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Amor a toda prova
Amor a toda prova
O que esperar de uma junção de Steve Carell com Julianne Moore? Uma comédia romântica repleta de drama e humor. Assim é Crazy, Stupid, Love, que no Brasil ganhou o singelo nome Amor a toda prova como se ninguém lembrasse do filme de 2002 estrelado por Kathy Bates e Rupert Everett. Com um roteiro bem escrito que se amarra de uma forma interessante, o longametragem dirigido por Glen Ficarra e John Requa tem grande força no elenco que conta ainda com Ryan Gosling e Emma Stone, além de participações especiais de Marisa Tomei e Kevin Bacon.
Steve Carrell interpreta Cal Weaver, um homem que vê sua vida perfeita desmoronar quando sua esposa e único amor desde a adolescência, Emily (Julianne Moore) pede o divórcio e confessa que o está traindo. Sem saber como recomeçar, Cal encontra apoio no personagem de Ryan Gosling, Jacob Palmer, um solteirão convícto que ensina ao novo amigo todos os segredos para "se dar bem" na noite, recuperando a auto-confiança e se tornando um verdadeiro bon vivant. O problema é que Cal não é exatamente isso.
Talvez no dilema do personagem de Steve Carrell se baseie o título brasileiro de Amor a toda prova, é coerente. Mas, o louco, estúpido, amor, acaba sintetizando melhor o clima que o roteirista Dan Fogelman construíu em sua trama. Todos os personagens estão brigando de alguma maneira com o amor, nessa luta interna do medo de se envolver. O foco principal é na transformação de Cal Weaver, mas o roteiro vai sendo costurado em tramas paralelas que se enredam de uma maneira inteligente e até mesmo surpreendente. Sempre mesclando situações cômicas com dramas e até mesmo cenas densas, onde a esperança parece fugir completamente. Mas, claro que como toda comédia romântica padece do paradoxo do clichê e final esperado. Em uma cena, Steve Carrell até brinca com isso, ao olhar para a chuva e dizer: "nossa, que clichê!"
É difícil rotular o estilo da dupla Glen Ficarra e John Requa, mas em seu segundo filme já dá para perceber que comédia não é sinônimo de besteirol para os dois diretores. Assim como O Golpista do Ano, Amor a toda prova diverte com uma dose de assuntos sérios, sendo bem distribuído. Sem apelar para o sexo, nem para piadas escatológicas. O que parece bastante comum nas comédias atuais, ainda mais com um viés masculino como é o caso. As cenas de sexo que existem são sutis, com um cuidado especial na iluminação e enquadramento, até quando poderia cair no vulgar, como algumas conquistas de Cal.
A direção se destaca ainda na forma de construir as elipses do "treinamento" do novo solteiro e depois com o personagem em ação. O tempo passa de uma maneira orgânica e a montagem consegue construir as diversas investidas no bar como uma história única. Aliás, o ritmo do filme é muito bom, com uma economia narrativa na medida para que não se torne cansativo, nem repetitivo. E há sempre uma surpresa, uma quebra de expectativa, uma reviravolta. Claro que, para isso, acabam existindo alguns furos, principalmente na falta de referências em determinados momentos que não posso explicar melhor aqui, senão entrego a surpresa.
O elenco todo está ótimo. Steve Carell e Ryan Gosling constroem uma ótima química, conduzindo a história de mestre e aprendiz de uma maneira leve, engraçada e envolvente. Julianne Moore passa as emoções da personagem com uma naturalidade impressionante que fica difícil não acreditar no conflito daquela mulher. E Emma Stone esbanja simpatia em tela, passando verdade como Hannah, a estudante de direito prestes conseguir seu título da Ordem. Marisa Tomei acaba não fugindo do clichê de uma mulher mal amada, mas está divertida em cena, assim como Kevin Bacon que faz uma participação especial como o pivô da separação do casal principal.
Amor a toda prova é uma comédia romântica inteligente e divertida. Não se pode exigir mais do que o filme pode oferecer. É daquelas boas histórias que nos envolvem e onde o elenco tem um peso imenso para que tudo funcione bem na tela.
