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Casa da Mãe Joana 2
Casa da Mãe Joana 2
"Quem diria que as minhas besteiras dariam um best-seller", a frase do personagem Montanha, interpretado pelo ator Antonio Pedro resume um pouco o que é Casa da Mãe Joana. Em 2008, o filme foi lançado, como uma comédia de três amigos em um apartamento, onde um deles, o Montanha, sonhava com uma mulher imaginária personalizada pela atriz Juliana Paes. Cinco anos depois, vem a continuação, que de ligação com o primeiro só tem os três personagens e envolve até espírito.
Montanha lançou um livro contando suas aventuras com os amigos no apartamento, ou seja, o primeiro filme. E este se tornou um sucesso absoluto, deixando-o rico. Agora ele mora em uma mansão e tem como governanta Dona Aracy, vivida por Betty Faria. Com uma saúde frágil, ele acredita que sua amada Dolores (a mulher imaginária) quer lhe dizer algo. A figura de Juliana Paes está em um quadro na sala, como uma Monalisa. E para entendê-la, ele convoca um grupo que diz conversar com o Além. Paralelo a isso, duas irmãs disputam a herança da mãe, que deixou em testamento que sua herdeira seria aquela que encontrasse e trouxe o órgão genital do homem que a enganou. Esse homem é PR, interpretado por Paulo Betti, um dos amigos de Montanha.
Como bem definiu o personagem Montanha, uma grande besteira como muitas que temos visto por aí. Casa Da Mãe Joana 2 flerta com o pastelão, construindo situações absurdas como o campeonato de Maconha em Amsterdã que Juca, o personagem de José Wilker, participa. Ou a tal "sessão espírita" para invocar Dolores que acaba deixando na mansão o fantasma de um camareiro da rainha Maria Antonieta, da França. Zazzie, interpretado por Caike Luna, é um homossexual afetado que se apaixona pelo personagem de José Wilker. Isso sem falar na cabeça de Maria Antonieta que aparece em diversos momentos da trama.
Mas, claro que nada supera a caça das duas irmãs, vividas por Lúcia Bronstein e Leona Cavalli, em busca do órgão genital de Paulo Betti. Principalmente, pelo marido da personagem de Lúcia Bronstein, vestido de cowboy, que diz já ter trabalhado na inteligência do exército americano e coloca uma escuta na bolsa da personagem de Leona Cavalli. Um objeto relativamente grande com uma luz vermelha piscando que é impossível uma pessoa não perceber dentro da bolsa. Fora que mulher sempre tem mais de uma bolsa e não iria a uma festa, por exemplo, com a mesma que usa no dia-a-dia.
Da mesma forma que Vendo ou Alugo, o filme traz ainda uma constrangedora cena onde homenageia Kubrick (Assim falou Zaratustra deve estar na moda). E ainda tem uma homenagem a Bruno Barreto e Jorge Amado, em uma cena em que a nova geração pode não perceber, mas que brinca com o ator José Wilker também.
Na verdade, Casa da Mãe Joana 2 é bem o que mostra o título. Uma verdadeira zona, sem sentido, com muitas gags, algumas engraçadas, outras repetitivas e ainda outras de mal gosto. Alguns mais chatos, que queiram buscar alguma lógica em tudo aquilo, podem até se perguntar porque o fantasma Zazzie diz que estava no limbo, e não no purgatório, já que limbo era o local onde iam as crianças que morriam ainda pequenas, sem serem batizadas. É que recentemente, a Igreja "chegou a conclusão" de que não ele existe.
Dos filmes que levam o selo de "comédias GloboFilmes", Casa da Mãe Joana 2 é mais uma daquelas besteiras que tem dominado o cenário do cinema nacional. Sem grandes novidades, sem inteligência, com um humor repetitivo e bobo, mas que não chega a ofender. Apenas, mais uma repetição de fórmulas que deve dar bilheteria.
