Estrada para Perdição
Quando pensamos em um filme de Gângster, a trilogia imortalizada por Coppola é a melhor referência. Talvez até por isso, Sam Mendes tenha dado a seu protagonista o nome Michael, só que dessa vez Sullivan e não Corleone. Baseado na série japonesa em mangá "Kozure Okami", de Kazuo Koike e Kojima, o diretor de Beleza Americana surpreendeu em seu segundo longametragem, trazendo uma trama densa, envolvente e até bonita de um pai que faz tudo para que o filho não siga os seus passos no crime.
Michael Sullivan parece um bom pai de família, porém é apadrinhado pelo mafioso John Rooney, vivido por Paul Newman, e tem que viver como assassino profissional. Tudo piora quando seu filho mais velho, que também se chama Michael presencia o assassinato de um homem e passa a ter toda a máfia contra ele. Pai e filho tem que fugir ao mesmo tempo em que procuram justiça, chegando a apelar para o lendário Al Capone. Uma curiosidade é que o ator Anthony Lapaglia chegou a filmar no papel do maior mafioso da história, mas as cenas acabaram sendo tiradas do corte final.
O roteiro de David Self é bem construído, apesar de não ter nenhuma novidade. A perseguição é tensa, mas previsível em vários momentos. Isso não tira o charme do filme que se preocupa com detalhes e constrói cenas primorosas como o tiroteio debaixo de chuva, ou a cena inicial e final na beira do mar. A fotografia de Conrad L. Hallescura é condizente com a atmosfera sombria da história. Por mais que a narrativa seja lenta, ficamos presos em frente a tela, querendo ver o final.
Tom Hanks está bem como o pai dedicado, apesar de sua interpretação não ser das mais geniais de sua carreira. O mesmo pode-se dizer de Paul Newman. Já Jude Law, apesar das poucas aparições, dá medo a cada frame que imprime sua expressão sádica. E o garoto Tyler Hoechlin consegue defender bem o drama de seu personagem, cuja curiosidade foi responsável por toda a reviravolta na vida de sua família. Não é fácil se sentir responsável pela destruição de todas as suas perspectivas de futuro. O mais interessante do roteiro é perceber que os personagens, em geral, conhecem bem seus defeitos, mas não tem escolhas, como o chefão John Rooney que tem que acobertar o filho, mesmo sabendo que ele é o errado.
Sam Mendes é sempre um diretor surpreendente e consegue imprimir seu ritmo na construção desse longametragem que não deixa de ser sobre famílias e seus traumas. Pode não ser o filme mais genial de todos os tempos, nem mesmo tão bom como seu anterior Beleza Americana, mas traz um apuro que nos envolve e marca. Um belo exemplar a ser conferido.
Michael Sullivan parece um bom pai de família, porém é apadrinhado pelo mafioso John Rooney, vivido por Paul Newman, e tem que viver como assassino profissional. Tudo piora quando seu filho mais velho, que também se chama Michael presencia o assassinato de um homem e passa a ter toda a máfia contra ele. Pai e filho tem que fugir ao mesmo tempo em que procuram justiça, chegando a apelar para o lendário Al Capone. Uma curiosidade é que o ator Anthony Lapaglia chegou a filmar no papel do maior mafioso da história, mas as cenas acabaram sendo tiradas do corte final.
O roteiro de David Self é bem construído, apesar de não ter nenhuma novidade. A perseguição é tensa, mas previsível em vários momentos. Isso não tira o charme do filme que se preocupa com detalhes e constrói cenas primorosas como o tiroteio debaixo de chuva, ou a cena inicial e final na beira do mar. A fotografia de Conrad L. Hallescura é condizente com a atmosfera sombria da história. Por mais que a narrativa seja lenta, ficamos presos em frente a tela, querendo ver o final.
Tom Hanks está bem como o pai dedicado, apesar de sua interpretação não ser das mais geniais de sua carreira. O mesmo pode-se dizer de Paul Newman. Já Jude Law, apesar das poucas aparições, dá medo a cada frame que imprime sua expressão sádica. E o garoto Tyler Hoechlin consegue defender bem o drama de seu personagem, cuja curiosidade foi responsável por toda a reviravolta na vida de sua família. Não é fácil se sentir responsável pela destruição de todas as suas perspectivas de futuro. O mais interessante do roteiro é perceber que os personagens, em geral, conhecem bem seus defeitos, mas não tem escolhas, como o chefão John Rooney que tem que acobertar o filho, mesmo sabendo que ele é o errado.
Sam Mendes é sempre um diretor surpreendente e consegue imprimir seu ritmo na construção desse longametragem que não deixa de ser sobre famílias e seus traumas. Pode não ser o filme mais genial de todos os tempos, nem mesmo tão bom como seu anterior Beleza Americana, mas traz um apuro que nos envolve e marca. Um belo exemplar a ser conferido.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Estrada para Perdição
2010-11-30T08:54:00-03:00
Amanda Aouad
acao|critica|drama|Jude Law|Sam Mendes|Tom Hanks|
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