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Deadpool

Deadpool - filmeTem um ditado na internet que diz "The zueira never ends". Esse é o espírito de Deadpool. Ele sofreu mutações sob tortura, vive sem um ideal ou mesmo um rumo, mas não perde o bom humor, nem deixa sua boca calada. E o filme de Tim Miller consegue ser extremamente fiel a isso, ao contrário do personagem calado que surgiu no Wolverine, A Origem.

O roteiro escrito por Rhett Reese e Paul Wernick é muito feliz ao manter uma não linearidade na trama. Tudo começa no auge da ação e vai retornando a pontos que contam a origem do personagem e o porquê de sua busca por Ajax, ou melhor por Francis. O protagonista narra sua própria história e quebra a quarta parede em diversos momentos. Na verdade, ele vai além da simples interação com a plateia como um enunciado que convida o público a adentrar no universo fictício. Ele assume que está fazendo um filme e em diversos momentos mistura os dois mundos com piadas divertidas.

Deadpool - filmeNinguém é poupado pelas brincadeiras do anti-herói, nem mesmo seu intérprete. Ele brinca com sua atuação em Lanterna Verde, com sua aparência e até mesmo com a fato de "não ter talento". São muitas as referências cinematográficas e piadas que vão desde as duas linhas cronológicas dos X-Men, até o fato de só surgirem dois deles no filme. Isso sem falar na cena pós-créditos que parece ser o auge da brincadeira metalinguística com referência a um clássico da Sessão da Tarde. Aliás, as piadas já começam nos créditos iniciais, com os nomes dos profissionais trocados por piadas.

Deadpool - filmeMas, nem só de piadas vive Deadpool. Como ele brinca, isso é uma história de amor, e também uma história de terror, sem deixar de ser uma bela aventura. As cenas de ação são muito bem orquestradas e a câmera lenta e o recurso de congelamento da imagem é muitas vezes utilizado de uma maneira criativa e que ajuda no ritmo da trama. As lutas e os efeitos especiais dão um toque a mais à aventura explorando as habilidades do protagonista e o fato dele se regenerar.

Deadpool - filmeO terror fica por conta de sua origem e a tortura física e psicológica que sofreu. Ainda que levada com bom humor, a trama constrói bem esse ponto, nos dando uma dimensão a mais para o anti-herói e toda a carga que carrega em sua formação. E esse drama é reforçado ainda pelo amor que sente por Vanessa Carlysle e o medo de se apresentar com sua nova aparência para ela. E nesse ponto há a construção do amor e os momentos que viveram juntos e felizes, claro.

E o interessante em Deadpool é que, com toda a brincadeira e clima ameno, ele acaba tocando em assuntos importantes que são comuns em filmes de mutantes como aceitação do diferente e responsabilidade diante de poderes super humanos. Há a questão também da hipocrisia humana e a relação com os segregados da sociedade.

Mas, o que importa mesmo em Deadpool é se divertir. Sem censuras, nem mesmo pensamentos politicamente corretos. E claro, muita bagagem cinéfila e de quadrinhos para se divertir com as referências. Além da aparição já tradicional de um certo criador especial. Um filme divertido e bem dosado.


Deadpool (Deadpool, 2016 / EUA)
Direção: Tim Miller
Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick
Com: Ryan Reynolds, Karan Soni, Ed Skrein, Michael Benyaer, Morena Baccarin, Gina Carano, Brianna Hildebrand
Duração: 104 min.

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