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Johanne Bernard
Louis-Paul Desanges
Luc Marescot
Luiz Bolognesi
Thierry Ragobert
Amazônia
Amazônia
O macaco-prego Castanha está sendo transferido do Rio de Janeiro para um circo, quando seu avião cai em plena selva amazônica. Ele que foi domesticado e nunca enfrentou um ambiente hostil, vai ter que aprender a sobreviver em plena floresta, sem os cuidados de sua antiga dona, a garotinha Rita.
Talvez você possa se lembrar de Madagascar ou mesmo de Rio com essa sinopse, mas o diferencial de Amazônia é que este não é um filme totalmente ficcional, muito menos uma animação. É uma simulação fictícia, digamos assim, para apresentar uma espécie de documentário sobre a floresta amazônica através do olhar de um macaquinho domesticado.
Em sua narração ouvimos coisas como "isso é um tamanduá, na televisão parecia menor" ou "essa cobra enorme não é venenosa", falando de uma sucuri. E faz piadinhas bem humanas como quando consegue finalmente pular de um galho que lhe levava rio abaixo dizendo "agora entendo a felicidade de Cabral ao descobrir o Brasil".
Tal qual A Marcha dos Pinguins, o filme peca ao tentar humanizar demais os bichos, colocando falas em sua boca. E no caso de Amazônia essas falas são ainda mais infantilizadas, até pela personalidade de Castanha que lembra em diversos aspectos a ararinha azul Blu, de Rio. Atrapalhado, medroso e civilizado ao extremo. Mas, ele vai aprendendo. E, com ele, vamos juntos embarcando nesta viagem à selva.
E é nesse aspecto que Amazônia ganha novo fôlego. Filmado em 3D, com imagens incríveis da selva e dos animais, vamos observando a rotina, os detalhes, a riqueza da fauna e da flora da floresta. O próprio Castanha brinca com a fotografia ao vermos o efeito que a luz do sol produz através das árvores dizendo parecer "efeito especial de filme". É mesmo incrível.
Mas, nem tudo é real nas imagens do filme. Em determinado momento, Castanha come cogumelos alucinógenos e Thierry Ragobert constrói uma espécie de simulação dessa alucinação, misturando imagens diversas, distorcendo a imagem de Castanha, construindo uma montagem ágil e esteticamente interessante, para nos mostrar a viagem do macaquinho.
Castanha passa por diversas experiências extremas, conhece um bando de macacos-prego, e até se apaixona. Mas, tem dificuldade de se aproximar, pois o chefe do bando o vê como uma ameaça ao grupo. É bonitinho ver os dois macaquinhos namorando, por exemplo. E é curioso tentar entender como isso foi construído durante a produção. Mas, isso seria outro texto.
Da mesma forma que o contexto político do desmatamento e da exploração do homem, passa quase despercebido na trama, apesar de ter um papel importante na jornada de Castanha. O assunto renderia diversas outras discussões que não cabiam aqui, na jornada pessoal de auto-descobrimento do pequeno macaco.
No final, temos um filme com imagens e curiosidades sobre a floresta em um texto infantil que deve agradar as crianças que podem se identificar e se divertir com a aventura desse engraçado macaquinho.
Amazônia (Amazônia, 2014 / Brasil / França)
Direção: Thierry Ragobert
Roteiro: Johanne Bernard, Luiz Bolognesi, Louis-Paul Desanges, Luc Marescot e Thierry Ragobert
Duração: 83 min.
Talvez você possa se lembrar de Madagascar ou mesmo de Rio com essa sinopse, mas o diferencial de Amazônia é que este não é um filme totalmente ficcional, muito menos uma animação. É uma simulação fictícia, digamos assim, para apresentar uma espécie de documentário sobre a floresta amazônica através do olhar de um macaquinho domesticado.
Em sua narração ouvimos coisas como "isso é um tamanduá, na televisão parecia menor" ou "essa cobra enorme não é venenosa", falando de uma sucuri. E faz piadinhas bem humanas como quando consegue finalmente pular de um galho que lhe levava rio abaixo dizendo "agora entendo a felicidade de Cabral ao descobrir o Brasil".
Tal qual A Marcha dos Pinguins, o filme peca ao tentar humanizar demais os bichos, colocando falas em sua boca. E no caso de Amazônia essas falas são ainda mais infantilizadas, até pela personalidade de Castanha que lembra em diversos aspectos a ararinha azul Blu, de Rio. Atrapalhado, medroso e civilizado ao extremo. Mas, ele vai aprendendo. E, com ele, vamos juntos embarcando nesta viagem à selva.
E é nesse aspecto que Amazônia ganha novo fôlego. Filmado em 3D, com imagens incríveis da selva e dos animais, vamos observando a rotina, os detalhes, a riqueza da fauna e da flora da floresta. O próprio Castanha brinca com a fotografia ao vermos o efeito que a luz do sol produz através das árvores dizendo parecer "efeito especial de filme". É mesmo incrível.
Mas, nem tudo é real nas imagens do filme. Em determinado momento, Castanha come cogumelos alucinógenos e Thierry Ragobert constrói uma espécie de simulação dessa alucinação, misturando imagens diversas, distorcendo a imagem de Castanha, construindo uma montagem ágil e esteticamente interessante, para nos mostrar a viagem do macaquinho.
Castanha passa por diversas experiências extremas, conhece um bando de macacos-prego, e até se apaixona. Mas, tem dificuldade de se aproximar, pois o chefe do bando o vê como uma ameaça ao grupo. É bonitinho ver os dois macaquinhos namorando, por exemplo. E é curioso tentar entender como isso foi construído durante a produção. Mas, isso seria outro texto.
Da mesma forma que o contexto político do desmatamento e da exploração do homem, passa quase despercebido na trama, apesar de ter um papel importante na jornada de Castanha. O assunto renderia diversas outras discussões que não cabiam aqui, na jornada pessoal de auto-descobrimento do pequeno macaco.
No final, temos um filme com imagens e curiosidades sobre a floresta em um texto infantil que deve agradar as crianças que podem se identificar e se divertir com a aventura desse engraçado macaquinho.
Amazônia (Amazônia, 2014 / Brasil / França)
Direção: Thierry Ragobert
Roteiro: Johanne Bernard, Luiz Bolognesi, Louis-Paul Desanges, Luc Marescot e Thierry Ragobert
Duração: 83 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Amazônia
2014-06-23T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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