Frost X Nixon
A Revista Época traçou uma comparação interessante. Imagine se em 1992 após o impeachment de Collor, ele cedesse uma série de entrevistas exclusivas para Otávio Mesquita. Este é o argumento de Frost/Nixon.
A verdade é que David Frost era um showman inglês que foi expulso dos Estados Unidos e queria provar que tinha valor. Bancou a entrevista apostando todas as suas fichas no furo de reportagem e por pouco não se deu mal. Diante de um dos políticos mais inteligentes de todos os tempos, ele sofreu até o último minuto quando conseguiu, finalmente, fazê-lo confessar.
Oliver Stone já tinha contado a história de Nixon em 1995, com Anthony Hopkins muito bem no papel. Então, o mundo já estava familiarizado com o escândalo de Watergate (citado também em Forest Gump) e tinha noção do horror dos americanos por um presidente que "saiu da linha". Ron Howard pega exatamente onde termina Nixon, na renúncia, e continua a história, mostrando como aquele presidente corrupto e esperto caiu diante de um humorista desacreditado.
O filme consegue mostrar a tensão do momento e prender o espectador grudado na tela. É sem dúvidas uma ótima pedida e mereceu as indicações ao Oscar. Porém, o mais impressionante é mesmo a interpretação de Frank Langella. Ele não apenas encarna Richard Nixon com perfeição, como consegue emoção nos pequenos gestos. É impressionante ver sua fisionomia desmoronar aos poucos enquanto o personagem vai se envolvendo no drama da entrevista. Michael Sheen também está muito bem em seu papel de entrevistador, dando a carga dramática necessária quando é pressionado. São dois grandes personagens que dão boas possibilidades a interpretação. A trama mostra que, na realidade, os dois queriam a mesma coisa, ser reconhecidos.
A direção de Ron Howard é correta, sem grandes inovações ou ousadias, mostra aquilo que tem que ser mostrado em um ritmo bom e envolvente. E a fotografia, muitas vezes escura, ajuda no clima de tensão. É um bom filme, sem dúvidas. Mas, nem por isso uma obra-prima.
A verdade é que David Frost era um showman inglês que foi expulso dos Estados Unidos e queria provar que tinha valor. Bancou a entrevista apostando todas as suas fichas no furo de reportagem e por pouco não se deu mal. Diante de um dos políticos mais inteligentes de todos os tempos, ele sofreu até o último minuto quando conseguiu, finalmente, fazê-lo confessar.
Oliver Stone já tinha contado a história de Nixon em 1995, com Anthony Hopkins muito bem no papel. Então, o mundo já estava familiarizado com o escândalo de Watergate (citado também em Forest Gump) e tinha noção do horror dos americanos por um presidente que "saiu da linha". Ron Howard pega exatamente onde termina Nixon, na renúncia, e continua a história, mostrando como aquele presidente corrupto e esperto caiu diante de um humorista desacreditado.
O filme consegue mostrar a tensão do momento e prender o espectador grudado na tela. É sem dúvidas uma ótima pedida e mereceu as indicações ao Oscar. Porém, o mais impressionante é mesmo a interpretação de Frank Langella. Ele não apenas encarna Richard Nixon com perfeição, como consegue emoção nos pequenos gestos. É impressionante ver sua fisionomia desmoronar aos poucos enquanto o personagem vai se envolvendo no drama da entrevista. Michael Sheen também está muito bem em seu papel de entrevistador, dando a carga dramática necessária quando é pressionado. São dois grandes personagens que dão boas possibilidades a interpretação. A trama mostra que, na realidade, os dois queriam a mesma coisa, ser reconhecidos.
A direção de Ron Howard é correta, sem grandes inovações ou ousadias, mostra aquilo que tem que ser mostrado em um ritmo bom e envolvente. E a fotografia, muitas vezes escura, ajuda no clima de tensão. É um bom filme, sem dúvidas. Mas, nem por isso uma obra-prima.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Frost X Nixon
2009-03-25T15:24:00-03:00
Amanda Aouad
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