Casa da Mãe Joana 2 (Casa da Mãe Joana 2, 2013 / Brasil)
Direção: Hugo Carvana
Roteiro: Hugo Carvana, Julio Carvana
Com: Antonio Pedro, Paulo Betti, José Wilker, Lúcia Bronstein, Leona Cavalli, Caike Luna, Juliana Paes
Duração: 84 min.
Montanha lançou um livro contando suas aventuras com os amigos no apartamento, ou seja, o primeiro filme. E este se tornou um sucesso absoluto, deixando-o rico. Agora ele mora em uma mansão e tem como governanta Dona Aracy, vivida por Betty Faria. Com uma saúde frágil, ele acredita que sua amada Dolores (a mulher imaginária) quer lhe dizer algo. A figura de Juliana Paes está em um quadro na sala, como uma Monalisa. E para entendê-la, ele convoca um grupo que diz conversar com o Além. Paralelo a isso, duas irmãs disputam a herança da mãe, que deixou em testamento que sua herdeira seria aquela que encontrasse e trouxe o órgão genital do homem que a enganou. Esse homem é PR, interpretado por Paulo Betti, um dos amigos de Montanha.
Como bem definiu o personagem Montanha, uma grande besteira como muitas que temos visto por aí. Casa Da Mãe Joana 2 flerta com o pastelão, construindo situações absurdas como o campeonato de Maconha em Amsterdã que Juca, o personagem de José Wilker, participa. Ou a tal "sessão espírita" para invocar Dolores que acaba deixando na mansão o fantasma de um camareiro da rainha Maria Antonieta, da França. Zazzie, interpretado por Caike Luna, é um homossexual afetado que se apaixona pelo personagem de José Wilker. Isso sem falar na cabeça de Maria Antonieta que aparece em diversos momentos da trama.
Mas, claro que nada supera a caça das duas irmãs, vividas por Lúcia Bronstein e Leona Cavalli, em busca do órgão genital de Paulo Betti. Principalmente, pelo marido da personagem de Lúcia Bronstein, vestido de cowboy, que diz já ter trabalhado na inteligência do exército americano e coloca uma escuta na bolsa da personagem de Leona Cavalli. Um objeto relativamente grande com uma luz vermelha piscando que é impossível uma pessoa não perceber dentro da bolsa. Fora que mulher sempre tem mais de uma bolsa e não iria a uma festa, por exemplo, com a mesma que usa no dia-a-dia.
Da mesma forma que Vendo ou Alugo, o filme traz ainda uma constrangedora cena onde homenageia Kubrick (Assim falou Zaratustra deve estar na moda). E ainda tem uma homenagem a Bruno Barreto e Jorge Amado, em uma cena em que a nova geração pode não perceber, mas que brinca com o ator José Wilker também.
Na verdade, Casa da Mãe Joana 2 é bem o que mostra o título. Uma verdadeira zona, sem sentido, com muitas gags, algumas engraçadas, outras repetitivas e ainda outras de mal gosto. Alguns mais chatos, que queiram buscar alguma lógica em tudo aquilo, podem até se perguntar porque o fantasma Zazzie diz que estava no limbo, e não no purgatório, já que limbo era o local onde iam as crianças que morriam ainda pequenas, sem serem batizadas. É que recentemente, a Igreja "chegou a conclusão" de que não ele existe.
Dos filmes que levam o selo de "comédias GloboFilmes", Casa da Mãe Joana 2 é mais uma daquelas besteiras que tem dominado o cenário do cinema nacional. Sem grandes novidades, sem inteligência, com um humor repetitivo e bobo, mas que não chega a ofender. Apenas, mais uma repetição de fórmulas que deve dar bilheteria.
Casa da Mãe Joana 2 (Casa da Mãe Joana 2, 2013 / Brasil)
Direção: Hugo Carvana
Roteiro: Hugo Carvana, Julio Carvana
Com: Antonio Pedro, Paulo Betti, José Wilker, Lúcia Bronstein, Leona Cavalli, Caike Luna, Juliana Paes
Duração: 84 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Casa da Mãe Joana 2
2013-09-09T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
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