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Os heróis não tem idade
Os heróis não tem idade
Dois anos depois de encantar o mundo como o pequeno Elliott em E.T., Henry Thomas protagonizou um clássico da minha infância. Os heróis não tem idade é daqueles filmes mágicos, que trazem uma trama profunda envolta por uma capa simples. O período da passagem da infância para a adolescência, passando pela destruição e reconstrução da imagem de herói de seu pai.
Henry Thomas interpreta Davey Osborne, um garoto fascinado por jogos de espionagem que tem sempre ao seu lado Jack Flack, um amigo imaginário espião. Todos os pequenos atos de sua vida são interpretados por ele como se vivesse em uma eterna missão. A atitude incomoda seu pai e sua amiga Kim. Apenas o dono de uma loja de jogos, Morris, parece entrar em sua brincadeira. O problema é que, em uma dessas investidas, ele presencia a morte de um agente do FBI e tem que proteger de bandidos uma fita do game Cloak & Dagger, onde se encontra informações secretas. E, claro, que por mais perigo que corra, ninguém irá acreditar nele.
O roteiro é incrível nos pequenos detalhes. A começar que em todo o primeiro ato, nem os espectadores acreditam na história de Davey. Sua imaginação era fértil, vide a presença de Jack Flack ao seu lado. E quando ele presencia o assassinato, está completamente só. Ele corre para pedir ajuda e quando volta não há vestígios do crime. Para completar, as provas estão dentro de uma fita de videogame. totalmente imerso no universo do menino, podia perfeitamente passar por mais uma imaginação. Mas, mesmo quando a situação se revela real, não perde a mágica. O suspense é bem feito e, mesmo vendo hoje, não parece tolo.
Há uma tensão real e uma dificuldade em concluir a missão, afinal, Davey é apenas uma criança, como ele poderia, por exemplo, matar um bandido? Até nesse ponto, o roteiro encontra soluções bem feitas. Claro que existem aquelas falhas naturais de filme de ação, como o bandido atirar várias vezes e não acertar ninguém. Jack Flack misteriosamente ajudando Davey nas situações chaves. E o pequeno garoto dirigindo para fugir dos bandidos. Fora algumas conjunturas que parecem conspirar para tudo dar certo. Mas, nada disso tira o brilho da jornada do garoto. A começar pela figura mítica do pai.
Davey é orfão de mãe. Seu pai não acredita nele e isso o frustra. Em vários momentos ele diz: "se mamãe estivesse aqui, acreditaria em mim". Mas, ele é seu ídolo inconsciente, não por acaso o pai e Jack Flack são interpretados pelo mesmo ator Dabney Coleman. É um alter ego simbólico que está sempre ao lado do garoto. O mais irônico é que o pai de Davey é coronel da aeronáutica, um militar, mas parece não ter o menor interesse em investigar se algo que seu filho fala contém um fundo de verdade. Na verdade, ele está sempre irritado com Davey e muito ocupado em seu trabalho.
Henry Thomas consegue passar bem toda a tensão do seu personagem, mesmo sendo tão pequeno. É curioso ver que esse ator mirim só conseguiu algumas pontas em filmes quando se tornou adulto. A pequena Christina Nigra também consegue ser natural, sem grandes interpretações, mas sem comprometer. E Dabney Coleman consegue construir dois personagens bem diferentes. O agente Jack Flack é esperto, seguro de si, convincente. Enquanto que o coronel Hal Osborne é inseguro, fechado, ríspido. Já a direção é correta, não tem tanta criatividade, mas cumpre sua função tanto nos momentos de suspense quanto nos de ação.
Mas, o que realmente importa nesse filme é esse sentimento de cumplicidade que toda criança tem com a imaginação da brincadeira. Quem nunca teve um amigo imaginário e inventou que era alguém completamente diferente? Quem nunca pensou que seu pai era um grande herói, se decepcionou e, por fim, reencontrou esse herói de uma forma diferente? A história de Davey Osborne é uma fábula infantil que marcou a imaginação das crianças dos anos 80. Os heróis não tem idade é daqueles filmes que ficam na memória como um velho amigo de infância.
Veja uma pequena cena do filme.
Os heróis não tem idade (Cloak & Dagger: 1984 / EUA)
Direção: Richard Franklin
Roteiro: Tom Holland, Cornell Woolrich, Nancy Dowd
Com: Henry Thomas, Dabney Coleman, Michael Murphy, Christina Nigra, John McIntire, Eloy Casados, Tim Rossovich, William Forsythe, Robert DoQui
Duração: 101 min.
