambientando-a na Alemanha atual. Surge A Onda (Die Welle/2008) dirigido por Dennis Gansel. Um filme denso, mais realista que o americano, mas que acaba perdendo a força no final.
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Em 2008, o cinema alemão revolveu resgatar essa história ambientando-a na Alemanha atual. Surge A Onda (Die Welle/2008) dirigido por Dennis Gansel. Um filme denso, mais realista que o americano, mas que acaba perdendo a força no final.
Rainer Wenger é um professor admirado por todos, inteligente e informal, ganha a admiração dos alunos que gostam de assistir suas aulas. Durante um projeto semanal, ele acaba tendo que desenvolver uma aula sobre "autocracia". Se no filme americano, a pergunta que motiva a experiência é "como o povo alemão não percebeu o que ocorria com o nazismo", aqui a questão é se é possível uma ditadura autocrática voltar ao país. Wenger tem a idéia de criar uma autocracia com os alunos, tendo ele como o líder. Ao contrário do filme americano, a trajetória da Onda aqui é mais natural. No primeiro, tudo é muito fácil e rápido, os alunos são quase robôs. Aqui, o foco está em suas peculiaridades e diferenças. Muitos questionam, estranham, apesar da maioria ir aderindo aos poucos.
A questão é que a Onda se forma e, como estamos no século 21, ela ultrapassa os muros da escola indo parar na internet, nos muros da cidade e em monumentos históricos. O grupo começa a ganhar corpo, criando uma rixa com o grupo anarquista local, proibindo alunos não-membros de entrarem na escola e organizando torcida com direito a camisa do grupo para o time de pólo aquático. Ao contrário dos americanos no filme de 81, que estão em uma aula de História, os alemães são alertados várias vezes para o fato de estarem tendo atitudes fascistas e simplesmente ignoram. O professor americano volta no outro dia agindo de acordo com a ideologia, sem dizer nada, os alunos vão sendo envolvidos, sem perceber. Já o professor alemão constrói a experiência em meio a explicação do que seja uma autocracia, ou seja, está claro o que está acontecendo ali. Eles não são ovelhas sendo envolvidas pela idéia de uma comunidade. Talvez por isso, o final tenha ficado sem solução. Um filme para pensar.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Onda
2009-09-30T08:44:00-03:00
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