
Segundo filme do diretor Jake Goldberger, Jogada de Rei é baseado na história real desse homem que na prisão percebeu que a vida não pode ser construída por atitudes impensadas. Um impulso e tudo se perde. Ao passar os dias jogando xadrez com outros presos, percebe que a atividade pode ajudar o cérebro a se educar e levar os aprendizados do tabuleiro para a vida. E é isso que começa a aplicar ao sair da cadeia, com alunos rebeldes de uma escola pública.

De qualquer maneira, é interessante a forma como o roteiro vai nos mostrando essa trajetória, lidando com os clichês, porém passando a mensagem positiva da possibilidade de escolhas, por mais difícil que pareça a situação. E Cuba Gooding Jr. consegue passar verdade a seu personagem. Apesar dos clichês, dos filhos distantes, das dificuldades da vida, nos sentimos próximos de Eugene e acreditamos em sua proposta.

Da mesma maneira que a questão da autoridade é passada de uma maneira simples, logo no início do filme. A sala não respeita a professora, que tenta em vão manter a ordem. Basta a diretora do colégio entrar, todos ficam em silêncio. Já quando ficam sozinhos com Eugene, ameaçam voltar a fazer a baderna que faziam com a outra professora, mas ele os enfrenta, primeiro pela ameaça agressiva, que com o tempo, se transforma em respeito.
Por essas e outras, Jogada de Rei acaba sendo um filme instigante, que nos mostra uma história que merece ser contada, ainda que movida por vícios do gênero. Clichê e emotivo, mas bonito e envolvente. Tem seus méritos.
Jogada de Rei (Life of a King, 2013 / EUA)
Direção: Jake Goldberger
Roteiro: Jake Goldberger, David Scott, Dan Wetzel
Com: Cuba Gooding Jr., Dennis Haysbert, Lisa Gay Hamilton
Duração: 100 min.