Henry Thomas interpreta Davey Osborne, um garoto fascinado por jogos de espionagem que tem sempre ao seu lado Jack Flack, um amigo imaginário espião. Todos os pequenos atos de sua vida são interpretados por ele como se vivesse em uma eterna missão. A atitude incomoda seu pai e sua amiga Kim. Apenas o dono de uma loja de jogos, Morris, parece entrar em sua brincadeira. O problema é que, em uma dessas investidas, ele presencia a morte de um agente do FBI e tem que proteger de bandidos uma fita do game Cloak & Dagger, onde se encontra informações secretas. E, claro, que por mais perigo que corra, ninguém irá acreditar nele.
O roteiro é incrível nos pequenos detalhes. A começar que em todo o primeiro ato, nem os espectadores acreditam na história de Davey. Sua imaginação era fértil, vide a presença de Jack Flack ao seu lado. E quando ele presencia o assassinato, está completamente só. Ele corre para pedir ajuda e quando volta não há vestígios do crime. Para completar, as provas estão dentro de uma fita de videogame. totalmente imerso no universo do menino, podia perfeitamente passar por mais uma imaginação. Mas, mesmo quando a situação se revela real, não perde a mágica. O suspense é bem feito e, mesmo vendo hoje, não parece tolo.
Há uma tensão real e uma dificuldade em concluir a missão, afinal, Davey é apenas uma criança, como ele poderia, por exemplo, matar um bandido? Até nesse ponto, o roteiro encontra soluções bem feitas. Claro que existem aquelas falhas naturais de filme de ação, como o bandido atirar várias vezes e não acertar ninguém. Jack Flack misteriosamente ajudando Davey nas situações chaves. E o pequeno garoto dirigindo para fugir dos bandidos. Fora algumas conjunturas que parecem conspirar para tudo dar certo. Mas, nada disso tira o brilho da jornada do garoto. A começar pela figura mítica do pai.
Davey é orfão de mãe. Seu pai não acredita nele e isso o frustra. Em vários momentos ele diz: "se mamãe estivesse aqui, acreditaria em mim". Mas, ele é seu ídolo inconsciente, não por acaso o pai e Jack Flack são interpretados pelo mesmo ator Dabney Coleman. É um alter ego simbólico que está sempre ao lado do garoto. O mais irônico é que o pai de Davey é coronel da aeronáutica, um militar, mas parece não ter o menor interesse em investigar se algo que seu filho fala contém um fundo de verdade. Na verdade, ele está sempre irritado com Davey e muito ocupado em seu trabalho.
Henry Thomas consegue passar bem toda a tensão do seu personagem, mesmo sendo tão pequeno. É curioso ver que esse ator mirim só conseguiu algumas pontas em filmes quando se tornou adulto. A pequena Christina Nigra também consegue ser natural, sem grandes interpretações, mas sem comprometer. E Dabney Coleman consegue construir dois personagens bem diferentes. O agente Jack Flack é esperto, seguro de si, convincente. Enquanto que o coronel Hal Osborne é inseguro, fechado, ríspido. Já a direção é correta, não tem tanta criatividade, mas cumpre sua função tanto nos momentos de suspense quanto nos de ação.
Mas, o que realmente importa nesse filme é esse sentimento de cumplicidade que toda criança tem com a imaginação da brincadeira. Quem nunca teve um amigo imaginário e inventou que era alguém completamente diferente? Quem nunca pensou que seu pai era um grande herói, se decepcionou e, por fim, reencontrou esse herói de uma forma diferente? A história de Davey Osborne é uma fábula infantil que marcou a imaginação das crianças dos anos 80. Os heróis não tem idade é daqueles filmes que ficam na memória como um velho amigo de infância.
Veja uma pequena cena do filme.
Os heróis não tem idade (Cloak & Dagger: 1984 / EUA)
Direção: Richard Franklin
Roteiro: Tom Holland, Cornell Woolrich, Nancy Dowd
Com: Henry Thomas, Dabney Coleman, Michael Murphy, Christina Nigra, John McIntire, Eloy Casados, Tim Rossovich, William Forsythe, Robert DoQui
Duração: 101 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Os heróis não tem idade
2011-06-28T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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