Fúria sobre Rodas
Tanto o diretor Patrick Lussier quanto o roteirista Todd Farmer são conhecidos por filmes de terror como Dia dos Namorados Macabro e Jason X, mas ambos se declaram amantes de filmes de ação. Assim nasceu Fúria sobre Rodas, que eles anunciam no kit de imprensa como uma homenagem aos filmes de ação dos ano 70 e 80 com Steve McQueen e Charles Bronson. Pensando no estilo, escolheram Nicolas Cage como seu protagonista, mas acredito que o filme só tem sucesso se a platéia o encara com um trash movie, bem ao estilo de Machete e À Prova de Morte. Aí, a brincadeira se torna interessante, principalmente pelo 3D muito bem realizado e enquadrado na história, e sua trilha sonora que é um verdadeiro primor dos filmes de ação. Os apaixonados por carros também podem se deliciar com exemplares de um Dodge Charger 1969, um Chevelle 1971, um Riviera 1964 e um Chevy 1957, só precisam se preparar para vê-los bater, cantar pneu, capotar e incendiar.
Fiquei na dúvida do que comentar da história, afinal apesar de estar no trailer e na sinopse, há um detalhe da verdadeira origem do protagonista John Milton que acho mais interessante deixar como surpresa, apesar de alguns indícios desde o início da trama. Essa não é uma história comum e o imaginário se mistura às referências reais, deixando o espectador um pouco confuso em relação às regras daquele mundo. Ainda assim, o roteiro vai nos conduzindo a aceitar aquela verossimilhança. Milton é um anti-herói que escapou de uma prisão para vingar a morte de sua filha e resgatar sua neta que é refém de uma seita satânica que pretende sacrificá-la na próxima lua cheia. Para isso, ele conta com a ajuda de uma garçonete chamada Piper. Mas, além dos seguidores da tal seita, liderados por Jonah King, ele tem que enfrentar um homem mistérioso que se intitula "o contador".
A chave do mistério de em que terreno estamos pisando está nesse personagem "o contador", vivido por William Fichtner. Sua experiência em filmes de comédia ajuda a dar o tom irônico do personagem, que desde o início traz o sobrenatural para cena com aquela sua moeda estranha. Ali temos a certeza do pacto de que não veremos um filme sério, mas com muito humor, digamos, politicamente incorreto. À partir dele, começamos a acreditar que a tal seita liderada por Jonah King, vivido por Billy Burke pode mesmo surtir efeito. O ator, mais conhecido como o pai de Bella da Saga Crepúsculo, é quem dá vida a esse homem que pretende trazer o inferno para Terra através do sacrifício do bebê. Nicolas Cage, então, tem que enfrentar essas duas forças para conseguir salvar a neta e se redimir do passado errôneo. Confesso que é um embate interessante.
A trilha sonora assinada por Michael Wandmacher se destaca, com tons empolgantes e bem organizados nas cenas de ação, com muito metal e rock. As cenas de perseguição crescem com sua música. Assim como impressiona a tecnologia 3D, muito bem dosada entre profundidade e coisas saltando à tela, dando continuidade a muito malabarismo de ação. A direção de arte também impressiona, com um visual belo e uma fotografia bem dosada, em tons fortes. A nota ruim é a forma como carrega no vermelho, deixando as faces rosadas em excesso, talvez pelo óculos 3D. Ainda assim, não pensem que me empolguei com o filme a ponto de considerá-lo bom.
Como disse, deve ser encarado como um exemplar trash e serve para dar risada, se divertir. Em uma cena mesmo, fica bem claro o tom de comédia na ação, uma mulher está atirando no carro do protagonista com aquele jeito típico de exagero e um carro que vem atrás passa por cima dela. A cena em que Nicolas Cage encara um exército de fanáticos que invadem seu quarto de hotel é outra que resume bem isso, principalmente pelo que ele estava fazendo antes e como encara a situação. Não vou contar para não estragar a surpresa. Mas, com certeza, é daquelas situações inacreditáveis que vemos em tela. Principalmente pelos detalhes de seu personagem.
Fúria sobre Rodas é daqueles filmes de nicho. Nem todos vão gostar, muito menos se envolver com a história fantasiosa. Para quem gosta de filme de ação, com toques sobrenaturais é uma viagem interessante. Para quem não gosta, em muitos momentos parece um grande amontoado de bobagem. Mas, vale pelo 3D e pela trilha sonora. Entretenimento, sem grandes pretensões. Funciona como brincadeira.
