Feliz Natal
Sim, hoje é dia do amigo, nem perto da festa máxima Cristã, apesar de Jesus ser um grande amigo de todos nós. Não estou trocando as datas, nem mesmo querendo confundir, mas achei propício deixar como título do post o nome do filme de Selton Mello, pois ambos são uma grande ironia com o espectador. Ou talvez, porque nunca é tarde, nem cedo, para se desejar um feliz natal. Desde pequeno entretido com a atuação, Selton Mello cresceu nos meios e começou a participar do processo por trás das telas como produtor. Em 2008 ele fez o seu primeiro vôo solo como diretor e teve êxito, afinal ninguém espera uma obra-prima de um primeiro filme.
Feliz Natal conta a hitória de Caio, um homem perburbado por uma tragédia no passado que volta a casa da família na noite de natal, sem uma intenção clara. Sua presença mexe com todos ali, desde seu irmão e cunhada, que vivem uma crise matrimonial, sua mãe alcoólatra que vive a base de coquetéis de remédios e seu pai, casado com uma garota, e que o odeia.
O filme possui cenas belas, com um primor de direção e uma peformance perfeita dos atores, como a cena em que Darlene Glória tenta explicar o significado do natal, totalmente ignorada pelos demais que conversam amenidades e servem-se da ceia. Aliás, todos os atores possuem o seu momento solo, onde podem extavasar emoções demonstrando toda a sua capacidade interpretativa. O problema é que o filme exagera nesses momentos, deixando pouco espaço para o espectador respirar ou para construir o drama através da sutileza, que por vezes faz mais efeito que a catarse.
O grande problema dessa falta de dose é que o excesso torna o filme chato, cansativo, exaurindo o espectador que anseia por um momento de refresco. Os únicos momentos que em que não estamos tensos são em duas pequenas cenas com as crianças pesquisando no google sobre termos que não conhecem, como "o que é menstruação". Aliás, o garoto Fabrício Reis tem uma presença interessante, conseguindo ser natural e agradável, o que ajuda no desfecho do filme.
Apesar disso, o filme prende pela reflexão sobre a condição humana e as possibilidades de erros e acertos. Caio é um homem modificado, que errou muito no passado, mas refez a sua vida, mudando de atitude e buscando consertar seus erros. Porém, não conseguiu ainda superar o trauma e assim, não consegue se encaixar na antiga realidade. As pessoas de seu passado também ainda estão presas nessa emoção e imagem, tornando-se impossível um convívio.
É, então, um bom começo para um diretor promissor, que só precisa frear a afobação de querer fazer de cada cena a melhor cena do filme, como se tudo fosse o clímax da história.
Ah, e um feliz dia do amigo para todos!
Feliz Natal conta a hitória de Caio, um homem perburbado por uma tragédia no passado que volta a casa da família na noite de natal, sem uma intenção clara. Sua presença mexe com todos ali, desde seu irmão e cunhada, que vivem uma crise matrimonial, sua mãe alcoólatra que vive a base de coquetéis de remédios e seu pai, casado com uma garota, e que o odeia.
O filme possui cenas belas, com um primor de direção e uma peformance perfeita dos atores, como a cena em que Darlene Glória tenta explicar o significado do natal, totalmente ignorada pelos demais que conversam amenidades e servem-se da ceia. Aliás, todos os atores possuem o seu momento solo, onde podem extavasar emoções demonstrando toda a sua capacidade interpretativa. O problema é que o filme exagera nesses momentos, deixando pouco espaço para o espectador respirar ou para construir o drama através da sutileza, que por vezes faz mais efeito que a catarse.
O grande problema dessa falta de dose é que o excesso torna o filme chato, cansativo, exaurindo o espectador que anseia por um momento de refresco. Os únicos momentos que em que não estamos tensos são em duas pequenas cenas com as crianças pesquisando no google sobre termos que não conhecem, como "o que é menstruação". Aliás, o garoto Fabrício Reis tem uma presença interessante, conseguindo ser natural e agradável, o que ajuda no desfecho do filme.
Apesar disso, o filme prende pela reflexão sobre a condição humana e as possibilidades de erros e acertos. Caio é um homem modificado, que errou muito no passado, mas refez a sua vida, mudando de atitude e buscando consertar seus erros. Porém, não conseguiu ainda superar o trauma e assim, não consegue se encaixar na antiga realidade. As pessoas de seu passado também ainda estão presas nessa emoção e imagem, tornando-se impossível um convívio.
É, então, um bom começo para um diretor promissor, que só precisa frear a afobação de querer fazer de cada cena a melhor cena do filme, como se tudo fosse o clímax da história.
Ah, e um feliz dia do amigo para todos!
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Feliz Natal
2009-07-20T13:10:00-03:00
Amanda Aouad
cinema brasileiro|critica|drama|Selton Mello|
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