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Stéphane Aubier
Vincent Patar
Ernest e Célestine
Ernest e Célestine
Indicado ao Oscar de Melhor Animação em 2014, Ernest e Célestine é uma fábula sobre amizade que traz uma metáfora interessante sobre o preconceito e convivência entre diferentes.
Em um mundo dominado por ursos, os ratos vivem recolhidos nos esgotos da cidade, e lendas são contadas às crianças sobre o enorme urso mau. A relação entre eles não é bem vista, e até mesmo condenada, mas uma jovem ratinha de nome Célestine irá enfrentar esse sistema, devido ao seu fascínio pelas criaturas da superfície. E quando ela começa uma amizade com Ernest a situação se complica para ambos.
Afinal, por que os diferentes não podem conviver em paz? Ou mesmo se tornar amigos? Esse é o questionamento da jovem Célestine e assim, ela acabará encontrando Ernest, ou melhor, ele a encontrará em uma lata de lixo e os dois acabam trocando favores, até que um sentimento de amizade começa a surgir. Tudo é construído de uma maneira bastante orgânica, não parecendo algo forçado ou pouco crível. Isso é que torna a animação ainda mais interessante.
O traço é simples, mas rico em detalhes de expressões e movimentos, trazendo ainda mais vida para a história. Há cenas muito boas, como as iniciais da velha rata contando a história do urso mau para os ratinhos dormirem. Utilizando de sombras na parede, a construção do terror do narrado ganha vida, não apenas nas formas assustadoras, mas pelos olhares de temor dos pequenos ratinhos escondidos na cama.
Em outro momento, um embate de dois grupos de policiais, um de ratos e outro de ursos, é construído com humor irônico. As expressões de ambos os grupos ao perceber o outro são repletas de significados, reforçando a questão do que é de fato diferente ou não já que há uma aproximação de ideias e atitudes para com o outro. Isso vai ser explicitado ainda na parte final, quando se constrói um paralelo entre o paradeiro de Ernest e de Célestine.
A cumplicidade que surge entre os dois, é acompanhada com ternura, como um pai e uma filha, que cuidam e amam um do outro. Na verdade, tanto Ernest, quanto Célestine eram duas criaturas extremamente sós, que não se adaptavam ao mundo em que viviam. Duas almas de artista, ele com a música, ela com a pintura que não conseguem a se adaptar a trabalhos formais. isso os aproxima e os torna uma família. E isso também é que mais incomoda o sistema vigente.
Ernest e Célestine pode parecer uma animação simples, com diálogos fáceis e linguagem infantil, mas por trás da superfície, traz questões extremamente caras à nossa sociedade, nos fazendo pensar e observar nossas atitudes diante da vida.
Visto no 12º Festival Internacional de Cinema Infantil - FICI
Ernest e Célestine (2012 / França)
Direção: Stéphane Aubier, Vincent Patar, Benjamin Renner
Roteiro: Daniel Pennac
Duração: 80 min.
Em um mundo dominado por ursos, os ratos vivem recolhidos nos esgotos da cidade, e lendas são contadas às crianças sobre o enorme urso mau. A relação entre eles não é bem vista, e até mesmo condenada, mas uma jovem ratinha de nome Célestine irá enfrentar esse sistema, devido ao seu fascínio pelas criaturas da superfície. E quando ela começa uma amizade com Ernest a situação se complica para ambos.
Afinal, por que os diferentes não podem conviver em paz? Ou mesmo se tornar amigos? Esse é o questionamento da jovem Célestine e assim, ela acabará encontrando Ernest, ou melhor, ele a encontrará em uma lata de lixo e os dois acabam trocando favores, até que um sentimento de amizade começa a surgir. Tudo é construído de uma maneira bastante orgânica, não parecendo algo forçado ou pouco crível. Isso é que torna a animação ainda mais interessante.
O traço é simples, mas rico em detalhes de expressões e movimentos, trazendo ainda mais vida para a história. Há cenas muito boas, como as iniciais da velha rata contando a história do urso mau para os ratinhos dormirem. Utilizando de sombras na parede, a construção do terror do narrado ganha vida, não apenas nas formas assustadoras, mas pelos olhares de temor dos pequenos ratinhos escondidos na cama.
Em outro momento, um embate de dois grupos de policiais, um de ratos e outro de ursos, é construído com humor irônico. As expressões de ambos os grupos ao perceber o outro são repletas de significados, reforçando a questão do que é de fato diferente ou não já que há uma aproximação de ideias e atitudes para com o outro. Isso vai ser explicitado ainda na parte final, quando se constrói um paralelo entre o paradeiro de Ernest e de Célestine.
A cumplicidade que surge entre os dois, é acompanhada com ternura, como um pai e uma filha, que cuidam e amam um do outro. Na verdade, tanto Ernest, quanto Célestine eram duas criaturas extremamente sós, que não se adaptavam ao mundo em que viviam. Duas almas de artista, ele com a música, ela com a pintura que não conseguem a se adaptar a trabalhos formais. isso os aproxima e os torna uma família. E isso também é que mais incomoda o sistema vigente.
Ernest e Célestine pode parecer uma animação simples, com diálogos fáceis e linguagem infantil, mas por trás da superfície, traz questões extremamente caras à nossa sociedade, nos fazendo pensar e observar nossas atitudes diante da vida.
Visto no 12º Festival Internacional de Cinema Infantil - FICI
Ernest e Célestine (2012 / França)
Direção: Stéphane Aubier, Vincent Patar, Benjamin Renner
Roteiro: Daniel Pennac
Duração: 80 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Ernest e Célestine
2014-10-18T08:02:00-03:00
Amanda Aouad
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