Fúria sobre Rodas (Drive Angry 3D: 2011 /EUA)
Direção: Patrick Lussier
Roteiro: Patrick Lussier e Todd Farmer
Com: Nicolas Cage, Amber Heard, William Fichtner, Katy Mixon.
Duração: 104 min
Fiquei na dúvida do que comentar da história, afinal apesar de estar no trailer e na sinopse, há um detalhe da verdadeira origem do protagonista John Milton que acho mais interessante deixar como surpresa, apesar de alguns indícios desde o início da trama. Essa não é uma história comum e o imaginário se mistura às referências reais, deixando o espectador um pouco confuso em relação às regras daquele mundo. Ainda assim, o roteiro vai nos conduzindo a aceitar aquela verossimilhança. Milton é um anti-herói que escapou de uma prisão para vingar a morte de sua filha e resgatar sua neta que é refém de uma seita satânica que pretende sacrificá-la na próxima lua cheia. Para isso, ele conta com a ajuda de uma garçonete chamada Piper. Mas, além dos seguidores da tal seita, liderados por Jonah King, ele tem que enfrentar um homem mistérioso que se intitula "o contador".
A chave do mistério de em que terreno estamos pisando está nesse personagem "o contador", vivido por William Fichtner. Sua experiência em filmes de comédia ajuda a dar o tom irônico do personagem, que desde o início traz o sobrenatural para cena com aquela sua moeda estranha. Ali temos a certeza do pacto de que não veremos um filme sério, mas com muito humor, digamos, politicamente incorreto. À partir dele, começamos a acreditar que a tal seita liderada por Jonah King, vivido por Billy Burke pode mesmo surtir efeito. O ator, mais conhecido como o pai de Bella da Saga Crepúsculo, é quem dá vida a esse homem que pretende trazer o inferno para Terra através do sacrifício do bebê. Nicolas Cage, então, tem que enfrentar essas duas forças para conseguir salvar a neta e se redimir do passado errôneo. Confesso que é um embate interessante.
A trilha sonora assinada por Michael Wandmacher se destaca, com tons empolgantes e bem organizados nas cenas de ação, com muito metal e rock. As cenas de perseguição crescem com sua música. Assim como impressiona a tecnologia 3D, muito bem dosada entre profundidade e coisas saltando à tela, dando continuidade a muito malabarismo de ação. A direção de arte também impressiona, com um visual belo e uma fotografia bem dosada, em tons fortes. A nota ruim é a forma como carrega no vermelho, deixando as faces rosadas em excesso, talvez pelo óculos 3D. Ainda assim, não pensem que me empolguei com o filme a ponto de considerá-lo bom.
Como disse, deve ser encarado como um exemplar trash e serve para dar risada, se divertir. Em uma cena mesmo, fica bem claro o tom de comédia na ação, uma mulher está atirando no carro do protagonista com aquele jeito típico de exagero e um carro que vem atrás passa por cima dela. A cena em que Nicolas Cage encara um exército de fanáticos que invadem seu quarto de hotel é outra que resume bem isso, principalmente pelo que ele estava fazendo antes e como encara a situação. Não vou contar para não estragar a surpresa. Mas, com certeza, é daquelas situações inacreditáveis que vemos em tela. Principalmente pelos detalhes de seu personagem.
Fúria sobre Rodas é daqueles filmes de nicho. Nem todos vão gostar, muito menos se envolver com a história fantasiosa. Para quem gosta de filme de ação, com toques sobrenaturais é uma viagem interessante. Para quem não gosta, em muitos momentos parece um grande amontoado de bobagem. Mas, vale pelo 3D e pela trilha sonora. Entretenimento, sem grandes pretensões. Funciona como brincadeira.
Fúria sobre Rodas (Drive Angry 3D: 2011 /EUA)
Direção: Patrick Lussier
Roteiro: Patrick Lussier e Todd Farmer
Com: Nicolas Cage, Amber Heard, William Fichtner, Katy Mixon.
Duração: 104 min
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Fúria sobre Rodas
2011-03-31T08:43:00-03:00
Amanda Aouad
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