Maldito Futebol Clube
Estamos perto de mais uma final de Copa do Mundo, duas seleções que nunca foram campeãs disputam o título, Holanda e Espanha. Então, vamos ao nosso último filme sobre futebol. Desta vez uma ficção muito bem resolvida e que caiu no gosto da crítica. Maldito Futebol Clube resgata a história de Brian Clough, o técnico mais polêmico da Inglaterra, conhecido por ressuscitar times da terceira divisão do campeonato nacional, levando-os não apenas ao topo da primeira divisão, como a Eurocopa. Primeiro o Derby County, depois o Nottingham Forest, onde ficou por dezoito anos. Entre os dois, Clough teve uma passagem relâmpago pelo melhor time inglês na época. E são esses 40 dias como técnico do Leeds United (20 de julho a 13 de setembro de 1974) que o roteirista Peter Morgan usa como linha-guia de sua história.
O filme começa com Brian Clough chegando ao seu novo clube e vai construindo a trajetória em paralelo com o que acontece seis anos antes, quando treinava o Derby e onde começou seu ódio pessoal por Don Revie, treinador do Leeds United. A tensão crescente entre ambos é muito bem construída, demonstrando até onde o ódio pode cegar uma pessoa. Ao mesmo tempo em que constrói a amizade entre o treinador e seu auxiliar Peter Taylor, que para muitos era a verdadeira cabeça pensante da dupla.
Michael Sheen está fantástico como o falastrão Brian Clough. Sabendo dosar seu deslumbramento, sua ambição e sua raiva em vários momentos. Assim como Timothy Spall incorpora bem o ponderado Peter Taylor. Já Colm Meaney não chega a empolgar como o treinador Don Revie. O filme centra-se principalmente nesses três personagens, sendo todos os demais, mesmo os jogadores, apenas coadjuvantes em uma disputa pessoal, que tem muitas reviravoltas.
A direção de Tom Hooper é bastante competente ao dosar a tensão da história, costurando-a de uma forma harmônica e focando na trajetória do treinador. O futebol é o motor da narrativa, mas não está em foco. Os jogos são apenas detalhes enquadrados em momentos chaves. Uma partida decisiva chega a ser apenas ouvida do corredor para o vestiário, com o treinador expulso, nervoso, ouvindo apenas as manifestações da torcida.
Em época de final da Copa do Mundo e com nossa seleção de fora, é bom relembrar que nem tudo se resume a essa disputa de quatro em quatro anos. Brian Clough é um ídolo na Inglaterra sem nunca ter dirigido a seleção do país, tendo até uma estátua em sua homenagem e um tradicional jogo amistoso em seu nome, disputado anualmente pelos dois times que dirigiu.
O filme começa com Brian Clough chegando ao seu novo clube e vai construindo a trajetória em paralelo com o que acontece seis anos antes, quando treinava o Derby e onde começou seu ódio pessoal por Don Revie, treinador do Leeds United. A tensão crescente entre ambos é muito bem construída, demonstrando até onde o ódio pode cegar uma pessoa. Ao mesmo tempo em que constrói a amizade entre o treinador e seu auxiliar Peter Taylor, que para muitos era a verdadeira cabeça pensante da dupla.
Michael Sheen está fantástico como o falastrão Brian Clough. Sabendo dosar seu deslumbramento, sua ambição e sua raiva em vários momentos. Assim como Timothy Spall incorpora bem o ponderado Peter Taylor. Já Colm Meaney não chega a empolgar como o treinador Don Revie. O filme centra-se principalmente nesses três personagens, sendo todos os demais, mesmo os jogadores, apenas coadjuvantes em uma disputa pessoal, que tem muitas reviravoltas.
A direção de Tom Hooper é bastante competente ao dosar a tensão da história, costurando-a de uma forma harmônica e focando na trajetória do treinador. O futebol é o motor da narrativa, mas não está em foco. Os jogos são apenas detalhes enquadrados em momentos chaves. Uma partida decisiva chega a ser apenas ouvida do corredor para o vestiário, com o treinador expulso, nervoso, ouvindo apenas as manifestações da torcida.
Em época de final da Copa do Mundo e com nossa seleção de fora, é bom relembrar que nem tudo se resume a essa disputa de quatro em quatro anos. Brian Clough é um ídolo na Inglaterra sem nunca ter dirigido a seleção do país, tendo até uma estátua em sua homenagem e um tradicional jogo amistoso em seu nome, disputado anualmente pelos dois times que dirigiu.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Maldito Futebol Clube
2010-07-10T22:48:00-03:00
Amanda Aouad
cinema europeu|critica|drama|futebol|Michael Sheen|
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