
Os livros de
Júlio Verne são um mistério para a humanidade, pura
ficção científica ou alguma ciência visionária? Afinal, falar de
viagens à Lua e submarinas em uma época em que isso era impossível chama a atenção. Alguns começam, então, a deixar a imaginação viajar em realizar outras
aventuras impossíveis como o
Centro da Terra ou
Ilhas Misteriosas. Em 1959,
Viagem ao Centro da Terra foi inspiração para um
filme, ainda com orçamentos e tecnologias aquém da imaginação de
Verne. Em 2008, Eric Brevig investiu em uma aventura cheia de efeitos especiais (hoje datados) e com
Brendan Fraser no elenco. A continuação não tem o astro, mas mantêm o mesmo estilo divertido, com momentos de vexame total e outros bem interessantes.
Viagem ao Centro da Terra terminou em 2008 com um gancho para uma possível continuação. Após a jornada vivida por ambos, o tio Trevor Anderson presenteia o sobrinho Sean com outro livro dessa vez de Ignatius Donnelly, "
Atlântida, um mundo antediluviano". Os produtores da continuação preferiram, no entanto, manter a
aventura nas obras de
Júlio Verne, o que não impediu de incluir a
Atlântida e diversas outras obras literárias seja de Verne ou não, a exemplo de
A Ilha do Tesouro de Robert Louis Stevenson e
As Viagens de Gulliver de Jonathan Swift. O problema é que nessa adaptação e continuação, o tio que era o centro da história anterior simplesmente tomou chá de sumiço. Não é sequer citado no filme, que traz Sean mais velho, mais crente nas histórias de
Verne, com um padrasto fortão e um avô que não foi citado em nenhum momento no filme anterior, o que também não deixa de ser estranho.

Passando as comparações e exigências de continuidade entre os dois filmes,
Viagem 2: A Ilha Misteriosa pode ser uma
aventura divertida. A começar, tem base mesmo nas obras de
Júlio Verne, então, já traz bons momentos por si só, depois, tem efeitos especiais convincentes e personagens caricatos, mas coerentes que conduzem a jornada de uma forma fácil. Há momentos de vexame total como a cena do peitoral de
Dwayne Johnson jogando bolinhas em nossa cara ou ele dando um soco no lagarto. Mas, há também boas piadas e sacadas como a música
Three Little Birds de
Bob Marley quando eles estão embarcando ou a versão de
What a Wonderful World com situações da
ilha.

A
Ilha por si só, também já é um grande destaque para o
filme. As criaturas são bem feitas e as proporções de elefantes pequenos e insetos gigantes também funciona visualmente. Todo o cenário é bem construído como o vulcão de ouro ou a própria cidade de
Atlântida. Isso sem falar nos efeitos especiais das cenas de ação, principalmente em projeção 3D com várias camadas de profundidade e ainda com objetos brincando fora da tela. Aliás é isso que
Viagem 2 é, uma grande brincadeira, sem maiores compromissos. O filme é feito para divertir, a
Ilha Misteriosa criada para ser um sonho infantil e as piadas forçam o riso fácil em vários momentos, com situações bobas, mas funcionais.
O garoto
Josh Hutcherson consegue se sustentar como protagonista da trama e
Vanessa Hudgens forma um bom par com ele.
Dwayne Johnson também convence no papel de comédia, principalmente nas disputas tolas com o personagem de
Michael Caine que faz o avô. Só não consigo achar graça dos exageros de caras e bocas de
Luis Guzmán, mas ele cumpre sua função no
filme e deve divertir as crianças.
A Viagem 2: A Ilha Misteriosa segue a mesma linha do primeiro
filme. A história de
Júlio Verne como pano de fundo para uma aventura cheia de piadas, por vezes tolas e exageradas, mas com bons momentos de diversão para todos. Não dá mesmo para exigir muito mais dele.
A Viagem 2: A Ilha Misteriosa (Journey 2: The Mysterious Island)
Lançamento: 2012 (EUA)
Direção: Brad Peyton
Roteiro: Brian Gunn e Mark Gunn
Com: Josh Hutcherson, Dwayne Johnson, Michael Caine, Vanessa Hudgens.
Duração: 94 min.