Amor a toda prova (Crazy, Stupid, Love: 2011 / EUA)
Direção: Glen Ficarra, John Requa
Roteiro: Dan Fogelman
Com: Steve Carell, Julianne Moore, Ryan Gosling, Emma Stone, Marisa Tomei, Kevin Bacon.
Duração: 118 min
Steve Carrell interpreta Cal Weaver, um homem que vê sua vida perfeita desmoronar quando sua esposa e único amor desde a adolescência, Emily (Julianne Moore) pede o divórcio e confessa que o está traindo. Sem saber como recomeçar, Cal encontra apoio no personagem de Ryan Gosling, Jacob Palmer, um solteirão convícto que ensina ao novo amigo todos os segredos para "se dar bem" na noite, recuperando a auto-confiança e se tornando um verdadeiro bon vivant. O problema é que Cal não é exatamente isso.
Talvez no dilema do personagem de Steve Carrell se baseie o título brasileiro de Amor a toda prova, é coerente. Mas, o louco, estúpido, amor, acaba sintetizando melhor o clima que o roteirista Dan Fogelman construíu em sua trama. Todos os personagens estão brigando de alguma maneira com o amor, nessa luta interna do medo de se envolver. O foco principal é na transformação de Cal Weaver, mas o roteiro vai sendo costurado em tramas paralelas que se enredam de uma maneira inteligente e até mesmo surpreendente. Sempre mesclando situações cômicas com dramas e até mesmo cenas densas, onde a esperança parece fugir completamente. Mas, claro que como toda comédia romântica padece do paradoxo do clichê e final esperado. Em uma cena, Steve Carrell até brinca com isso, ao olhar para a chuva e dizer: "nossa, que clichê!"
É difícil rotular o estilo da dupla Glen Ficarra e John Requa, mas em seu segundo filme já dá para perceber que comédia não é sinônimo de besteirol para os dois diretores. Assim como O Golpista do Ano, Amor a toda prova diverte com uma dose de assuntos sérios, sendo bem distribuído. Sem apelar para o sexo, nem para piadas escatológicas. O que parece bastante comum nas comédias atuais, ainda mais com um viés masculino como é o caso. As cenas de sexo que existem são sutis, com um cuidado especial na iluminação e enquadramento, até quando poderia cair no vulgar, como algumas conquistas de Cal.
A direção se destaca ainda na forma de construir as elipses do "treinamento" do novo solteiro e depois com o personagem em ação. O tempo passa de uma maneira orgânica e a montagem consegue construir as diversas investidas no bar como uma história única. Aliás, o ritmo do filme é muito bom, com uma economia narrativa na medida para que não se torne cansativo, nem repetitivo. E há sempre uma surpresa, uma quebra de expectativa, uma reviravolta. Claro que, para isso, acabam existindo alguns furos, principalmente na falta de referências em determinados momentos que não posso explicar melhor aqui, senão entrego a surpresa.
O elenco todo está ótimo. Steve Carell e Ryan Gosling constroem uma ótima química, conduzindo a história de mestre e aprendiz de uma maneira leve, engraçada e envolvente. Julianne Moore passa as emoções da personagem com uma naturalidade impressionante que fica difícil não acreditar no conflito daquela mulher. E Emma Stone esbanja simpatia em tela, passando verdade como Hannah, a estudante de direito prestes conseguir seu título da Ordem. Marisa Tomei acaba não fugindo do clichê de uma mulher mal amada, mas está divertida em cena, assim como Kevin Bacon que faz uma participação especial como o pivô da separação do casal principal.
Amor a toda prova é uma comédia romântica inteligente e divertida. Não se pode exigir mais do que o filme pode oferecer. É daquelas boas histórias que nos envolvem e onde o elenco tem um peso imenso para que tudo funcione bem na tela.
Amor a toda prova (Crazy, Stupid, Love: 2011 / EUA)
Direção: Glen Ficarra, John Requa
Roteiro: Dan Fogelman
Com: Steve Carell, Julianne Moore, Ryan Gosling, Emma Stone, Marisa Tomei, Kevin Bacon.
Duração: 118 min
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Amor a toda prova
2011-08-27T08:41:00-03:00
Amanda Aouad
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