
Com os versos de Fernando Pessoa em seu heterônimo Álvaro de Campos, começo meu post sobre o filme Cartas para Julieta. Porque é a mais pura verdade. O sentimento mais nobre e procurado por todos os seres humanos soa ridículo aos olhos e ouvidos alheios. E o personagem de Christopher Egan é o estereótipo desse sentimento ao criticar a atitude impensada de sua avó e de uma menina, para ele "maluca", que responde a uma carta cinquenta anos depois dela ter sido escrita para Julieta Capuleto.

A trama se baseia no mito do amor eterno, representado tão bem pela peça de Shakespeare. Mulheres de todas as idades e nacionalidades colam cartas no muro da "Casa de Julieta" em Verona e funcionárias do estado recolhem para respondê-las. Elas se intitulam as secretárias de Julieta. É quando Sophie, que está na cidade em uma malfadada lua de mel prévia, se junta a essas mulheres e resolve responder a uma carta esquecida há cinquenta anos ali. Sua atitude faz com que a autora, agora com 65 anos, volte à Itália em busca de seu grande amor do passado, gerando uma aventura interessante.

A estreia não podia ser em data mais propícia no Brasil, véspera do Dia dos Namorados. Sem grandes expectativas, a trama pode surpreender e divertir os casais apaixonados. A idéia é mostrar que um amor verdadeiro não tem idade, não acaba com o tempo e não tem hora para recomeçar. Então, amemos. Inspirados pelos românticos exarcebados, italianos ou não.